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Posse da nova diretoria do Sindicato Nacional para o biênio 2014/2016 marca plenária de abertura do 59º Conad

Novo presidente é o professor Paulo Rizzo, da UFSC

Silvana Sá. Enviada especial a Aracaju (SE)

Começou em 21 de agosto o mandato pelos próximos dois anos da nova diretoria do Andes-SN. A posse ocorreu durante a plenária de abertura do 59º Conselho do Andes-SN (Conad), em Aracaju (SE).

A expectativa é que se mantenha a combatividade do mandato anterior. Afinal, o novo presidente, professor Paulo Rizzo, da Seção Sindical do Andes-SN na UFSC, era 2º secretário na gestão 2012-2014. Marinalva Oliveira, presidenta até então, agora assume a 1ª vice-presidência. Cláudia March, da Aduff-SSind — que não fazia parte da direção passada — completa a cúpula como nova secretária-geral.

Marinalva Oliveira, durante o discurso de transição do cargo, emocionou-se ao mencionar o companheiro de diretoria Márcio de Oliveira, secretário-geral em sua gestão. Ele e o professor Luiz Henrique Schuch, 1º vice-presidente de Marinalva, receberam agradecimentos especiais pelas lutas travadas pelo Sindicato Nacional nos últimos dois anos.

Campanha pelas condições de trabalho: fundamental

Entre elas, a ex-presidenta destacou a campanha por melhores condições de trabalho, fundamentais para “a valorização do trabalho docente”. O enfrentamento com o Plano Nacional de Educação (PNE) do governo federal, a campanha em defesa dos 10% do PIB para a Educação Pública já e a realização do Encontro Nacional de Educação (ENE), no início de agosto, foram apontados, pela atual 1ª vice-presidente, como as principais realizações da sua gestão. A greve nacional das federais, de 2012, foi lembrada também como um marco do movimento docente. Pontuou, ainda, a conquista definitiva da carta sindical do Andes-SN.

O professor Márcio de Oliveira foi homenageado pela nova diretoria nacional (e pela anterior), por ter sua vida em muitos momentos confundida com a existência do Andes-SN. “Homenageá-lo é também é fazer uma referência à história deste Sindicato”, destacou Paulo Rizzo.

Rizzo, que já presidiu o Andes-SN de 2006 a 2008, além de ter participado de outras gestões em outras funções, observou que os novos componentes da diretoria (alguns sem experiência sindical) trazem um elemento importante de renovação da história do Andes-SN. “Temos um programa que busca dar continuidade ao processo de construção coletiva, democrática, deste Sindicato que se expressa nas definições políticas e nas ações de luta”.

Mudança na Regional Rio

Na mesma cerimônia, o professor Luis Acosta, da UFRJ, assumiu a 1ª vice-presidência da Regional Rio de Janeiro do Andes-SN. Seu antecessor, Walcyr de Oliveira Barros, também da UFRJ, tornou-se o 3º tesoureiro da diretoria nacional do Sindicato.

 

Nova Universidade e Sociedade trata dos 50 anos do golpe

14082521Foto: Silvana Sá - 21/08/2014Ainda durante a plenária de abertura, foi lançada a nova edição da revista Universidade e Sociedade, do Andes-SN. Ela traz como tema: “50 anos do Golpe Militar – Dores, Sonhos e Resistência: uma história inacabada”. O professor Márcio de Oliveira (foto), ao apresentar a revista, afirmou que o conjunto de artigos compõe um importante documento para ser “propagado nas universidades e também para a sociedade”, como forma de apontar a luta pela conquista, de fato, da democracia. “Esta é uma luta política necessária”.




CulturaFotos: Silvana Sá - 21/08/2014

Nota da Adufrj-SSind

“A Diretoria da Adufrj-SSind presta total solidariedade aos colegas em greve de toda a comunidade da USP. É inadmissível a maneira como o governo do Estado de São Paulo tem lidado com a questão da educação pública, repetindo o método do governo federal que precariza o trabalho como forma de impor a privatização das Instituições de Ensino Superior públicas, aprofundando a mercantilização da educação.

Todo apoio à greve da USP!”

