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Assaltos aconteceram na sexta-feira da semana passada; roubos e sequestros-relâmpago preocupam comunidade acadêmica Novos episódios de violência marcaram a última sexta-feira (23) na Cidade Universitária. Por volta de 14h40, um Siena branco foi roubado, próximo ao Cenpes. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador). Pouco depois, criminosos levaram o carro de uma jovem nas imediações do Clube de Empregados da Petrobras, segundo informou uma funcionária do local. Mas o assalto não foi comunicado para a delegacia da Ilha ou para a Divisão de Segurança da UFRJ. Os recentes roubos e sequestros-relâmpago no Fundão preocupam a comunidade acadêmica. Para melhorar a segurança do campus, a reitoria informa que estuda a adesão ao Proeis, programa que permite usar PMs de folga no patrulhamento, pagos por uma entidade parceira. No Fundão, seriam a Petrobras e o Parque Tecnológico.

Tese sobre glossário científico inédito para surdos recebe prêmio de Ações Afirmativas da UFRJ Moradora de Laranjeiras, a professora Vivian Rumjanek, do Instituto de Bioquímica Médica, passava diariamente pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos no mesmo bairro. Um dia, pensou em convidar alguns daqueles estudantes para frequentarem a universidade. Estava lançada ali a semente do Projeto Surdos-UFRJ, criado em 2005. A tentativa inicial foi adaptar para os surdos os cursos experimentais de curta duração já feitos com estudantes da rede pública, uma atividade de extensão mais antiga do próprio IBqM (Instituto de Bioquímica Médica). “Imaginamos que bastaria conseguir um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e as coisas iriam fluir da melhor maneira possível”, explica a pesquisadora Julia Barral, que participa do projeto desde o começo. “Mas quando os intérpretes entraram no laboratório, os termos simplesmente não existiam”, completou. Julia teve a ideia de criar sinais científicos na linguagem daquele público. Uma iniciativa inédita à época, no Brasil, com a metodologia científica empregada. “Explicamos o que é a palavra, mostramos a imagem e desenvolvemos o sinal”, informou a pesquisadora. Passados 13 anos, existem glossários científicos sobre quatro temas: célula; sangue; sistema imune; e fertilização e embriogênese. Cada um possui entre 100 e 120 sinais, mas a maioria foi produzida pelo grupo do instituto que envolve biólogos, intérpretes e surdos. Para agilizar o processo, o fascículo mais recente, da fertilização, passou a ser feito com sinais da linguagem britânica (British Sign Language), em parceria com um instituto escocês. “Estamos testando a aceitação dos sinais estrangeiros e verificamos que é possível internacionalizar uma linguagem científica”. O processo de criação dos glossários científicos em Libras foi descrito em tese de doutorado, defendida por Julia em janeiro de 2016, no Programa de Pós-graduação em Química Biológica do instituto. O título da tese, “Admirável Mundo Novo: a Ciência e os Surdos”, brinca com a obra-prima do escritor inglês Aldous Huxley. A sugestão foi da professora Vivian, sua orientadora: “Huxley descreve um mundo distópico. Sonhamos com um mundo utópico, mais inclusivo”, afirmou a professora. No início deste mês, a tese obteve o primeiro lugar no Prêmio Ações Afirmativas da universidade. Um alento para pessoas como Lorena Assis, 30 anos, que perdeu a audição na infância por uma meningite. Ela ingressou na iniciativa do IBqM em 2006, como estudante de iniciação científica, e hoje é monitora dos cursos: “Antes, era mais difícil. As pessoas não sabiam muitos sinais científicos. As barreiras estão caindo”.  

Adufrj lança vídeo com homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no dia 14 de março. Os crimes ainda não foram solucionados. Exigimos respostas!

No encerramento do mês internacional de luta das mulheres, Adufrj lança vídeo com homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), brutalmente assassinada no dia 14 de março. O crime ocorreu menos de uma semana depois da tradicional marcha do dia 8 de março _ quando a Adufrj iniciou a campanha "A Luta pela Paz é Feminina", destacando o protagonismo das mulheres na busca por uma sociedade mais justa e igualitária. Duas semanas após a execução de Marielle e seu motorista Anderson Pedro Gomes, os crimes não foram solucionados. Exigimos respostas: quem matou Marielle? Apuração Já!

