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Professor Marcelo Paixão critica a universidade na mesa que discutiu as ações afirmativas no Brasil

Evento ocorreu no CT, dia 26

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O processo de adesão da UFRJ às ações afirmativas aconteceu com significativo atraso. Foi o que declarou o professor Marcelo Paixão, coordenador do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), durante o seminário “Identidade e Raça”, organizado pela Pró-reitoria de Pessoal (PR-4), no último dia 26.

“Em 2010, já eram inúmeras as instituições de ensino superior que possuíam sistemas de ingresso por cotas. Mais de 90, entre federais e estaduais. E a UFRJ, numa espécie de vanguarda do atraso, conseguiu chegar à primeira década do século XXI sem nenhuma medida para democratização do acesso ao ensino superior”, lembrou o docente.

Somente em agosto de 2010, o Consuni aprovou (para o ano seguinte) uma política de ingresso de estudantes de baixa renda familiar e oriundos do sistema público de ensino, sem cotas raciais, em seu concurso de acesso aos cursos de graduação. E apenas em setembro de 2012, o colegiado alterou as normas do ingresso para adequá-las à lei 12.711/12, que tornou obrigatória a reserva de vagas, com cotas raciais, para todas as universidades federais.

Má distribuição

Outro problema apresentado pelo professor é a má distribuição de alunos negros e oriundos das camadas mais pobres da sociedade em cursos mais concorridos. “Antes das ações afirmativas, já tínhamos 30% dos estudantes que provinham da escola pública. No entanto, eles não estavam na Medicina, por exemplo. Estavam no Serviço Social, na Letras”, disse.

População negra sofre com homicídios e estupros

Claudio Lopes, professor do Instituto de Química, que dedicou suas pesquisas acadêmicas à área forense (ele desenvolveu o Luminol brasileiro, substância incolor que é capaz de identificar o sangue que não é possível ser visualizado a olho nu), chamou atenção para os dois crimes mais cometidos contra negros pobres: homicídios e estupros. 

“Os negros sofrem dois tipos de discriminação: a social e a racial. Isto ajuda a perceber as razões que estão por trás dos crimes contra essa população. Em Alagoas, a cada um branco morto na juventude, 17 negros são assassinados. No Rio, São Paulo e Bahia, essa relação é de três negros para cada branco morto”, relatou.

No Rio, um estupro a cada duas horas

Ele mostrou alguns dados da pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): “Estudo do Ipea aponta que, em Alagoas, negros vivem 4 vezes menos que brancos. E que há um aumento de 8% nas chances de assassinato quando a cor da pele é negra”, afirmou. Ainda de acordo com os dados, no Rio de Janeiro ocorre um estupro a cada duas horas. A maior parte das vítimas são mulheres negras.

 

Revista em ônibus dialoga com o apartheid

No dia 20 de novembro, feriado dedicado à Consciência Negra, as emissoras de televisão e rádio, além de jornais impressos, destacaram em seus noticiários imagens de arrastões nas praias da zona sul. No fim de semana seguinte, a polícia anunciou a realização de revistas em todos os ônibus que fazem a ligação entre a zona norte e a zona sul da cidade nos fins de semana.  O objetivo seria “identificar menores que possam praticar furtos ou arrastões” nas praias. Anunciou, ainda, que menores que estiverem desacompanhados de responsáveis serão imediatamente encaminhados ao Conselho Tutelar.

Cerceamento ao direito de ir e vir

Marcelo Paixão observou que esta decisão da Secretaria de Segurança reflete “a dificuldade de democratizar efetivamente a nossa sociedade”. “Impedir as pessoas de chegarem à praia é cercear seu direito de ir e vir. Acho que o que aconteceu foi um grande retrocesso”.

Preconceito

Ele criticou também a discriminação de todo um grupo composto por pessoas pobres e negras. “Não se pode, a partir da ação de uma minoria, generalizar para todo um grupo. Esta é uma política que dialoga com o apartheid. Ninguém vai admitir que haja atividade delituosa, mas o grave nesse episódio é a criminalização de todo um grupo dizendo que jovens negros vão à praia fazer arrastão. Isso não é verdade. Esta é uma política de controle contra negros pobres das periferias”.