Dia de visita

Milhares de estudantes secundaristas conhecem as opções de cursos oferecidos pela universidade 

Evento ocorreu nos dias 13 e 14

Filipe Galvão. Estagiário e Redação

Pelo menos 12 mil estudantes secundaristas passaram pelos corredores e salas do prédio da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) no Fundão, na 11ª edição do “Conhecendo a UFRJ”. Os visitantes se viram diante de diversas palestras e estandes explicativos sobre as graduações oferecidas pela universidade e o perfil dos profissionais das áreas. São esses os momentos nos quais os alunos se questionam sobre escolhas prévias e descobrem novas áreas de afinidade. 

O evento, organizado pela Pró-reitoria de Extensão desde 2004, teve grande procura. Oitenta escolas ficaram na lista de espera e não puderam participar. “A inscrição esgota-se em dois dias”, afirmou a Diretora da Divisão de Cultura da PR-5, Adriane Aparecida Moraes. O grande volume de demanda justificaria um terceiro dia de encontro, mas o orçamento, segundo Adriane, não é suficiente para prolongar as atividades sem prejudicar a qualidade. 

A maioria dos estudantes das 200 escolas inscritas para conhecer a universidade são de alunos da rede pública de ensino do estado do Rio de Janeiro. Para o professor de Física do Ciep 127 de Magé, Roberto Waiandt, o evento é necessário para a construção de uma nova perspectiva de vida para os alunos. “Aqui tem uma energia vital, um fluxo de pessoas e contatos que serve de combustível para os alunos pensarem o seu futuro”, disse. 

Novas possibilidades descobertas

14081862Escolhas. Encontro amplia os horizontes de possibilidades profissionais. Foto: Filipe Galvão - 14/08/2014Com apenas 16 anos, Anderson Silva da Costa veio de Nova Iguaçu com os colegas Janaína Oliveira, 17, e Thales Gama, 18, todos do Colégio Estadual Maria Emília Amaral Fontoura. Anderson queria estudar moda, mas para isso teria que recorrer a uma faculdade privada. Ao visitar o estande do curso de Belas Artes, o mais novo dos três amigos descobriu novas possibilidades: “Eu queria mexer com corte e costura, mas gostei de design de interiores e paisagismo”.

Um dia de visita à UFRJ, porém, não a torna mais acessível a esses alunos. Janaína também se interessou por design de interiores, mas tem medo das dificuldades que enfrentaria por morar tão longe do Fundão. Já Thales provocou: “A Baixada é uma área que não é bem atendida. Não seria melhor ter mais polos da universidade lá para atender os outros estudantes?”.

Segundo Adriane, o acolhimento às escolas tem a função de democratizar o acesso à universidade pública. Mas, para isso, além das visitas, são necessárias estrutura e assistência. 

O professor Romildo Bomfim, diretor da Adufrj-SSind, marcou presença no evento para falar do curso de Fisioterapia, ligado à Faculdade de Medicina: “Julgo o evento ‘Conhecendo a UFRJ’, como um projeto relevante da PR-5 na medida em que abre as portas da nossa universidade, e, assim, desperta nos interessados o desejo de vir estudar numa IFE pública”, disse. Romildo também elogiou a oportunidade de apresentar aos secundaristas as diversas carreiras oferecidas pela instituição.

Em encontro com diretores da Seção Sindical, no último dia 13, docentes locais relatam falta de infraestruturas física e administrativa como grande empecilho ao desenvolvimento do campus

Transporte precário, internet oscilante, custo de vida alto foram alguns dos problemas citados

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Não é moleza a rotina dos professores da UFRJ que atuam na cidade de Macaé, no norte do estado do Rio. Durante a visita da Adufrj-SSind ao campus, no último dia 13, professores relataram problemas relacionados à infraestrutura elementar de alimentação, transporte e comunicação. “Não temos nem bandejão, nem alojamento nem ônibus interno”, resumiu a professora Flávia Farias Lima.

Sua colega, Jane de Carlos Santana Capelli, não é voz isolada ao criticar o fato de a comunidade universitária ser obrigada a se deslocar para um shopping “caríssimo”, nas imediações, para almoçar, “por pura falta de opção”. “Macaé é uma cidade extremamente cara, dolarizada por causa do petróleo”. 

