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Exposição da Coppe explora o mundo da ciência

Samantha Su
Estagiária e Redação

Ao longo de 2016, quem passar pelo bloco I do Centro de Tecnologia da UFRJ poderá conhecer algumas das mais inovadoras tecnologias e pesquisas desenvolvidas pela Coppe. A exposição, denominada Exploradores do Conhecimento, tem por objetivo ampliar a divulgação científica do instituto.

Escolhemos  projetos que  respondem a desafios  globais e locais. A exposição mostra bem isso: um dos projetos é voltado para descobrir a origem do universo, resultado de uma parceria com o CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) — maior laboratório de física de partículas do mundo, localizado na Suíça. Outro mostra como buscamos produzir biofármacos, terapias celulares e vacinas, com tecnologia nacional, cujo objetivo é ampliar o acesso (destes produtos) à população e reduzir gastos do país com importação. Também apresentamos projetos para melhorar a mobilidade de centros urbanos e reduzir impactos no meio ambiente”, declarou o diretor da Coppe, Edson Watanabe.

Dividida em dez grandes temáticas — como artes, nanotecnologia, matéria e meio ambiente —, a iniciativa contou com o esforço de transformar complexas inovações da ciência em linguagem acessível para o grande público. Watanabe explica o desafio: “Os coordenadores das pesquisas e projetos selecionados foram entrevistados por jornalistas e, a partir dessas entrevistas, foram elaborados os textos-guias exibidos na exposição e os aparatos interativos, painéis ilustrativos, simuladores, multimídias, enfim, tudo o que está exposto nos 15 nichos. Foi muito importante a atuação de jornalistas científicos para ajudar a traduzir a linguagem hermética dos professores em algo de mais fácil compreensão por leigos (incluindo professores de outras áreas)”, contou, por e-mail, à reportagem. 

Veja fotos da exposição: Exploradores do Conhecimento

Chamam atenção, na mostra, os robôs Luma, Doris e Rosa, responsáveis por controlar a fauna e flora de fundos de rios, a abertura de válvulas em represas hidrelétricas e até monitorar plataformas de petróleo. Outro destaque é um mecanismo que, através da fluorescência, é capaz de rastrear paletas de cores nas pinturas para verificação de sua autenticidade. O veículo conduzido por magnetismo, denominado MagLev Cobra, também faz parte da exposição.

“Exploradores do Conhecimento” tem como público-alvo estudantes de ensino médio e fundamental, “os maiores frequentadores do Espaço Coppe”, segundo o diretor do instituto, para incentivar os jovens a se engajarem no mundo da ciência. Não por acaso, a exposição foi aberta neste dia 16 de fevereiro, quando o calendário letivo está sendo retomado em boa parte dos colégios no Rio. Serão ofertadas visitas guiadas com acompanhamento de monitores de terça a quinta, das 13h às 16h.

Para Edson Watanabe, a difusão científica é uma ação fundamental para popularizar e democratizar o conhecimento, além de “prestar contas à sociedade do trabalho que é realizado na Coppe,  do qual  muito nos orgulhamos”, concluiu. Segundo ele, as iniciativas expostas “resultaram em importantes contribuições para a ciência, para o país e para a sociedade, resultados de pesquisas de ponta que apontam caminhos para responder a desafios do presente e do futuro”. 

Estudantes e professor da Escola de Educação Física e Desportos reclamam do forte odor e do risco de contaminação

Texto: Samantha Su (estagiária) e Redação

A poluição da Baía de Guanabara é assunto que tem recebido bastante destaque na mídia em geral por conta da futura realização das provas de vela no local, durante as Olimpíadas deste ano. Mas se a qualidade da água preocupa atletas deste esporte que aqui treinarão e vão competir por apenas alguns meses, o que dizer de quem trabalha às suas margens há décadas? Os resíduos trazidos até a costa do campus do Fundão, da UFRJ, atrapalham, por exemplo, as aulas no Ginásio de Lutas da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD).

“Eu dou aula há 35 anos e isso sempre foi um problema. Mas agora é mais absurdo, porque, com a chegada dos Jogos e os investimentos nos campos de rugby e hóquei (que estão sendo construídos ao lado do bandejão central da universidade), é inevitável não comparar as prioridades do governo”, reclama o professor de karatê e meditação, Almir Menezes. O professor também se preocupa com a possibilidade de proliferação de doenças: “Estamos vendo campanhas contra o mosquito da dengue e, ao nosso lado, acumula-se lixo com água”, relata.

