facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Em sessão realizada no dia 19, conselheiros criticaram o fato de o acordo ter sido preparado durante mais de um ano sem ser discutido pela comunidade acadêmica A assinatura do contrato entre a UFRJ e o BNDES para gestão do patrimônio da universidade foi o principal tema do último Consuni, dia 19. Conselheiros criticaram o fato de o acordo ter sido preparado durante mais de um ano sem ser discutido pela comunidade acadêmica. “Não sei o que poderíamos ter perdido se tivéssemos feito este debate aqui antes”, disse a estudante Thaís Zacharia. Sara Granemann, da Escola de Serviço Social, criticou a opção pela consultoria do BNDES: “É acertado investir em assistência estudantil, um espaço cultural público e infraestrutura. Mas não é alvissareira a abertura mais explícita da relação da universidade com o mercado”, afirmou. “Só é admissível com muitas condicionalidades”, completou. Um dos integrantes do grupo de trabalho que assessorou a reitoria na negociação com o banco, o professor Vicente Ferreira, do Instituto Coppead-UFRJ, explicou que qualquer vazamento de informação poderia comprometer a validade da licitação: “A melhor forma de a universidade aproveitar seus recursos é gerar o máximo de competição entre investidores. É importante que a divulgação das informações ao mercado se dê no mesmo instante”, completou. O contrato tem como objetivo avaliar ativos imobiliários da UFRJ e preparar um modelo de exploração econômica dos espaços “O que estamos tratando é de uma consultoria. Ao contrário do que saiu em alguns meios de comunicação, não estamos decidindo nada sobre cessão de área A, B ou C”, afirmou o reitor Roberto Leher. O aviso da licitação da consultoria foi divulgado no Diário Oficial da União, dia 16. A sessão pública para apresentação das propostas dos interessados será em 7 de agosto. Conforme informou o Boletim da Adufrj, os recursos provenientes de eventuais concessões deverão ser devolvidos à universidade em contrapartidas, como obras ou serviços de infraestrutura acadêmica e assistência estudantil. Ericksson Almendra, professor da Coppe, disse que entendia a preferência pelas contrapartidas em vez de dinheiro — hoje, a verba das concessões feitas pela UFRJ é recolhida ao Tesouro Nacional e, se não houver autorização orçamentária do governo, não retorna para a universidade. Mas observou que a contrapartida em obras não favorece a gestão: “Teríamos mais flexibilidade se trocássemos por recursos financeiros”. Questionado sobre a participação dos colegiados superiores nos desdobramentos da licitação, Leher respondeu: “Toda decisão será tomada por este conselho e pelo Conselho de Curadores”. Ele não disse quanto espera arrecadar com a iniciativa, mas deixou claro que acredita em um valor significativo: “Estes ativos valem muito”.

A UFRJ Nautilus, equipe de robótica submarina, representará o Brasil na maior competição internacional de automação naval: a Robosub, em agosto, nos Estados Unidos. No torneio, robôs submarinos autônomos (AUVs) desenvolvidos por 47 instituições de ensino executarão provas de processamento de imagem, manipulação de objetos e lançamento de torpedos. Será a segunda participação da Nautilus, que em 2016 se tornou a primeira equipe da América Latina na disputa. As provas serão num tanque da Marinha americana. Nosso competidor no tanque é o robô BrHUE, controlado por inteligência artificial e fabricado nos  laboratórios da UFRJ, ao custo de R$ 50 mil, com apoio de empresas parceiras.Os AUVs executam tarefas variadas. Podem medir a concentração de coliformes fecais na Baía de Guanabara, reparar plataformas de petróleo e analisar correntes submarinas. “Ele pode ficar durante meses, 24 horas por dia, coletando dados de forma muito precisa”, afirma Willian Xavier, coordenador da Nautilus e aluno de Engenharia Naval. Cláudio Baraúna, professor da Engenharia Naval e orientador da Nautilus, ressalta a altíssima tecnologia do robô, primeiro AUV criado no Brasil em nível universitário. A equipe da UFRJ tem 30 alunos de diversos cursos, de engenharia a relações internacionais, e 13 deles viajarão. Uma campanha de financiamento arrecadou R$ 43 mil para ajudar a cobrir os gastos da viagem.