 

Universidade precisa se conhecer

13120263Denise Góes. Foto: Marco Fernandes - 26/11/2013Para que as ações e políticas tenham efetividade, é preciso saber qual o universo de alunos, professores e servidores negros na UFRJ. Hoje, a reitoria não tem essas informações, explica a técnica-administrativa Denise Góes, mediadora da mesa “Ações Afirmativas” no seminário da PR-4 e conhecida ativista do movimento negro.

“A PR-4 precisa fazer um movimento para que essas pessoas se autodeclarem, ao menos os trabalhadores da casa. Mas é preciso saber também onde estão os alunos cotistas. Essa política de ações afirmativas na universidade está incidindo sobre todas as áreas, ou somente para as clássicas (Pedagogia, História e Serviço Social)? A universidade precisa tomar essa tarefa para si e este seminário pode ser a porta de entrada para essa cobrança”, observa Denise, que trabalha na UFRJ há 24 anos e já fez parte da direção do Sintufrj em três gestões.

Assistente social da Faculdade de Odontologia e pós-graduada em História da África e do Negro no Brasil, Denise reconhece que há avanços na ocupação da população negra e pobre no ensino superior. Mas percebe que algumas áreas continuam fechadas à diversidade. “Na Faculdade de Odontologia, por exemplo, eu continuo não vendo alunos negros, exceto os do convênio Brasil-África. Odontologia é um curso caro e, como não existem políticas efetivas de acesso e permanência, mesmo os que passam pelas cotas não conseguem manter o curso”. Atualmente, no corpo de professores, não há nenhum negro naquela Unidade. “Em 80 anos de existência, só passou por lá um professor negro”, diz.

Sistema deve entrar em operação no primeiro semestre de 2014

Guilherme Karakida. Estagiário e Redação

Chama atenção de quem passa pela Cidade Universitária, nas proximidades do alojamento, um enorme canteiro de obras do consórcio da TransCarioca: via de 39 quilômetros que deverá ligar o aeroporto internacional à Barra da Tijuca. Existe a expectativa que o novo corredor expresso, que contará com uma estação dentro do campus, beneficie 320 mil passageiros diariamente. Ele deverá entrar em funcionamento ainda no primeiro semestre de 2014.

De acordo com o prefeito da UFRJ, Ivan Carmo, o BRT (Bus Rapid Transit) vai oferecer a conexão mais rápida entre a Cidade Universitária e os 14 bairros (Barra da Tijuca, Curicica, Ilha do Governador, Taquara, Tanque, Praça Seca, Campinho, Madureira, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Penha, Olaria e Ramos) atendidos pelo novo sistema. Também irá facilitar a integração com outros transportes. 

No projeto original, a universidade abrigaria duas estações pequenas: uma nos fundos do Hospital Universitário e outra no terminal existente. No entanto, ambas foram substituídas por um terminal de integração que ficará nas proximidades do atual. Quando isso ocorrer, o uso do espaço desativado ficará a cargo da Prefeitura Universitária.

Danos ao meio ambiente

Em relação aos danos ambientais provocados no Fundão pela construção da TransCarioca, Ivan observa que todos eles serão revertidos. “Fizemos um compromisso formal de recuperação da área com o consórcio responsável pela obra e com a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Foram cadastradas as espécies vegetais e será garantida sua preservação”, completou.

 

BRT é o melhor caminho?

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012), do IBGE, a população carioca perde em média 47,3 minutos para ir de casa ao trabalho. Diante do evidente fracasso do modelo de transporte rodoviário, Ivan Carmo foi questionado sobre a opção pelo BRT. Ele respondeu que a política de mobilidade urbana é responsabilidade do poder municipal. “À Universidade cabe a proposição de estudos científicos, avaliações de planejamento e desenvolvimento de novas tecnologias”. 

A UFRJ, no entanto, já encaminhou proposta à prefeitura municipal de  uma linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que conecte os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim. Em relação ao sistema Maglev (trem de levitação magnética), desenvolvido pela Coppe, o plano permanece em avaliação. “Temos um protótipo em construção, que conectará o Centro de Tecnologia (CT) ao CT2. O Maglev terá espaço de circulação garantido no Plano Diretor”, contou.  

