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Fotos: Alessandro CostaDensa, sensível, necessária. Esses são alguns merecidos adjetivos da peça Re-Acordar, apresentada pela Associação Tuca de Arte e Cultura. O espetáculo, gratuito, foi encenado no Centro de Tecnologia, dia 14, com o apoio da AdUFRJ. O enredo conta sobre o período mais sombrio da nossa história recente: a ditadura militar. Horror do qual estivemos muito próximos novamente, como mostraram os planos de assassinatos e de golpe desvelados pela Polícia Federal nesta semana.
A atriz Márcia Fiani explica que a peça conta a história de seus integrantes. “Nós começamos a fazer teatro amador em 1967”, lembra. Era o Teatro Universitário Carioca (Tuca). “Depois, veio o endurecimento da ditadura e nos afastamos”, completa.
A partir do AI-5, baixado em dezembro de 1968, o grupo foi desfeito. Vários estudantes que participavam do movimento artístico foram presos, torturados, exilados ou demitidos de seus empregos. “Nós nos reencontramos 50 anos depois e decidimos fazer algo que contasse as nossas trajetórias”, conta Márcia.
A peça mistura música, poesia, relatos, projeções de fotos e trechos da peça “Coronel de Macabira”, que o coletivo encenava na década de 1960. As diferentes formas de arte se juntam no palco e conduzem os espectadores a uma verdadeira viagem no tempo.
O assassinato do estudante Edson Luís, em março de 1968, é retratado na obra, assim como a Passeata dos Cem Mil, a aprovação da Lei da Anistia e o Movimento Diretas Já! Os momentos históricos do país se misturam aos dramas vividos pelas personagens sem nome.
Em um dos muitos trechos tocantes do espetáculo, alguém declara: “Não dá para esquecer o barulho do molho de chaves que anunciava qual seria a próxima cela”. Ela se referia às chaves carregadas por carceireiros. O barulho ecoava pelos corredores para levar um preso político para interrogatório, tortura e, muitas vezes, para a morte.
No entanto, se engana quem pensa que o espetáculo é sinônimo de sofrimento. Há muita vida vivida, encenada e apontada para o futuro por seus personagens e atores octogenários. “Esqueceram de nos avisar que não poderíamos ser felizes. E nós fomos!”, festeja uma das personagens em cena. “Viver vale a pena”.
FICHA TÉCNICA:
Direção e dramaturgia:
Amir Haddad
Elenco:
Alberto Strozenberg, Amir Haddad, Dora Zaverucha, Márcia Fiani, Marta Klagsbrunn
(In Memoriam), Mônica Arruda, Regina Célia Dantas, Ricardo Valle (in memoriam), Sérgio Alevato e Victor Hugo Klagsbrunn.
Sonoplastia:
Evandro Castro
Edição das músicas:
Márcia Fiani
Edição de fotos:
Marta Klagsbrunn
Direção de imagem:
Máximo Cutrim
Produção:
Associação
TUCA de Arte e Cultura
Como foi falar de tantas dores no espetáculo? A arte ajuda a expurgar esses fantasmas?
Márcia Fiani - É difícil dizer isso, que expurgamos. A vida que a gente viveu está dentro da gente, faz parte da gente. Mas é verdade que nas nossas primeiras apresentações era muito difícil falar. Eu, por exemplo, fui exilada. Eu não conseguia parar de chorar. O que não é bom, porque, senão, a gente não conta a história. Não somos nós que temos que ficar chorando.
Como foi o reencontro?
Victor Hugo Klagsbruun - Quando nós nos reunimos, sem saber muito bem o que queríamos fazer, constatamos que nós não nos conhecíamos. Tinham se passado 50 anos sem ter contato e aí cada um começou a contar a sua história. Foi muito emocionante. De repente a Marta, minha companheira, disse que tinha alguns poemas que nunca havia apresentado para ninguém. Ela nunca tinha mostrado nem pra mim. E são eles que nos ajudam a passar por todas as etapas da peça. Eram muitos depoimentos e a gente queria incluir tudo. No início, esse espetáculo tinha duas horas e ninguém queria se desfazer de sua parte.
Foi uma construção coletiva, então?
Márcia - Totalmente. A partir desses depoimentos. E a gente inclui não só os nossos, mas de outras pessoas que eram do Tuca e não estão na peça porque moram longe, têm outra vida, mas que fazem parte da história do grupo. Como a gente tinha muita coisa, a construção da peça passou pelo nosso mestre Amir Haddadd. Ele é muito bom dramaturgo e nos ajudou a gerar essa dramaturgia.