O dramático impacto dos cortes orçamentários e as cobranças aos políticos deram o tom dos debates da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que acontece até sábado em Maceió. Houve sessões com candidatos ao Planalto ou seus representantes. Na quarta, Rafael Resende, ministro de Ciência e Tecnologia no governo Lula, representou o petista, que está preso. Para hoje eram esperadas participações, por vídeo, de Marina Silva e Geraldo Alckmin. Foi lançada a publicação “Políticas Públicas Para o Brasil que Queremos”, que reúne pontos a serem debatidos com presidenciáveis e candidatos ao Legislativo.  “A ideia é que essas proposições sirvam de parâmetro para discussões”, explicou o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira. Ele lamentou o corte de recursos e citou como exemplo as pesquisas sobre a relação entre Zika e a microcefalia, que hoje correm risco de estagnação. Na abertura do encontro, no domingo, o ministro da Educação, Rossieli Soares, foi vaiado. Na sessão comemorativa dos 70 anos da SBPC, segunda-feira (23), o físico Sergio Mascarenhas questionou  o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab: “O senhor falou que a inovação está crescendo, mas ela está sendo destruída. Seria maravilhoso se Vossa Excelência fosse o herói que poria fim à destruição do setor”.  Para o professor Felipe Rosa, diretor da Adufrj que participa do evento, o diferencial é a reflexão sobre a redução orçamentária: “Mesmo em palestras em que esse não é o assunto central, o cenário de cortes aparece como principal fonte de preocupação”. A SBPC homenageou  Elisaldo Carlini, professor  da Unifesp que estuda uso medicinal da maconha e foi acusado de apologia às drogas. Os outros homenageados foram o físico  José Leite Lopes, a psiquiatra alagoana Nise da Silveira e a socióloga Ana Maria Fernandes, os três já falecidos.

Uma boa notícia para os professores com mais de 75 anos que sofreram reajuste de 42,5% no plano Unimed: após a Adufrj anunciar que ingressaria na Justiça contra o aumento abusivo, a administradora de benefícios informou que conseguirá a migração dos docentes para outra apólice da mesma empresa, com valores menores. A mudança, porém, só seria viabilizada em setembro para quem fizer a opção até 15 de agosto. A assessoria jurídica da Seção Sindical vai aguardar a confirmação do desconto; caso contrário, vai orientar os docentes a entrar com a ação na Justiça. A migração ou a ação judicial não são iniciativas automáticas: é importante que todos os prejudicados pelo reajuste de 42,5% falem com a Adufrj (3884-0701 ou 2260-6368) e com o corretor Miguel Gomes (98463-0886). Se necessário, será marcado mais um plantão jurídico especial para esclarecimentos. A Seção Sindical continua em busca de planos mais vantajosos para os professores.