 

Preocupação com acidentes

O início do funcionamento do BRT TransOeste no Rio de Janeiro foi conturbado: acidentes provocaram sete vítimas fatais desde a sua inauguração, em junho de 2012. Para impedir que isso se repita na Cidade Universitária, a Secretaria Municipal de Transportes implantará sinalização específica no campus. 

Campanhas educativas também serão promovidas para sensibilizar a comunidade universitária quanto ao comportamento seguro ao longo do BRT. O foco delas estará na travessia de pedestres e na conversão irregular, práticas que geram atropelamentos e colisões. 

Segundo o prefeito universitário Ivan Carmo, a operação do transporte, porém, não é de responsabilidade da UFRJ, e sim da prefeitura do município. “Nossa ação  consiste no acompanhamento do projeto com o objetivo de garantir todas as ações para evitar futuros transtornos”, explicou.

Eduardo Côrtes ganhou a eleição nos três segmentos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Antes e durante a campanha, ele se manifestou contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Posse está prevista para 19 de dezembro

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O professor Eduardo Côrtes, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Câncer, é o novo diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Côrtes, durante sua campanha eleitoral, e mesmo antes, em atividades políticas junto aos movimentos organizados da instituição, sempre defendeu um projeto autônomo para a gestão dos hospitais da UFRJ, especialmente o HUCFF. Agora, o professor terá oportunidade de pôr em prática seus projetos para solucionar a crise que assola aquela Unidade.

Eduardo Côrtes venceu a disputa nos três segmentos. É a primeira vez na história do HU que um diretor é eleito com tamanha representatividade. Entre os docentes, o resultado foi equilibrado: 101 votos para Côrtes contra 94 para o candidato Luiz Augusto Feijó, chefe da Divisão Médica do hospital. No segmento técnico-administrativo, 767 votos para Côrtes, contra 250 destinados ao opositor. Os estudantes, com 385 votos favoráveis a Côrtes (contra 70), coroaram a vitória do professor.

A eleição não foi paritária, ou seja, docentes tinham peso de 70%, técnico-administrativos e estudantes, 15% cada. Considerando este cálculo, Eduardo Côrtes obteve 60,4% dos votos válidos contra 39,6% de Luiz Augusto Feijó. Os números seriam homologados pelo Conselho de Administração do HUCFF no dia do fechamento desta edição (em 29 de novembro).

A posse do novo dirigente está marcada para 19 de dezembro.

 

Muito trabalho pela frente

O novo diretor do HUCFF disse que todos podem esperar muito trabalho e muito esforço de sua gestão: “Fiquei muito feliz em ter vencido nos três segmentos porque isso dá representatividade e demonstra uma liderança que é necessária para unificar todos em torno da reestruturação desse hospital. O resultado mostra a insatisfação com o quadro atual e a vontade de mudar”, destacou. Para o professor, sua posição contrária à Ebserh ajudou a definir a eleição: “A comunidade acredita que há outras possibilidades além da Ebserh e demonstrou isso nessa eleição”.

 

Avaliações políticas

Luiz Feijó, em um breve pronunciamento para o Jornal da Adufrj, afirmou que a expressiva vitória de seu opositor deve ser parabenizada e respeitada. Ele, que reconheceu a derrota logo após a contagem de votos da segunda urna (de um total de três), afirmou que o resultado expressa “a vontade da maioria que quer ver o hospital mudar”. “Eu desejo para o novo diretor muito sucesso”, complementou. Feijó abriu mão da contagem dos votos em separado dos dias 26 e 27, ou seja, de pessoas que se apresentaram para a votação, mas cujos nomes não constavam das listagens da eleição e que precisariam ser conferidos.

Francisco de Assis, coordenador geral do Sintufrj, considerou que esta vitória representa o não da comunidade do HUCFF à Ebserh: “A categoria (dos técnico-administrativos) se mobilizou contra o discurso de que os servidores são incompetentes para gerir o hospital. A resposta foi dada nas urnas: nós temos capacidade para administrar o nosso hospital”, disse.