A arte é resistência?
Sérgio Alevato - O Tuca foi fundado naquela época já como parte da resistência estudantil à ditadura. Era um ponto de confluência de estudantes, até para discutir, conversar. Os diretórios estavam fechados, os DCEs fechados, a UNE fechada. Sem dúvidas, a arte é resistência e transformação.
Agenda
27/11, às 19h
Biblioteca Parque,
na Rocinha
07/12, às 15h
Av. Getúlio de Moura, 1302
centro de Nova Iguaçu
O já castigado prédio do Largo de São Francisco voltou a ser cenário de mais um problema da combalida infraestrutura da UFRJ. Na última terça-feira, 19, o rompimento de uma tubulação inundou salas de aula e o Salão Nobre do prédio, além de causar infiltrações nos banheiros. Alunos do IFCS e do Instituto de História ficaram sem aulas na quinta e na sexta-feiras para os reparos emergenciais.
Ainda na quinta, 21, o restaurante universitário do térreo, que atende todas as unidades do Centro, também não funcionou por falta de água durante o conserto do encanamento. As atividades acadêmicas na unidade voltam ao normal na próxima segunda-feira, 25.
“Existem muitos problemas de infraestrutura que precisam ser resolvidos. Conhecemos quase todos os gatilhos que estão armados e sabemos que vão estourar a qualquer momento, mas não conseguimos reparar preventivamente”, disse o professor Fernando Santoro, diretor do IFCS.
As direções do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e do Instituto de História lançaram um manifesto sobre a situação do imóvel. O documento solicita que uma fração do orçamento universitário seja dedicada à manutenção emergencial dos prédios históricos da UFRJ. Também reivindica a criação de um escritório permanente da Coordenação de Preservação em Imóveis Tombados (Coprit). O prédio do IFCS é tombado.
Estudo divulgado pelo Escritório Técnico da Universidade estimou o custo de reforma das instalações hidráulicas e de esgoto em R$ 1.005.263,97, (em valores de agosto de 2023). Já a reforma total do prédio está avaliada em R$ 40 milhões.
“Cada vez que as reformas estruturais do prédio são adiadas surgem outros prejuízos e gastos que, somados, são maiores que os valores dessas reformas. A reforma é um gasto, mas é sobretudo um investimento no patrimônio”, concluiu Santoro.
Presidenta da AdUFRJ e professora do Departamento de Ciência Política, Mayra Goulart expressou a tristeza por ter o trabalho interrompido reiteradamente. “É deprimente para um professor da UFRJ, eleita a terceira melhor universidade da América Latina, não poder fazer seu trabalho porque não tem água no prédio. O IFCS é um espaço de tradição e excelência reconhecido internacionalmente em pesquisas na área de Ciências Sociais. Essa situação é um desrespeito à sua história e legado”.
A vice-reitora Cássia Turci informou o que a administração central está se desdobrando para retomar a normalidade no IFCS-IH, mas que as restrições orçamentárias da UFRJ são muito graves. “Enviamos uma equipe para fazer o conserto do barbará que se rompeu, mas existem outros dez no prédio que precisam de manutenção. Estamos esperando orçamento para fazer também esses dez e a cisterna”, disse. “Estamos trabalhando na licitação de um contrato de manutenção para toda a UFRJ que deve entrar em vigor no início de 2025. Embora muitas ações sejam corretivas no início, a ideia é que, com o tempo, passem a ser preventivas”, completou.
(Renan Fernandes)
A crise da UFRJ parece não ter fim. Menos de uma semana após os cortes de luz e água que atingiram instalações do Museu Nacional, da Praia Vermelha e do Fundão, as aulas foram suspensas no IFCS-IH por problemas na rede hidráulica (leia mais abaixo). A falta de orçamento para o funcionamento básico e a recuperação da precária infraestrutura da instituição desafia cada vez mais o cotidiano de milhares de professores, técnicos e estudantes.
“Estamos fazendo de tudo para não fechar. Estamos lutando para trabalhar, para produzir, para formar cidadãos. O servidor público precisa ser valorizado. Estamos ajudando a reconstruir este país. Esperamos o reconhecimento das autoridades ao nosso trabalho”, disse o reitor Roberto Medronho.
“Aguardamos suplementação orçamentária para não passar mais por este constrangimento. Nós não pagamos não por que não queremos; não pagamos porque não temos a verba. Por outro lado, o MEC também tem restrições orçamentárias. Mas precisamos priorizar educação e saúde”, completou o dirigente.
