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Todas as exigências aprovadas no conselho local foram descumpridas

Camila Damasceno, integrante do Centro Acadêmico de Medicina da UnB, esteve na UFRJ nos últimos dias: conversou com colegas, participou de debates e teve a chance de falar ao Conselho Universitário do último dia 26. Sua missão: alertar para os problemas da Ebserh, que toma conta de seu local de ensino desde janeiro deste ano.

O detalhe é que Camila chegou a ajudar na aprovação da Ebserh pela UnB: “Fiz um voto (favorável à contratação) pragmático sobre o que me convenceram que seria a única alternativa para o meu hospital universitário. E o que houve, de lá para cá, foi que todas as garantias que nos deram foram descumpridas”, disse ao Consuni do dia 26. 

Em debate, mais informações

Dois dias antes do Consuni, a estudante de Medicina compareceu a dois debates sobre a Ebserh, no Teatro de Arena do CCS e em auditório do bloco E do CT. Sem a limitação de tempo do colegiado, Camila pôde dar mais detalhes dos prejuízos que a empresa causa: “Os problemas (do Hospital Universitário de Brasília) não só não foram resolvidos, como se agravaram”, disse.

De acordo com a jovem,  setores considerados “menos produtivos”, isto é, com menor potencial para gerar lucro, estão sendo desmontados. “É claro que não dá lucro. Mas a função é ensino, não lucro”. As residências de otorrino, pediatria e radiologia passaram a ser realizadas em unidades fora da universidade. “O trabalho de otorrino, além de responder a uma enorme demanda social, em todo o Centro-Oeste, era de excelência”, destacou. Enquanto isso, a cardiologia, que possibilita tratamentos caros, destaca Camila, “obteve 16 concursos”.  (Elisa Monteiro)

Baixa no time da Ebserh

O professor Amâncio Paulino de Carvalho pediu desligamento do cargo de assessor do reitor Carlos Levi. Ele funcionava como uma espécie de consultor para assuntos da saúde vinculado ao gabinete. Nessa condição, exercia o lobby da Ebserh junto ao núcleo de decisões do Executivo da UFRJ. Amâncio também teria solicitado licença não remunerada de seis meses da universidade. Nesta instituição, ele possui duas matrículas, uma como professor, outra como médico. Amâncio teria tomado a decisão na quinta-feira, insatisfeito com a condução que o reitor estaria dando ao debate sobre o futuro dos hospitais universitários. O professor estaria cada vez mais desconfortável com o desenho da nova conjuntura cuja tendência é a de arrancar a Ebserh do cenário da UFRJ.

 

Ilustre

Presença raríssima em reuniões do Conselho Universitário, o professor Luiz Pinguelli Rosa apareceu na quinta-feira no auditório do CT.

Pinguelli estava acompanhado de Fernando Peregrino.

Deixou o recinto logo depois da chegada do grupo de estudantes incendiando a sessão.

 

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Estreia

Maria Malta estreou com vitória sua temporada como representante do CCJE no Consuni.

 

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Rota de Fuga

Parte do estacionamento que ocupa uma área nos fundos do CT foi interditada para dar passagem ao carro do reitor Carlos Levi.

 

Viagem

O professor Mauro Dória (CT) viajou para defender a Ebserh. 

Citou Napoleão e foi até a revolta da vacina no Brasil (início do século XX) para justificar medidas antipopulares.  

Acabou citando (de forma enviesada) Paulo Freire, jurando que “às vezes, o oprimido é o opressor...”. 

Entendeu aí?

 

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Ficou para ele

Coube ao Pablo Benetti levar para casa o abacaxi “Ebserh” destinado ao reitor pelos técnicos-administrativos.

 

Desinformado...quem?!

O professor Segen Estefen atribuiu às “desinformações das redes sociais” a oposição à Ebserh. 

O conselheiro não ficou sem resposta.

André Augustin, da APG, lembrou que, depois de oito meses, a reitoria resolveu atender às solicitações de audiências públicas para discutir o tema.

 “Estive em todas as audiências e não vi o professor Segen em nenhuma delas”, registrou Augustin.

O vigor da mobilização da comunidade universitária fez história nesta quinta-feira 26, na UFRJ. A presença de quase mil estudantes, técnicos e professores no auditório do Centro de Tecnologia no campus do Fundão arrancou da pauta do Conselho Universitário a deliberação sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), como previa a convocação da reunião. Trata-se de uma vitória política inquestionável diante de forças poderosas interessadas em transferir para a empresa a gestão de hospitais da rede da universidade.