“Nós temos uma aula de vela aqui, um esporte olímpico que poderia ser aproveitado na universidade, mas ela é muito vazia. Muitos estudantes deixam de pegar a matéria por conta das condições do ensino de vela na baía”, observou Péricles Bernardo, estudante da licenciatura. 

“Há dias em que você desce no ponto de ônibus e já sente o fedor. O ginásio é o mais afetado pela proximidade, mas, em período pós-chuva ou de mormaço, o cheiro sobe para o prédio inteiro. Várias vezes assistimos à aula com cheiro de peixe morto pela janela”, explicou Fátima Paulino Fernandes, aluna também de licenciatura.

“Eu dou aula de meditação. Agora, pensa comigo: uma aula de meditação com cheiro de material orgânico em putrefação? Não dá para se concentrar. Chego a desistir e pedir a meus alunos que pensem no cheiro, já que não tem como esquecê-lo”, brinca o professor Almir. 

Pelo visto, nada vai mudar

O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), assinado em 1991, em cooperação técnica com o governo japonês e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), consumiu milhões de reais. Ainda assim, até hoje apenas 40% do esgoto despejado na Baía é tratado, segundo dados do programa divulgados pela Cedae. 

A Prefeitura da UFRJ tem a responsabilidade de limpeza da orla, para recolhimento dos detritos que chegam ao local, trazidos pela maré. “Quando a quantidade é excessiva, a Comlurb auxilia com o envio de caminhões”, limitou-se a informar a assessoria do órgão.

 


 

Série especial

Neste número, o Boletim da Adufrj inaugura uma série especial que vai tratar de problemas de infraestrutura (física e/ou de pessoal) encontrados na universidade. Se você, professor(a) da UFRJ, quiser relatar algum problema em sua Unidade, envie seus contatos e um resumo da situação para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Texto e fotos: Elisa Monteiro
Enviada especial a Curitiba (PR) 

Já na abertura do Congresso, antes do debate de conjuntura, o presidente da entidade, Paulo Rizzo, destacou o momento adverso de perda de direitos sociais tanto pela agenda conservadora em pauta no Congresso Nacional, quanto pela sinalização do Executivo de reformas antipopulares nos campos trabalhista e previdenciário.

Rizzo citou ainda o veto presidencial à Auditoria da Dívida. Para o dirigente, por outro lado, as lutas do último período, como a dos secundaristas paulistas contra a proposta de fechamento de escolas feita pelo governo Alckmin (PSDB); das mulheres contra o PL 5.069 (do deputado Eduardo Cunha, do PMDB) e contra aumento das tarifas do transporte público dão novo fôlego à resistência contra a retirada de direitos. “Sem dúvida, uma das principais razões para estamos aqui é discutir o lugar que o Sindicato ocupará nessa conjuntura”.

Pela CSP-Conlutas, Paulo Barela enfatizou o acirramento global da luta de classes, traçando um paralelo entre a morte do menino que fugia da guerra na Síria e a das crianças kaiowás, vítimas da disputa fundiária no Brasil. Barela surpreendeu parte da plateia afirmando categoricamente que no país, diferentemente da França e da Grécia, não existem movimentos organizados fascistas. Em sua visão, o debate sobre impeachment ou não é uma questão interna à direita.


Números do Congresso

Seções sindicais: 74
Delegados: 356
Observadores: 74
Convidados: 6
Diretores: 33
Total de 469 participantes


Solidariedade a Adlène Hicheur

Ainda no primeiro dia de Congresso, docentes aprovaram moção de solidariedade ao professor Adlène Hicheur, do Instituto de Física da UFRJ. Em apoio ao pesquisador franco-argelino que enfrenta uma campanha midiática xenófoba pela sua expulsão do país, o movimento docente lançou um “Fica, professor!”.


Impressões da delegação

IMG 7217 para siteMariana Trotta - Foto: Elisa MonteiroMariana Trotta participa pela segunda vez do Congresso do Andes-SN e se candidatou a delegada, pois avalia que a intervenção da Adufrj-SSind no maior fórum da categoria, no qual se definem a centralidade da luta e ações do Sindicato Nacional, é muito importante para fortalecer um polo classista em defesa da educação pública. Sua expectativa é que o II Encontro de Educação, política defendida por ela e outros professores que assinam texto de contribuição ao Congresso, ajude a aglutinar e construir uma agenda comum com todos os setores da Educação, dos docentes do ensino básico aos terceirizados das universidades. Sua avaliação inicial do Congresso é positiva, uma vez que diferentes perspectivas têm espaço para se expressar.

