facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Samantha Su
Estagiária e Redação 

13620033 677705882387560 96756890907259768 nFoto: Bernardo Guerreiro/Mídia Ninja

Amigos e colegas de curso da Faculdade de Letras realizaram um ato em memória de Diego Vieira Machado nesta quarta, 6 de julho. Na noite de sábado (2), o corpo do rapaz foi encontrado próximo à residência estudantil da UFRJ com sinais de espancamento.

O protesto reuniu cerca de trezentas pessoas que saíram da Letras até o Centro de Tecnologia, para dialogar com os novos alunos da universidade – no prédio, ocorre a recepção aos calouros. De lá, o cortejo caminhou de volta à Letras. Palavras de combate à homofobia, ao racismo e ao fascismo dominaram a atividade.

13620079 677705879054227 4164268342463706906 n

Diego, que era morador do alojamento, veio de Belém do Pára para o Rio de Janeiro com o objetivo de cursar Letras, mas buscava transferência para o curso de Comunicação. Ele era negro e LGBT e uma das suspeitas da polícia é que tenha sido assassinado por crime de ódio.

Coletivo LGBT fundado no curso

Na reunião que planejou o ato, na semana passada, os estudantes da Letras fundaram o coletivo LGBT do curso. Cartazes pintados na concentração da atividade foram colados pelo prédio da unidade e transmitiam a dor e a insegurança dos estudantes. Na sexta-feira (8), no fim da tarde, será realizado também um sarau no gramado da faculdade. Amigos e familiares vão declamar poemas escritos por Diego.  

IMG 0475Foto: Samantha Su

Capes estabelece metodologia que prejudica repasses à área de Humanas

Samantha Su
Estagiária e Redação

A recente mudança no financiamento dos programas de pós-graduação, pela Capes, deixou indignada a área de Ciências Humanas das universidades. Na UFRJ, a medida prejudica, por exemplo, os cursos da Faculdade de Educação.

Em 2014, a verba do programa de pós da Unidade chegava a cerca de R$ 60 mil. Ano passado, foram recebidos apenas 25% deste valor. Para este ano, a nova metodologia indica um montante ainda mais reduzido, explica a coordenadora do programa de pós-graduação em Educação da UFRJ, Patricia Corsino.

Ela questiona a sobrevivência da pesquisa no Brasil, com a diminuição dos recursos para custear vindas de professores para as bancas; para a ajuda de custo para os alunos irem a eventos científicos divulgar suas pesquisas; para a compra de materiais e equipamentos e para a contratação de pequenos serviços de reparos de equipamentos, entre outras despesas: “Como faremos tudo isso com as reduções que estamos observando? Haverá queda nas produções para apresentação em eventos científicos? Faremos bancas compostas de pesquisadores só do Rio? Como continuar produzindo com condições de trabalho cada vez piores? Qual o impacto de tudo isso na nossa nota de avaliação quadrienal da Capes?”, questiona.

A coordenadora prossegue sua crítica: “A diminuição de recursos não atinge apenas a verba Proap (do programa de apoio à pós-graduação) e Proex (voltada para os programas de excelência acadêmica, com notas 6 e 7), mas o quantitativo de bolsas para estudantes e professores, os recursos destinados aos editais de pesquisa etc. Há um círculo muito complexo em curso que evidencia uma precarização da pós-graduação no Brasil”, observa.

Os novos critérios

Um dos novos critérios limita a concessão de recursos a um “teto” de alunos, por mestrado e doutorado (39 e 41, respectivamente). Ou seja, se o programa tiver 100 mestrandos e 60 doutorandos, vai receber o mesmo multiplicador de outro curso que tenha permanecido no limite estabelecido pela agência de fomento.

O cálculo teria sido feito com base na média total de matriculados nos programas de pós-graduação entre março de 2015 e março de 2016, conforme informado pela Plataforma Sucupira, banco de dados da própria Capes.

Em ofício, o órgão do governo justifica a mudança com o objetivo de “reduzir as desigualdades acentuadas entre cursos novos (com menor percentual de bolsistas) e cursos mais antigos.” Só que a medida resulta em cortes muito desiguais nas diferentes áreas, especialmente aquelas ligadas às humanidades.