A última solicitação da administração superior ao ministério totaliza R$ 50 milhões para colocar em dia os débitos com as concessionárias Light e Águas do Rio: seriam R$ 35 milhões para energia e R$ 15 milhões para a água. Por enquanto, só chegou R$ 1,5 milhão.
Na segunda-feira (18), representantes da reitoria e do MEC realizaram uma reunião remota para discutir a crise. As conversas terão continuidade em Brasília, provavelmente na próxima semana. A ideia é mostrar que muitos dos recursos recebidos pela instituição são “carimbados”, ou seja, destinados para finalidades específicas e que não podem ser redirecionados para o pagamento de contas do dia a dia.
Em aula pública organizada em 13 de novembro, essas limitações foram apresentadas à comunidade e à mídia em geral. Despesas anuais relativas ao funcionamento mínimo da universidade giram em torno de R$ 500 milhões, diante de um orçamento de apenas R$ 308 milhões.
Para além dos serviços das concessionárias, os demais contratos também estão em risco, informa a pró-reitoria de Finanças. A situação independe dos 90 dias durante os quais as empresas deveriam continuar oferecendo seus serviços, mesmo sem os repasses da universidade, de acordo com a legislação federal. “O prazo é irrelevante, porque as empresas não conseguem sustentar os serviços, na prática”, afirma o pró-reitor Helios Malebranche.
OS CORTES
A energia começou a ser interrompida na editora da universidade, no campus da Praia Vermelha, às 14h de 12 de novembro. Os cortes de água foram iniciados no prédio da reitoria, na manhã de 13 de novembro. Ambos os serviços só foram normalizados às 21h30 de 14 de novembro, informa o prefeito Marcos Maldonado. “Foi a maior crise que enfrentei aqui nos meus cinco anos e meio à frente da Prefeitura Universitária”, disse.
Em uma das unidades atingidas, o Edifício Jorge Machado Moreira — sede da decania do Centro de Letras e Artes, da EBA, da FAU e do IPPUR —, o corte de energia poderia ter causado um prejuízo ainda maior que a suspensão das atividades acadêmicas e administrativas.
“Graças a um lençol freático na área, o subsolo precisa ser frequentemente drenado”, explica o decano Afranio Barbosa. Só que um dos geradores que alimentam as bombas d’água precisou de manutenção justamente no segundo dia da falta de luz, quando choveu bastante na cidade. “Ficamos no limite”, completou o decano.
“A sala onde fica o gerador de energia para as bombas d’água é no subsolo. Quando elas não dão vazão, a água danifica o próprio gerador, o que leva à inundação da casa de força, também no subsolo, podendo queimar dois transformadores”, informou o docente.
PROJETO DE LEI
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) apresentou na última quinta-feira (21) um projeto de lei para impedir que concessionárias de serviços essenciais interrompam o fornecimento por falta de pagamento em hospitais e laboratórios de pesquisa científica com seres vivos. O texto de justificativa do PL cita o caso da UFRJ com a Light.
À COMUNIDADE
UNIVERSITÁRIA E
À SOCIEDADE
Engajados na vida universitária, nós, Professores Eméritos abaixo-assinados, não poderíamos nos calar diante dos recentes cortes de fornecimento de energia e água pelas empresas concessionárias, que tornaram visível a grave crise em que foi lançada a Universidade Federal do Rio de Janeiro, submetida a uma crescente asfixia financeira.
Na verdade, esta crise se arrasta há muito anos, desde os governos Temer e Bolsonaro. A UFRJ, assim como toda comunidade universitária e científica brasileira, tinha a expectativa e, até mesmo, a certeza de que o governo eleito em 2022, pelos compromissos por ele assumidos, disponibilizaria de maneira decidida e urgente os recursos indispensáveis tanto para saldar dívidas pendentes como para sanar carências acumuladas por esta universidade no que diz respeito à manutenção de prédios e laboratórios, à assistência estudantil e tantas outras.
As expectativas se frustraram, e a crise se aguçou. Em 28 de setembro de 2023, o Conselho Universitário aprovou uma moção, em que apelava para uma suplementação orçamentária, uma vez que “mantido o atual orçamento proposto na PLOA, a UFRJ fechará no ano que vem”. (https://consuni.ufrj.br/images/atas/CONSUNI_230928.pdf)
A situação, portanto, já era crítica e de conhecimento não apenas da comunidade universitária, mas também das autoridades governamentais. Passado um ano, porém, assistimos consternados à agravação de uma crise que esperávamos ver definitivamente superada. A asfixia orçamentária nos levou a uma dívida com a empresa concessionária de energia elétrica de R$ 31,8 milhões, decorrente de faturas não pagas em 2024, além de R$ 3,9 milhões em parcelas não quitadas de um acordo firmado em 2020. A isso somam-se as dívidas com a concessionária do serviço de abastecimento de água e com várias empresas contratadas para prestação de diferentes serviços. A degradação de nossas instalações é visível, a exemplo da Escola de Educação Física e Desportos, cujas aulas tiveram que ser deslocadas após o desabamento de um muro, sinalizando gravemente vários outros riscos ainda não sanados.