Diante da pressão contra a  empresa criada pelo MEC, o reitor Carlos Levi recuou da agenda prevista e se disse favorável “a encaminhar solução mais consensual”. A massa de pessoas atraídas ao CT – há anos o auditório não recebia tanta gente – impressionou tanto que, ao encerrar a sessão, o reitor anunciou que chamaria interlocutores da comunidade em busca de solução que represente “o sentimento da maioria da UFRJ”.

O colegiado desta quinta mostrou a capacidade de mobilização e a unidade dos três segmentos que dão vida à UFRJ. Foi a vitória de valores éticos, de quem defende a universidade pública e a autonomia universitária sobre um setor invertebrado da universidade que se curva às imposições do governo, traduzidas pelas determinações do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

As palavras de Carlos Levi prometendo esforços em busca do diálogo foram recebidas com cautela pelo movimento. O reitor não deixou claro que descartará a proposta de contrato com a empresa.  No curso desse exaustivo processo de discussão – no qual os movimentos têm procurado esclarecer e neutralizar a ameaça de se mercantilizar os hospitais universitários – a reitoria tem irradiado autoritarismo. E o custo não tem sido baixo, com a tentativa de se atropelar regimentos e estatuto e de dividir a UFRJ.

Plebiscito

Representações de várias universidades federais vieram acompanhar a reunião do conselho. A expectativa é grande pela importância da UFRJ que abriga a maior rede de HUs do país. Portanto, as decisões tomadas aqui terão influência sobre outras instituições federais de ensino. No seio desse debate, surgiu com força o tema da democracia. E uma das propostas recorrentes em várias intervenções feitas no plenário da sessão foi a de realização de um plesbiscito – se este for o caminho necessário para tornar mais incontestável ainda o repúdio da UFRJ à Ebserh. 

Pressão atropela Ebserh

Reitor promete nova agenda de reuniões e buscar uma solução que traduza o “sentimento da maioria da universidade em relação à sustentação dos hospitais” da UFRJ. Movimento quer plebiscito sobre a empresa

Antes, manobra da administração tentou encerrar colegiado

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O reitor Carlos Levi recuou da decisão de bater o martelo sobre um modelo de gestão para os HUs da UFRJ, na sessão do Conselho Universitário do último dia 26. Pressionado por um mar de gente que tomou o auditório do CT, local excepcionalmente escolhido para aquela reunião do colegiado, o dirigente deixou de lado a pauta que ele mesmo escreveu, da qual constava “deliberação sobre as propostas apresentadas”.

 Levi, ao encerrar a sessão, afirmou que chamará as representações da comunidade para traçar um cronograma de ações que traduzam o “sentimento da maioria da UFRJ em relação à sustentação dos hospitais”. Por outro lado, o reitor não deixou claro se descartará a proposta de contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, modelo privatizante do governo federal. Também não  manifestou se acatará a realização de um plebiscito junto à comunidade sobre o tema, conforme proposto pelo movimento. 

Vitória política

A proposta da empresa não foi completamente afastada, mas o resultado da reunião significou uma vitória política inquestionável diante de forças poderosas interessadas em transferir para a empresa a gestão de hospitais da rede da universidade.

O plenário mostrou a capacidade de mobilização e a unidade dos três segmentos que dão vida à UFRJ. Foi a vitória de valores éticos, de quem defende a universidade pública e a autonomia universitária sobre um setor invertebrado da universidade que se curva às imposições do governo, traduzidas pelas determinações do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

As palavras de Carlos Levi prometendo esforços em busca do diálogo foram recebidas com cautela pelo movimento. No curso desse exaustivo processo de discussão – no qual os movimentos têm procurado esclarecer e neutralizar a ameaça de se mercantilizar os hospitais universitários – a reitoria tem irradiado autoritarismo. E o custo não tem sido baixo, com a tentativa de se atropelar regimentos e estatuto e de se dividir a UFRJ.

Tentativa de encerrar sessão 

Um exemplo ocorreu no último Consuni: a reitoria insinuou a suspensão dos trabalhos já no início da sessão, a partir de um pedido de vistas do vice-reitor Antônio Ledo. Só que o procedimento era incompatível com regimento interno que limita vistas à primeira sessão em que uma matéria é apresentada ao plenário do Consuni (não era o caso). Constrangido, o reitor admitiu, em seguida, que pedia a suspensão da discussão com o objetivo de “evoluir para uma proposta que unificasse a base da nossa universidade”. 