IMG 7195 para siteTatiana Rappoport - Foto: Elisa MonteiroTatiana Rappoport está pela primeira vez em um encontro do Andes-SN. A docente se voluntariou como delegada para melhor conhecer o movimento sindical da categoria. Sua expectativa era de uma reunião com mais participantes. Como aspecto positivo do encontro, Tatiana elencou a pluralidade de visões e diferentes pontos de vista no espaço. Por outro lado, em sua visão, as formulações pecam pela superficialidade. “Eu não consigo entender uma análise de conjuntura que só fala sobre o que está fora. Não há autocrítica nas avaliações”, disse, se referindo ao debate sobre a greve de 2015. Tatiana aponta ainda para a carência de propostas, por exemplo, para superar o problema de não negociação do governo com o Sindicato.

Estudantes e professor da Escola de Educação Física e Desportos reclamam do forte odor e do risco de contaminação

Texto: Samantha Su (estagiária) e Redação

A poluição da Baía de Guanabara é assunto que tem recebido bastante destaque na mídia em geral por conta da futura realização das provas de vela no local, durante as Olimpíadas deste ano. Mas se a qualidade da água preocupa atletas deste esporte que aqui treinarão e vão competir por apenas alguns meses, o que dizer de quem trabalha às suas margens há décadas? Os resíduos trazidos até a costa do campus do Fundão, da UFRJ, atrapalham, por exemplo, as aulas no Ginásio de Lutas da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD).

“Eu dou aula há 35 anos e isso sempre foi um problema. Mas agora é mais absurdo, porque, com a chegada dos Jogos e os investimentos nos campos de rugby e hóquei (que estão sendo construídos ao lado do bandejão central da universidade), é inevitável não comparar as prioridades do governo”, reclama o professor de karatê e meditação, Almir Menezes. O professor também se preocupa com a possibilidade de proliferação de doenças: “Estamos vendo campanhas contra o mosquito da dengue e, ao nosso lado, acumula-se lixo com água”, relata.

“Nós temos uma aula de vela aqui, um esporte olímpico que poderia ser aproveitado na universidade, mas ela é muito vazia. Muitos estudantes deixam de pegar a matéria por conta das condições do ensino de vela na baía”, observou Péricles Bernardo, estudante da licenciatura. 

“Há dias em que você desce no ponto de ônibus e já sente o fedor. O ginásio é o mais afetado pela proximidade, mas, em período pós-chuva ou de mormaço, o cheiro sobe para o prédio inteiro. Várias vezes assistimos à aula com cheiro de peixe morto pela janela”, explicou Fátima Paulino Fernandes, aluna também de licenciatura.

“Eu dou aula de meditação. Agora, pensa comigo: uma aula de meditação com cheiro de material orgânico em putrefação? Não dá para se concentrar. Chego a desistir e pedir a meus alunos que pensem no cheiro, já que não tem como esquecê-lo”, brinca o professor Almir. 

Pelo visto, nada vai mudar

O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), assinado em 1991, em cooperação técnica com o governo japonês e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), consumiu milhões de reais. Ainda assim, até hoje apenas 40% do esgoto despejado na Baía é tratado, segundo dados do programa divulgados pela Cedae. 

A Prefeitura da UFRJ tem a responsabilidade de limpeza da orla, para recolhimento dos detritos que chegam ao local, trazidos pela maré. “Quando a quantidade é excessiva, a Comlurb auxilia com o envio de caminhões”, limitou-se a informar a assessoria do órgão.

 


 

Série especial

Neste número, o Boletim da Adufrj inaugura uma série especial que vai tratar de problemas de infraestrutura (física e/ou de pessoal) encontrados na universidade. Se você, professor(a) da UFRJ, quiser relatar algum problema em sua Unidade, envie seus contatos e um resumo da situação para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

35º Congresso do Andes-SN: Educação e direitos são o foco para 2016

Texto e foto: Elisa Monteiro
Enviada especial a Curitiba (PR) 

Um diagnóstico duro sobre as perspectivas políticas para o Brasil, no próximo período, foi ponto de convergência entre diferentes análises de conjuntura expressas por docentes no primeiro dia do 35º Congresso do Andes-SN, que se realiza em Curitiba (PR) de 25 a 30 de janeiro. As avaliações sobre como reagir frente ao cenário adverso, contudo, apontaram diferentes caminhos.