Professores reclamam da falta de equipamentos e computadores, principalmente nos novos módulos. Docentes dividem salas de trabalho com até cinco colegas, e infraestrutura acumula problemas “A gente anda pra cima e pra baixo carregando um monte de tralha”. Assim Marta Sousa, professora da Faculdade de Educação, resume o cotidiano de trabalho na Praia Vermelha. As reclamações sobre infraestrutura vão da falta de bebedouro até falta de giz e computador nas salas. Módulos recém-construídos contam com 39 salas, mas todas sem equipamentos eletrônicos nem laborató rio. Marta Souza conta que providenciou até a conexão de internet. “Você quer uma aula mais interativa, usar uma imagem ou pegar link da internet e não tem como. Até a internet eu que preciso levar para dentro de sala”, reclama. A professora Teresa Gonçalves, também da Educação, considera “inaceitá- vel” o estado dos módulos novos. “Dou aula na pós-graduação. A sala é pequena e não tem quadro”, conta. A Educação é uma das graduações completamente transferidas para os módulos; só o setor administrativo funciona no Palácio. O professor Alexis Saludjian, do Instituto de Economia, avalia que os problemas decorrem de duas ordens: uma temporária, por causa das obras; e uma permanente, diante do corte de verbas na educação. “É importante que as obras ocorram, mas ao mesmo tempo impõem desafios organizacionais”, diz. As reclamações sobre o Palácio são parecidas com as dos módulos; há muitas salas em que os professores são obrigados a carregar o data-show e computadores. Na avaliação do professor André Villas-Boas, da Escola de Comunicação, falta preservação do prédio, datado do século XIX. “Os problemas são falta de espaço físico e manutenção. Dou aula numa sala em que o suporte do quadro ficou dois anos caindo. A solução foi tirar. Preciso carregar giz de uma aula pra outra. Tomadas não funcionam, e não é complicado consertar”, diz. O Palácio passa por constantes obras, as últimas iniciadas em maio de 2017, mas não são suficientes. Os corredores estão ocupados por cadeiras empilhadas, principalmente no Instituto de Economia. A Praia Vermelha abriga os cursos de Educação, Comunicação, Ciências Contábeis, Serviço Social, Psicologia, Economia, Administração e Relações Internacionais. No Palácio, funcionam a Escola de Comunicação, o Instituto de Economia e a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. Carlos Frederico Rocha, professor da Economia, divide a sala de trabalho com até cinco colegas. Para ele, o problema não é só orçamento. “Tivemos uma expansão da PV muito grande. Trazem mais cursos para cá sem infraestrutura adequada”, afirma. Sobre a falta de material didático nos módulos, ele observa que os equipamentos já foram comprados, mas não instalados. “O problema, na real, é de gestão”.     Uma reunião está marcada para quinta-feira, 29 de março, para discutir a infraestrutura do campus. O decano do CCJE, Vitor Iorio, disse que se pronunciaria após a reunião. Por e-mail, a reitoria informou que as questões estruturais levaram em consideração a distribuição de aulas e que foi criado um condomínio para cuidar do assunto.  

Muito antes de entrar na vida pública, Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada no dia 14, já enxergava na educação uma ferramenta contra a desigualdade social. Por onde passou como aluna, tentou fortalecer a ponte entre a universidade e a comunidade. O boletim da Adufrj reconstituiu parte de sua trajetória acadêmica por meio dos depoimentos de três professores. Aluna de um pré-vestibular na Maré, Marielle fez Ciências Sociais na PUC e mestrado na UFF. No meio do caminho, passou pelo Instituto de Economia da UFRJ para uma especialização em Responsabilidade Social e Terceiro Setor, em 2009, onde teve aulas com a presidente da Adufrj, Maria Lúcia Werneck. “Ela tinha um a postura muito participativa. Chamou atenção a qualidade do trabalho final. Muita gente nem entrega”, lembra Maria Lúcia. No mestrado, Marielle pretendia dar continuidade à monografia de especialização, sobre milícias. Mas as UPPs atraíram o foco. A dissertação “UPP: a redução da favela a três letras” usa o conceito de Estado Penal e defende que a política de segurança atuou para fazer uma “limpeza” do Rio para os Jogos Olímpicos e a Copa, explica a orientadora de Marielle no mestrado em Administração da UFF, Joana Ferraz. Para a orientadora, a marca do trabalho é pensar teórica e criticamente a violência nas favelas. “Ela entendia educação como arma contra as desigualdades sociais, uma ferramenta de luta”, avalia. INTERESSE POR MOVIMENTOS SOCIAIS Marielle fez o pré-vestibular comunitá- rio do Centro de Estudos e Ações Solidá- rias da Maré (Ceasm) em 1999. À época, Eliana Sousa e Silva, uma das fundadoras do pré e da ONG Redes da Maré, referência em trabalho social, ensinava redação. “Marielle era curiosa, interessada nas questões coletivas”, recorda Eliana, que viu ali uma opção latente pelas Ciências Sociais. “Oferecíamos atividades e vivências com movimentos sociais. Ela participava sempre”. Servidora aposentada da UFRJ, Eliana conta que o pré-vestibular do Sintufrj, nos anos 1980, inspirou o projeto do Ceasm. “Apenas 0,5% dos moradores da Maré chegava à universidade. Muita gente da UFRJ se engajou. Queríamos mudança real para as pessoas”. Antes do Prouni, a PUC oferecia bolsas a alunos de baixa renda. Lá o professor Ricardo Ismael, diretor do curso de Ciências Sociais, conviveu com Marielle por dois anos. “Ela veio para o meu grupo de estudo sobre desigualdade social. Foi bolsista de iniciação científica do CNPq e orientanda na monografia”, conta. “Mesmo com a dificuldade de morar longe e já ter uma filha, era muito focada no ensino e na pesquisa”, conta. Ele foi convidado por Marielle para ir à Maré. “Fui para falar sobre Celso Furtado e passei o dia. Ela me levou para conhecer o Observatório de Favelas e o bloco da Maré. Em 20 anos no Rio, foi minha primeira vez na comunidade”, conta.

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