“Pela responsabilidade que tem a questão, pela importância que nos apresenta – e esse movimento reflete exatamente esse aspecto: sua repercussão e importância – , acho que devemos, em nome do interesse maior da universidade, buscar uma proposta que possa envolver de uma maneira mais ampla as expectativas e os interesses do conjunto da universidade. Esse é o momento de reflexão profunda”, justificou o reitor. 

 Em seguida, Levi citou a necessidade de “desenvolver uma discussão que envolva outros parceiros, outras participações. E que possa, de fato, construir um modelo para atender às necessidades atuais graves dos nossos hospitais”. Mas não entrou em detalhes.

 

Proposta da PR-4 tem base no texto dos movimentos

A Pró-reitoria de Pessoal (PR-4) apresentou um conjunto de cinco itens para contornar o problema de pessoal nas unidades de saúde da UFRJ. Trata-se de um texto cujas bases podem ser encontradas na “Proposta de Modelo de Gestão para o Fortalecimento dos HUs”, lançada pelas entidades representativas da UFRJ (e divulgada na edição nº 814 do Jornal da Adufrj).

As proposições foram incorporadas às demais a serem analisadas pelos conselhos sobre alternativas para o modelo de gestão dos HUs da UFRJ. 

A primeira formulação refere-se a um edital para concursos de médicos e enfermeiros, ainda em vigência: “A proposta é que a gente homologue o resultado de todos os aprovados para possamos chamar, no período de dois anos, que é o período da validade do concurso, quantos médicos e quanto enfermeiros possíveis pelo Regime Jurídico Único”, justificou o pró-reitor Roberto Gambine.

 A pró-reitoria defendeu ainda a abertura de seleção simplificada, nos moldes da lei 8.745/93, “que é a mesma lei que contrata professor substituto”, disse o pró-reitor, para que se inicie o processo de substituição do pessoal extraquadro. “Se o governo não liberar as vagas, que ele assim o diga e que ele assim o faça, e que ele assim responda aos órgãos de controle”, argumentou. 

Além disso, haveria “controle dos recursos orçamentários e extraorçamentários” destinados às unidades hospitalares pelas pró-reitorias de Planejamento e de Desenvolvimento e de Gestão e Governança; o fortalecimento do Grupo de Trabalho instituído pela reitoria para administrar o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) com a incorporação da assessoria da PR-4; e a manutenção de uma comissão, aprovada pelo Consuni, para acompanhamento das ações naquele HU. 

Mobilização atropela Ebserh e impõe recuo do reitor na UFRJ

O vigor da mobilização da comunidade universitária fez história nesta quinta-feira 26, na UFRJ. A presença de quase mil estudantes, técnicos e professores no auditório do Centro de Tecnologia no campus do Fundão arrancou da pauta do Conselho Universitário a deliberação sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), como previa a convocação da reunião. Trata-se de uma vitória política inquestionável diante de forças poderosas interessadas em transferir para a empresa a gestão de hospitais da rede da universidade.

Diante da pressão contra a  empresa criada pelo MEC, o reitor Carlos Levi recuou da agenda prevista e se disse favorável “a encaminhar solução mais consensual”. A massa de pessoas atraídas ao CT – há anos o auditório não recebia tanta gente – impressionou tanto que, ao encerrar a sessão, o reitor anunciou que chamaria interlocutores da comunidade em busca de solução que represente “o sentimento da maioria da UFRJ”.

O colegiado desta quinta mostrou a capacidade de mobilização e a unidade dos três segmentos que dão vida à UFRJ. Foi a vitória de valores éticos, de quem defende a universidade pública e a autonomia universitária sobre um setor invertebrado da universidade que se curva às imposições do governo, traduzidas pelas determinações do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

As palavras de Carlos Levi prometendo esforços em busca do diálogo foram recebidas com cautela pelo movimento. O reitor não deixou claro que descartará a proposta de contrato com a empresa.  No curso desse exaustivo processo de discussão – no qual os movimentos têm procurado esclarecer e neutralizar a ameaça de se mercantilizar os hospitais universitários – a reitoria tem irradiado autoritarismo. E o custo não tem sido baixo, com a tentativa de se atropelar regimentos e estatuto e de dividir a UFRJ.

Plebiscito

Representações de várias universidades federais vieram acompanhar a reunião do conselho. A expectativa é grande pela importância da UFRJ que abriga a maior rede de hospitais universitários do país. Portanto, as decisões tomadas aqui terão influência sobre outras instituições federais de ensino. No seio desse debate, surgiu com força o tema da democracia. E uma das propostas recorrentes em várias intervenções feitas no plenário da sessão foi a de realização de um plesbiscito – se este for o caminho necessário para tornar mais incontestável ainda o repúdio da UFRJ à Ebserh. 

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