As proposições mais radicais de ruptura com o sistema e greve geral para 2016 tiveram seu espaço. A contribuição do texto nº 2, do professor André Mayer (Adufop – Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Ouro Preto (MG)), por exemplo, explicitava a “impossibilidade objetiva de qualquer conquista significativa dentro dos marcos da ordem do capital”. Os docentes favoráveis a uma linha mais moderada, de crítica ao ajuste fiscal e de posicionamento do Sindicato Nacional contra o impeachment de Dilma, também. “Acreditamos que o Sindicato deve manter sua independência política, mas não pode se abster sobre a tentativa de golpe da direita ao governo. Não tem como separar a luta pela democracia e contra o impeachment da por direitos e contra o ajuste (fiscal)”, afirmou um dos redatores do Texto de Apoio nº 3.

Ao final do debate, prevaleceu a indicação da direção nacional de prioridade para a luta em defesa do caráter público, democrático, gratuito, laico e de qualidade da educação. Assim como a valorização do trabalho docente, dos serviços públicos e de seus direitos. O texto de resolução da diretoria nacional (TR-1) recebeu 197 votos.

A segunda formulação mais votada, 60 adesões, foi defendida por grupo de professores da UFRJ. O TR-8, aprovado na última assembleia geral da Adufrj (no dia 11), deixava mais claro o foco em “uma agenda da classe trabalhadora para a educação pública no Brasil” e na importância da construção do II Encontro Nacional de Educação. Os demais textos de resolução receberam votações bem menos expressivas, com 5, 11 e 8 votos (TR-5, TR-6 e TR-7, respectivamente).

Reverter o isolamento

A questão das alianças necessárias para o momento adverso também ganhou relevo. Enquanto parte dos docentes aposta no direcionamento das energias para consolidação da Central Sindical construída com apoio do Andes-SN, a CSP- Conlutas, a maioria das intervenções no plenário e dos textos de apoio (publicados no caderno do encontro) indicou a ampliação do espectro de aliados, com destaque para os demais sindicatos dos servidores federais (SPF) e para movimentos sociais mais atuantes no último período.

“Falar em resistência aos ataques que os trabalhadores vêm sofrendo sem falar do MTST não existe”, argumentou Maíra Mendes (Adusc – Associação de Docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz (BA)), uma signatária do texto de apoio nº 4, em defesa da participação do Andes-SN na frente de movimentos “Povo sem medo”. Em outro momento, Josevaldo da Cunha (da Seção Sindical da Federal de Campina Grande (PB)) lembrou que a participação na central sindical não impede que o Andes-SN atue junto a mais atores em outras frentes. Na prá- tica, a polêmica voltará à discussão nas plenárias do Congresso sobre plano geral de lutas e apoios a movimentos.

Greve: um balanço ainda penoso

Não por acaso, “a intensificação do trabalho de base” integra a proposta de resolução da diretoria (ver abaixo). Embora todas as intervenções (ao microfone ou do caderno de textos) apontem para a intransigência e a indisposição para o diálogo por parte do governo, críticas à condução da greve pela direção do Andes-SN também se fizeram presentes. Novamente, as opiniões não foram uniformes.

Para parte dos docentes, o resultado aquém das expectativas no final da greve se deveu à falta de radicalidade do movimento. Isto é, carência de ações diretas. Enquanto isso, outros professores avaliam que o erro do Sindicato Nacional foi se isolar em relação aos demais setores do funcionalismo federal que estavam ou em greve, ou em mobilizações outras, no mesmo período da paralisação docente. Muitas falas afirmaram que a extensão da última greve (de fins de maio a meados de outubro de 2015) foi expressão de força. Outras observaram uma adesão de base menor que em 2012.

 



Texto de centralidade da luta docente aprovado no 35º Congresso

“Defesa do caráter público, democrático, gratuito, laico e de qualidade da educação, da valorização do trabalho docente, dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores, com a intensificação do trabalho de base e fortalecimento da unidade classista com os movimentos sindical, estudantil e popular, na construção do projeto da classe trabalhadora”.

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