Romildo Bomfim, diretor da Adufrj-SSind, falou que a vitória de Côrtes é extremamente significativa para os movimentos que lutaram contra a Ebserh: “Agora teremos à frente do HUCFF um diretor que nos últimos dois anos atuou frontalmente contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A empresa não é um assunto encerrado na universidade, então, é muito importante ter um diretor que enfrente o governo federal com uma proposta autônoma da UFRJ”.

Pelo DCE Mário Prata, a estudante Gabriela Celestino observou que a expressiva diferença nos votos dos estudantes significa não só o apoio à plataforma de Eduardo Côrtes, mas, principalmente, demonstra que o segmento não quer a Ebserh na direção dos hospitais universitários. “Além disso, na última gestão, não houve diálogo com os estudantes. Apostamos que nesta gestão conseguiremos mais espaço, afinal, a eleição demonstrou o quanto nós somos importantes na composição da comunidade do HU”.


Escravidão, fome, miséria, guerra, holocausto e exploração. Este é o trágico saldo de séculos de exploração colonial no continente africano e que, com o capitalismo internacional, ganhou novas formas. Um quadro histórico que recupera “a longa jornada de explorações e usurpações” por que tem passado a África desde o século XV é traçado no blog Panorâmica Social. O texto lembra os 300 anos de tráfico negreiro, quando “mais de 11 milhões de pessoas” foram sequestradas e vendidas como mercadorias no comércio internacional. Observa, ainda, que com “o Antigo Sistema Colonial perdendo espaço para o capitalismo industrial, era hora de compensar o fim da escravidão criando e garantindo mercados no combalido continente africano”. O artigo afirma: “Desde 1876, os países capitalistas da Europa traçaram fronteiras temerárias e criaram Estados à revelia dos africanos, colocando tribos e etnias diferentes num mesmo território, separando outras em territórios diferentes, o que certamente provocaria futuras guerras muito bem-vindas. Grandes empresas industriais e bancárias desses países europeus aproveitaram para assegurar o monopólio destes mercados e de suas matérias-primas.”

 

Veja mais

A Segunda Guerra Mundial desestabilizou os imperialistas europeus e possibilitou o processo de independência de algumas colônias africanas. 

Mas isto não significou o fim da exploração capitalista e da influência dos interesses das grandes corporações no continente. 

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Tentando eliminar a influência marxista entre os africanos que lutavam pela independência, os europeus e os Estados Unidos financiaram milícias fascistas, grupos separatistas e terroristas que combateram estes nacionalistas. 

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As guerras civis resultantes mataram milhões de pessoas no século XX, nos campos de batalha diretamente e indiretamente, quando agricultores que deveriam cultivar os alimentos nas fazendas destruídas pela sabotagem foram transformados em soldados ou milicianos.

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O resultado é até hoje sentido: um endêmico e resistente quadro de fome que nos remete às famosas imagens tristes de crianças famintas e esqueléticas

Mais em: http://migre.me/gO2ci.

 

Ipea: 60% dos negros não registram queixa porque não acreditam na polícia

Além do dado acima, a pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) conclui que o negro é duplamente discriminado no Brasil.

Pela sua situação sócioeconômica. Pela sua cor de pele. 

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Segundo a pesquisa, a taxa de homicídios de negros no Brasil é de 36 para cada 100 mil.

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Para não negros, diz a pesquisa, ela é de 15,2.

Conclusão: para cada homicídio de não negro no país, 2,4 negros são assassinados.

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Os dados do Ipea também mostram que a população carcerária do país é majoritariamente negra: são 252.796 negros e pardos, ante 169.975 não negros, conforme levantamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça.

eduO professor Eduardo Côrtes, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Câncer da Faculdade de Medicina, venceu a eleição para a diretoria do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Na apuração, encerrada agora há pouco, Côrtes superou em todos os segmentos seu concorrente, o diretor da Divisão Médica do HU, Luiz Feijó.

Entre os professores, foram 101 votos para Côrtes, 94 para Feijó, além de oito nulos e nenhum branco.

Entre os técnico-administrativos, foram 767 para Côrtes, 250 para Feijó, 25 nulos e dois brancos.

Já entre os estudantes, foram 385 para Côrtes, 70 para Feijó, sete nulos e quatro brancos.

O resultado ainda será homologado pelo Conselho de Administração do hospital amanhã (29 de novembro).

 

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