Transporte e segurança

“E para os estudantes é ainda pior”, emendou Flávia. A professora contou um episódio recente em que socorreu duas estudantes de assédio, enquanto aguardavam transporte: “Temos um problema sério com índices de estupros na região. E literalmente somos obrigadas a esperar os ônibus na beira da estrada, sem ponto, sem marquise, sem nada. Ficamos completamente expostas. É perigoso demais”.  

O serviço de transporte interno, terceirizado, é motivo de muitas reclamações. “Os motoristas fazem o que querem”, queixa-se Jane: “A UFRJ-Macaé não possui linha circular própria”. “Não é possível que nada possa ser feito”, criticou a professora. “A Auto Viação 1001 (empresa intermunicipal que atende a Macaé) ganha rios de dinheiro com o deslocamento dos professores para Macaé. Não custava nada estender um pouco o trajeto (até o campus) para que não ficássemos no meio de caminho”, afirmou Flávia. “Se fosse para atender à Petrobras, tinha linha”, criticou, outra docente, Márcia Regina Viana.

Em busca de espaço

Na visão de Jane Capelli, as dificuldades para realizar pesquisa — em relação ao Fundão, por exemplo ­— e a perda de qualidade de vida, em termos de opções, justificariam incentivos para permanência dos docentes. “Mas o que acontece é o oposto”, afirma. “Fazemos por amor ao projeto, mas é tudo bem difícil”. 

Jane faz parte do projeto de interiorização “desde que a UFRJ se limitava a algumas salas no bloco A”. Hoje a universidade desfruta de todo um novo bloco D, nas instalações da Cidade Universitária de Macaé, composta ainda por cursos da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Faculdade (municipal) Professor Miguel Ângelo da Silva Santos (Femass). Ainda assim, a falta de espaço adequado para estudo e pesquisa é uma queixa recorrente.

De acordo com Flávia Farias, no caso dos docentes 20 horas, como ela, justifica-se a falta de salas, “dizendo que não há previsão de carga horária para pesquisa e extensão”.  “Uma coisa supercomplicada para quem tem as mesmas pretensões acadêmicas e de progressão”, observa.

 

De mala e cuia

Na prática, fora as salas de aulas e os laboratórios, a recém-criada sala dos professores é o único lugar onde os professores podem guardar seus materiais de trabalho e objetos pessoais. Conforme explicitado pela professora Ana Carolina Carvalho, com exceção dos data-shows, todos os materiais para aulas e afins são privados. “Cada professor é obrigado a trazer seu próprio computador”. O “costume” criou para Jane Capelli um problema de coluna: “Tudo vem e vai na mochila, computador, livros e material de todo tipo”. 

As mesas de socialização são tomadas por bolsas e até malas. Isso porque, como Jane, boa parte dos professores não têm moradias fixas na cidade. “Eu, que sou professora doutora 40 horas, e vim para cá em 2009, pela proposta de interiorização, depois de dois anos tive de voltar para o Rio de Janeiro”, explica. Durante a semana, ela dorme no alojamento do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (Nupem/UFRJ), que está longe de atender à demanda entre os docentes.

Outros gargalos

Com internet oscilante — e ausente durante a reportagem — os professores falam da dificuldade para produzir sem rede. Na véspera da reunião, Ana Carolina da Silva, por exemplo, enviou de casa um projeto que tinha prazo para envio.

Seminários e outras atividades distintas das aulas não têm lugar. “Estamos sempre tendo que recorrer à Prefeitura para usar auditório ou temos que reunir em salas de aulas nas carteiras dos estudantes”, conta Flávia Farias. É o que se chama de “funcionamento compartilhado”. 

Márcia Regina Viana reclama da ausência de um lugar físico onde obter informações administrativas. Segundo ela, a cultura é de “tudo virtual, por e-mails”. “Quando tomei posse no Rio de Janeiro, o acolhimento criou uma expectativa muito positiva. Mas aqui a realidade é outra; a impressão é que estamos sempre contando com boa vontade”, queixou-se.

De acordo com Flávia, a prática de recibos não existe no campus. “Se o professor quiser qualquer documentação, tem que pagar a cópia do bolso. Tem professor que faz cópia de páginas e mais páginas de processo para ter os comprovantes”.

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