“Só em 2016, tivemos 56 matrículas novas no mestrado e 37 no doutorado. Assim, como no mestrado o teto é 39, este é o multiplicador, independentemente, do número de entrada de alunos. Nosso programa tem aumentado gradativamente por duas importantes razões: pelo aumento no número de professores efetivos na Faculdade de Educação (hoje com cerca de 130), e demanda do campo educacional. Em 2015, foram mais de 500 candidatos (de mestrado e doutorado) e 93 (18% dos inscritos) conseguiram passar”, explica Patrícia Corsino. Segundo ela, hoje, menos de 20% dos alunos possuem bolsas. A nova regra da Capes deixa o cenário pior.

Patrícia ainda expõe que o fator limite de alunos irá prejudicar também o corpo docente de orientadores: “Hoje, temos 40 professores no PPGE. Não temos como oferecer apenas essa quantidade de vagas. Esbarramos no número mínimo e máximo de alunos que cada professor deve orientar. O que significa que estamos em um dilema: continuaremos a credenciar professores? Diminuiremos o número de matrículas para não ultrapassar muito o teto estipulado para o repasse de recursos?”, questiona. Segundo ela, a faculdade apostava no crescimento: “Temos optado por manter o aumento gradativo do PPGE com novos credenciamentos e com cada professor orientando entre 3 e 8 alunos. Temos clareza da importância da nossa produção de conhecimento e da nossa inserção social e estamos resistindo por acreditar na qualidade do que fazemos. Mas nos perguntamos até quando vamos poder resistir”, desabafa. 

Em artigo divulgado pela Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (Anped), o professor João Batista Carvalho Nunes da Universidade Estadual do Ceará analisou o impacto das recentes normas da Capes nos Programas da área. Segundo a pesquisa, dos 125 cursos de Mestrado Acadêmico em Educação, 92,8% sofrerão prejuízos. A mediana de mestrandos em educação no país é de 71 alunos. No doutorado, o prejuízo na pós-graduação em educação não é menor. Dos 67 cursos no país, 54 seriam prejudicadoss, 80,6% do total de cursos. A mediana dos alunos chega a ser 85,4% superior à concebida pela Capes, com 76 alunos.

Segundo dados da Anped, dos programas com nível 6 e 7 na área da educação — que recebem Proex e passam por um cálculo diferente —, somente 11% não terão mudanças drásticas por conta da alteração da Capes. A Anped enviou um ofício ao presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, e aos pró- reitores de Pesquisa e Pós-graduação das universidades públicas do país solicitando a revisão dos critérios.

Medida dificulta o cumprimento do PNE

Para Patrícia Corsino, uma das perdas mais relevantes para o PPGE-UFRJ diz respeito à contribuição para a educação básica: “Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) é, até 2014, formar 50% dos docentes da Educação Básica em nível de pós-graduação. Sem investimento nos PPG em Educação, não há como atingir tal meta. Cabe ressaltar que o PPGE-UFRJ há mais de quatro décadas vem qualificando professores, tanto para atuarem no nível superior (70% dos doutores egressos e 30% dos mestres egressos), quanto na Educação Básica (30% dos doutores egressos e 70% dos mestres egressos). Mais de 80% dos nossos egressos atuam na Educação Pública”, diz.

Diferença de valor também por área

Outro critério apresentado pela Capes na nova metodologia de repartição dos recursos é a diferenciação de valor de custeio por área. O primeiro grupo, das ciências biológicas, agrárias e exatas, da saúde e das engenharias, receberá 20% mais que o segundo, das ciências humanas, sociais e aplicadas, letras e artes.

A Capes considera que as áreas do primeiro grupo deveriam receber mais verbas, pois “envolvem mais experimentação, manutenção de laboratórios, saídas de campo, dentro outras atividades”. Patricia Corsino discorda: “Entendemos esta divisão como uma distorção do que seria prioridade em investimento de pesquisa. Uma forma dicotômica de pensar a Ciência, que coloca as Ciências Humanas e Sociais em segundo plano”.

A Anped forneceu dados sobre a participação das áreas de ciências humanas na pós sob os novos critérios: “A definição de prioridades entre as áreas para distribuição de recursos significou uma diminuição da participação dos recursos da área de ciências humanas de 15% do total em 2015, para 5% do total de 2016”, diz a nota da Anped, que critica a falta de diálogo da Capes para estabelecer os novos critérios de financiamento.