Diante da emergência decorrente do corte de fornecimento de energia, o Ministério da Educação veio a público, demonstrando, no entanto, sua insensibilidade ou sua total incompreensão em relação ao que efetivamente se passa. Após culpar os governos anteriores, omitindo que o orçamento de 2024, diferentemente do de 2023, foi elaborado pelo governo atual, insinua que as dificuldades não seriam decorrentes da falta de recursos, mas, sim, de problemas de gestão interna: “A gestão orçamentária e financeira das universidades federais é pautada pela autonomia garantida pelo artigo 207 da Constituição Federal. Assim, as instituições têm total liberdade para definir suas prioridades internas, incluindo a alocação de recursos, a gestão de contratos terceirizados e a execução de projetos, conforme suas necessidades e diretrizes institucionais.” (https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/11/12/ufrj-tem-corte-de-energia-eletrica-por-inadimplencia-diz-light.ghtml).
Lamentavelmente, repete-se a mesma tentativa do governo anterior de imputar à “má gestão interna” os problemas que enfrentamos. Caberia perguntar: com os parcos recursos disponíveis, qual seriam as prioridades? Pagar o fornecimento de eletricidade ou as bolsas dos estudantes pobres? Pagar o fornecimento de água ou a alimentação estudantil? Assegurar serviços de segurança ou de limpeza?
No momento em que o cumprimento do teto de gastos, imposto pelo eufemisticamente chamado “arcabouço fiscal”, é exigido pela grande imprensa corporativa e são anunciados novos cortes nas despesas e investimentos nas áreas de saúde, educação e direitos trabalhistas, a crise da UFRJ apenas denuncia a irresponsabilidade daqueles que pretendem impor à nação a continuidade de políticas que corroem nosso Estado e nossas instituições públicas, as universidades entre elas.
Sabemos que não faltam recursos ao Tesouro para atender às necessidades básicas, à educação, à saúde, à cultura, à manutenção de um meio ambiente equilibrado, à assistência social e a outros direitos sociais garantidos pela constituição e pela legislação vigente. Afinal, cerca de R$ 600 bilhões são dedicados anualmente a pagar uma dívida pública constituída, em grande parte, de juros acumulados – dívida que a recente elevação de 0,5% da taxa Selic, determinada pelo Banco Central, aumentou em nada menos de R$ 30 bilhões. Isso para não falar dos orçamentos secretos ou dos R$ 456 bilhões (4,9% do PIB) distribuídos com generosidade, sob a forma de subsídios, muitos deles para satisfazer a alguns poucos privilegiados.
Por essas razões, nós, Professores Eméritos da UFRJ, juntamo-nos às vozes e lutas de nossa comunidade universitária e de todos aqueles que sabem que as universidades públicas, gratuitas, de qualidade e comprometidas com as necessidades do povo brasileiro constituem um ingrediente essencial de qualquer projeto nacional digno deste nome. Reivindicamos, com firmeza, que o governo cumpra os compromissos assumidos com a educação, a ciência, a cultura e com a produção e a reprodução do conhecimento, convocando associações científicas, colegas de outras universidades, assim como toda a sociedade, para defender a integridade da universidade pública, como garantia do presente e do futuro do Brasil.