Um dos rankings universitários mais prestigiados do mundo, o THE (Times Higher Education) mostrou a UFRJ fora das dez  melhores universidades latino-americanas Um dos rankings universitários mais prestigiados do mundo, o THE (Times Higher Education) mostrou a UFRJ fora das dez melhores universidades latino-americanas. É a primeira vez que isso acontece. A UFRJ era a 5ª do ranking em 2016, caindo para a 8ª colocação em 2017 e para a 12ª este ano, segundo dados divulgados na semana passada. Para tentar entender o fenômeno, que preocupa a comunidade universitária, o Boletim da Adufrj analisou os números, olhou outras publicações do gênero, ouviu especialistas e professores da UFRJ. A primeira coisa a dizer é: a UFRJ não piorou. A nota da universidade foi 74,8, quase a mesma de 2017 (74,6) e maior que os 73,3 que garantiram o 5º lugar de 2016. A nota segue estável, com ligeira elevação. Mas, para decifrar rankings, é preciso olhar o desempenho individual e o do conjunto. Num setor a cada dia mais competitivo, ser estável não garante posição, e outras universidades avançaram mais. Em 2016, só as três primeiras tinham pontuação acima de 80; em 2018, as sete primeiras superavam essa marca. A PUC-Rio, 6ª em 2016, com 70,5 pontos, foi a 7ª em 2018, com 80 pontos.  Na comparação entre as federais, Unifesp, UFMG e UFRGS melhoraram suas notas e superaram a UFRJ. Unicamp e USP, com mais de 85 pontos, se revezam na ponta. CRITÉRIOS PARA NOTA O ranking THE tem credibilidade internacional consolidada, segundo especialistas ouvidos pelo Boletim da Adufrj. Analisa tanto indicadores subjetivos (reputação e prestígio), como objetivos, tais como publicações e pesquisa. As notas são distribuídas em cinco eixos: ensino (36%), pesquisa (34%), citações (20%), perspectiva internacional (7,5%) e renda da relação com a indústria (2,5%). Em 2018, as notas da UFRJ cresceram em pesquisa e citações, se mantiveram estáveis em internacionalização (embora menores que em 2016). Houve uma pequena queda em ensino e uma redução maior na transferência de conhecimento para indústrias. “Rankings não são absolutos, mas é preciso saber o que houve. Não tenho clareza. Talvez possamos criar uma comissão para analisar isso”, afirma Luiz Pinguelli Rosa, professor e diretor de Relações Institucionais da Coppe. A diretora da Escola Politécnica, Claudia Morgado, considera que cada universidade tem seus pontos fortes.  “Públicas são diferentes das particulares, e grandes são diferentes das pequenas”, pondera. Por outro lado, diz a docente, é bom ser avaliado para saber o que pode melhorar. “Também é preciso saber se a UFRJ forneceu adequadamente os dados solicitados”, lembra. Para especialistas em avaliação, é consenso que a UFRJ precisa estar atenta a temas como inovação e internacionalização – decisivas numa área de grande competição como a universidade. É o que destaca a professora do IFCS Maria Celina de Oliveira Barbosa, coordenadora do Lapes, Laboratório de Pesquisa em Ensino Superior, formado por pesquisadores de vários estados. Segundo ela, a internacionalização não é tratada como deveria, o que prejudica contratos e projetos. “Ficar parado na nota, quando todos competem para melhorar, não é uma coisa boa”, afirma. A docente associa a queda no quesito renda da indústria à crise da Petrobras, com quem a UFRJ tem parcerias variadas. Coordenador da Rankingtacs – Rede Brasileira de Pesquisa em Rankings, Índices e Tabelas Classificatórias na Educação Superior –, Adolfo Ignacio Calderón diz que a UFRJ se mantém como uma universidade de alta qualidade, com problemas proporcionais a seu tamanho, modelo de financiamento e gestão padronizada. “Em tempos de restrições orçamentárias, é premente maior eficiência na utilização dos recursos, diversificar fontes de financiamento e construir uma cultura empreendedora na captação de recursos e prestação de serviços”, avalia Calderón, professor titular da PUC-Campinas. Segundo ele, universidades estrangeiras estão oferecendo serviços no Brasil, enquanto as nossas não se inserem de modo agressivo na economia do conhecimento. Existem cerca de 60 rankings nacionais e mais de 20 internacionais. A posição da UFRJ varia em cada um deles. No QS, britânico, ela está em 7º na América Latina. No ARWU, chinês, entre as 400 primeiras em todo o mundo. No RUF, realizado pela “Folha de S.Paulo” com universidades brasileiras, a UFRJ está em 1º. Para Sabine Righetti, coordenadora do RUF, professora de Gestão Pública da FGV-SP e pesquisadora da Unicamp, os rankings têm pela frente o desafio de incorporar critérios novos, como diversidade. Ela lembra que as universidades brasileiras dominam rankings latino-americanos, mas estão longe do topo nos internacionais. A UFRJ informou que repassou dados ao THE e que a Pró-Reitoria de Pós-Graduação analisará os resultados. Destacou que, mesmo com redução expressiva de verbas, seus pesquisadores venceram prêmios e houve melhora de indicadores relevantes, como o aumento de 25% da produção intelectual.
 

Topo