A nota da Capes por curso é a terceira regra do financiamento. Mas Corsino questiona a avaliação dos programas pela entidade: “O PPGE-UFRJ tem nota 5, portanto, recebe verba proporcional a esta nota. Temos conseguido avançar nas produções, mas na última avaliação, por exemplo, tivemos ‘muito bom’ em todos os quesitos, mas a nota se manteve em 5. Quando enviamos recurso à Capes, a resposta foi que a área havia dado nota 6, mas que o Conselho Técnico Científico da Capes havia mantido a nota 5. O que evidencia um limite pré-estabelecido para um número de programas 6 e 7”, conta a docente.

Segundo a Capes, um bolsista da área de humanidades pode ganhar de R$ 1.200 a R$ 1.400, conforme a nota da sua pós-graduação na Capes, enquanto um bolsista das áreas de saúde e exatas receberá, na mesma progressão de nota, de R$ 1.550 a R$ 3.000.


Diretoria da Adufrj lamenta morte de estudante

 

943976 10208572062569601 3744615269597541445 nFoto: reprodução do Facebook

A diretoria da Adufrj divulga nota (abaixo) sobre a morte do estudante Diego Vieira Machado, no último sábado (2). O corpo de Diego foi encontrado com sinais de espancamento nas proximidades do alojamento, na ilha do Fundão. 

Com muita tristeza e indignação, recebemos a notícia do brutal assassinato de Diego Vieira Machado, estudante da UFRJ, no Campus do Fundão. Vamos acompanhar a apuração do ocorrido e prestamos nossa solidariedade à família, às amigas e aos amigos.

Este é um momento de comoção e de muita preocupação para a comunidade universitária. Estamos à disposição para dar todo o apoio que for necessário e para participar da busca de soluções para os problemas enfrentados por nossa universidade, em especial pelas alunas e pelos alunos da UFRJ.

Diretoria da Adufrj


Ponte do Saber será fechada dia 18 de julho para veículos pequenos. Mudança, para facilitar o trânsito das equipes olímpicas, deverá complicar cotidiano da comunidade universitária

Samantha Su
Estagiária e Redação 

O tráfego no Fundão vai sofrer mudanças por conta das Olimpíadas. A Ponte do Saber será fechada a partir do dia 18 de julho, entre 6h e 15h, para veículos pequenos. Apenas transportes coletivos terão acesso à via neste horário; carros serão multados.

A mudança irá redirecionar o trânsito interno para as saídas da Linha Amarela e da Avenida Brasil. Mas o período das aulas ainda não estará formalmente encerrado, o que deve causar transtornos à comunidade universitária: “O fluxo diminui por conta do fim de semestre e das férias escolares. Sabemos que, de 18 de julho a 5 de agosto, quando iniciará o feriado olímpico, será ruim, mas é a única maneira, pois é determinação da Prefeitura do Rio”, afirma a assessoria da Prefeitura Universitária. Na mesma data do fechamento da ponte, caminhões serão proibidos de entrar na Cidade Universitária. Os acessos à Linha Amarela, do Méier até a Cidade Universitária, serão bloqueados a partir de 25 de julho.

Além das alterações nas entradas e saídas da Cidade Universitária, faixas de trânsito pintadas da cor verde já sinalizam onde os motoristas poderão transitar. A “faixa compartilhada”, tracejada, é liberada para o trânsito em geral, mas proíbe o estacionamento.  Haverá, ainda, “uma faixa prioritária”, com linha contínua, onde apenas carros autorizados, ônibus e táxis vão circular. A restrição passa a valer no dia 31 de julho, quando a CET Rio começará a aplicar as multas no valor de R$ 1,5 mil.

O objetivo, segundo a Prefeitura Universitária, é facilitar a via para os atletas, patrocinadores e equipes em geral. Nesta quarta (6), será divulgado um mapa com a demarcação das faixas no Fundão.


Colegas homenageiam Diego Vieira Machado

Com uma faixa estendida na entrada do Centro de Tecnologia, prédio onde ocorre a matrícula dos calouros, os estudantes da UFRJ prestam homenagem ao colega Diego Vieira Machado, nesta segunda-feira (4). Na noite de sábado, dia 2, o corpo de Diego foi encontrado com sinais de espancamento nas proximidades do alojamento, na ilha do Fundão.

A investigação preliminar da polícia indica crime motivado por preconceito. Diego era negro, LGBT e morador do alojamento. Formalmente matriculado na Letras, pretendia transferência para a Escola de Comunicação.

O DCE Mário Prata vai realizar uma série de atividades esta semana para cobrar mais segurança nos campi da UFRJ. O ponto culminante será um ato na próxima sessão do Conselho Universitário, às 9h de quinta-feira.

Topo