Rio de Janeiro,
15 de novembro de 2024
Adalberto Ramon Vieyra
Adelaide Maria de Souza Antunes
Ana Ivenicki
Ana Maria Ferreira
da Costa Monteiro
Antonio Carlos
Campos de Carvalho
Antonio Carlos Secchin
Antonio Giannella-Neto
Beatriz Becker
Carlos Aguiar de Medeiros
Carlos Bernardo Vainer
Carmen Lucia Tindó Secco
Celina Maria Moreira de Mello
Consuelo da Luz Lins
Dinah Maria Isensee Callou
Djalma Mosqueira Falcão
Edson dos Santos Marchiori
Eduardo de Faria Coutinho
Elba Pinto da Silva
Fernando Garcia de Mello
Francisco Radler
de Aquino Neto
Gilberto Barbosa Domont
Hatsaburo Masuda
Helio dos Santos Migon
Henrique Murad
Hilton Augusto Koch
Jorge Almeida Guimarães
Jorge Fernandes da Silveira
José Egídio Paulo de Oliveira
José Luis da Costa Fiori
José Mauro Peralta
José Paulo Netto
José Roberto Lapa e Silva
José Sergio Leite Lopes
Liu Hsu
Luiz Antônio Constant
Rodrigues da Cunha
Luiz Felipe Alvahydo
de Ulhoa Canto
Manuel Domingos
da Cruz Gonçalves
Marcello André Barcinski
Márcio Tavares d’Amaral
Marcos Roberto da Silva Borges
Maria Angela Dias
Maria Antonieta
Rubio Tyrrell
Maria Aparecida
Lino Pauliukonis
Marieta de Moraes Ferreira
Marlene Soares dos Santos
Muniz Sodré de Araújo Cabral
Nei Pereira Junior
Nelson Francisco Favilla Ebecken
Nelson Maculan Filho
Nelson Velho de Castro Faria
Olaf Malm
Otávio Guilherme Cardoso
Alves Velho
Paulo Alcantara Gomes
Paulo Mascarello Bisch
Raquel Paiva de Araújo Soares
Ricardo de Andrade Medronho
Sandoval Carneiro Jr.
Segen Farid Estefen
Sonia Gomes Pereira
Takeshi Kodama
Talita Romero Franco
Vera Lúcia Rabello
de Castro Halfoun
Volney de Magalhães Câmara
Willy Alvarenga Lacerda
Yvone Maggie de Leers
Costa Ribeiro
Fotos: Fernando souzaDocentes da UFRJ participaram na manhã de sábado (9) do último passeio do ciclo de visitas guiadas da AdUFRJ em 2024, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, na Gávea, Zona Sul carioca. Conduzidos pelo guia Douglas Liborio, formado pela UFRJ e doutorando em História Social na UFF, os professores puderam conhecer um pouco da rica e conturbada história da cidade desde a fundação, em 1º de março de 1565.
“O palacete que abriga o museu foi adquirido em 1889, no fim do Império, pelo Conde de Santa Marinha, e ele fez aqui uma grande reforma, iniciando o tratamento paisagístico desse belo jardim que vemos hoje. Era a época das grandes reformas de embelezamento na cidade, como no Campo de Santana, na Quinta da Boa Vista e no Palácio do Catete”, lembrou Liborio, no início da visita. O palacete fica no alto do Parque da Cidade, área preservada de 470 mil metros quadrados e pouco conhecida pelos próprios cariocas.
Criado em 1934, pelo então prefeito Pedro Ernesto, o museu tem mais de 25 mil peças, de joias e louças da família imperial a telas de artistas como Armando Vianna, Eliseu Visconti, Victor Meirelles e Antônio Parreiras. Um dos destaques é o estandarte original feito em seda usado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro de 1822 a 1831. Há espaços dedicados a prefeitos marcantes da cidade, como o médico Pedro Ernesto, com a reprodução de sua sala de jantar, e o engenheiro Pereira Passos, homenageado com objetos de seu escritório de trabalho e do seu quarto de dormir.
Frequentadora assídua dos passeios, a professora Susana Scheimberg, aposentada do Instituto de Matemática e da Coppe, espera que o ciclo continue em 2025. “Acho uma iniciativa maravilhosa. Sempre que eu puder, vou participar. É cultura, história e encontro”, disse ela, que elogiou o guia. “Ele não fala simplesmente do passado, mas sempre vincula as visitas ao presente. Eu sempre aprendo algo novo a cada passeio”.
Tudo foi novidade para o professor Argemiro Secchi, da Engenharia Química e da Coppe. “Essa visita me impressionou porque eu não conhecia essa região. O museu conta toda a história do Rio, é surpreendente. Acho que essa iniciativa tem que continuar, não pode parar, tem que ser expandida. É um projeto excelente da AdUFRJ”.
Uma notícia boa, professores: a AdUFRJ vai estender o projeto no ano que vem. “Já estamos aceitando sugestões dos professores para os passeios do novo ciclo”, adiantou a presidenta da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, presente à visita ao lado da diretora Veronica Damasceno. Alerta de spoiler. No final da visita, o guia Douglas Liborio adiantou que duas visitas programadas para 2025 são a Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho, e o Museu Casa de Benjamin Constant, em Santa Teresa. Vem mais passeio por aí.