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20191011 180437Foto: Arthur BomfimUm protesto contra a censura promovida pelo governo federal em ações culturais mobilizou professores, políticos, artistas e intelectuais, no dia 11. Eles se reuniram em frente ao Centro Cultural do Banco do Brasil, no ato “Escolha Cultura”.
Uma das participantes, a professora Tatiana Roque, do Instituto de Matemática, ex-presidente da AdUFRJ, e coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, teve sua palestra “Por que acreditar na Ciência?” suspensa na Caixa Cultural, espaço da Caixa Econômica Federal, conforme divulgado na edição anterior do Jornal da AdUFRJ.
“Esse ato está sendo muito importante para juntar o pessoal da cultura e da universidade, para mostrar que esse movimento de censura e de perseguição ao pensamento, à liberdade, é muito mais amplo”, disse. Para a professora, o ataque à liberdade de expressão é uma das agendas centrais do governo.
O deputado federal David Miranda, do PSOL do Rio de Janeiro, destacou que atos semelhantes devem ser multiplicados por todo o país. “Nós estamos vivendo, sim, a censura com o governo Bolsonaro. Editais LGBTs, sobre quilombolas, peças sobre a ditadura estão sendo censurados. É importante que a população entenda que o livre discurso e a livre expressão da arte têm que ser mantidos dentro de uma democracia”, declarou.
Marieta Severo, umas das artistas convidadas para o evento, fez um discurso ao público durante o ato e manifestou-se contra o retrocesso evidenciado nas ações do governo em relação à liberdade de expressão. “Esse ato é importante para que o governo sinta o quanto estamos atentos e o quanto vamos resistir a qualquer possibilidade de censura”, disse.

WEBFUTURESENo dia 16, o Secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, apresentou aos reitores uma nova versão do Future-se  O texto final do projeto de lei será apresentado em 8 de novembro. Uma das mudanças é a inclusão das fundações como intermediárias dos contratos de desempenho das universidades - na proposta inicial esse papel era exclusivo das Organizações Sociais. O Consuni da UFRJ rejeitou a adesão ao Future-se.

WEBBMUSEUO antropólogo João Pacheco nem poderia imaginar, mas salvou uma parte do acervo indígena do Museu Nacional, 13 anos atrás, ao criar uma exposição itinerante. Quando o incêndio de setembro de 2018 devastou o prédio, algumas peças estavam no Distrito Federal. E, agora de volta ao Rio, podem ser vistas no Arquivo Nacional na mostra “Os primeiros brasileiros”.
São 40 painéis e 70 peças etnográficas que têm impressionado os visitantes. “O que eu estou vendo aqui é uma coisa maravilhosa. Aconselho todo mundo a vir”, afirmou Sônia Cruz, que estava de passagem pelo Centro para consertar o celular.
A exposição está dividida em duas seções. A primeira, localizada no salão nobre do prédio, retrata uma relação com o romantismo do século XVI. Os quadros mostram a visão dos escritores José de Alencar e de Gonçalves Dias. No térreo, a figura do indígena é apresentada de forma real com suas histórias, culturas e religiões. Desde vestimentas e artesanatos até os materiais usados para caça.
“É uma oportunidade de aprender um pouco sobre o povo indígena e suas culturas”, afirma João Pacheco.
O professor revela que a relação do Museu com os povos indígenas cresceu após o incêndio. “Nosso material era trazido por pessoas que tinham contato com os índios e, agora, os próprios vão doar”, contou. “O acervo será montado de uma forma completamente diferente”.

INFORMAÇÕES
O evento tem entrada gratuita e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

WEBOBSERVANeste 15 de outubro, o Observatório do Conhecimento lançou um novo material: uma cartilha que explica, de forma bastante didática, no que consiste o trabalho de um professor universitário. A ideia é fazer com que a sociedade entenda – sobretudo aquela mais afastada dos campi universitários – quais as várias tarefas docentes e rebater a fala do ministro Abraham Weintraub, de que professores ganham R$ 20 mil para darem oito horas de aula por semana. A cartilha “Entender para Defender” está disponível no site: www.observatoriodoconhecimento.org.br.

WEBAULA PUBLICAEm uma Jornada em Defesa da Ciência e da Educação, não poderia faltar uma atividade crítica ao Future-se. No dia 2, professores e estudantes revezaram-se ao microfone para demolir a proposta do governo para a educação superior pública, em uma aula realizada em frente à Faculdade Nacional de Direito.
A presidente eleita da Adufrj, professora Eleonora Ziller, conclamou a comunidade a ampliar a mobilização em defesa da educação. “Este projeto Future-se é a destruição da universidade. Precisamos acreditar nesta potência que é a UFRJ. Não estamos nem a 10% ainda. Precisamos continuar nos mobilizando”.
Vice-reitor da UFRJ, o professor Carlos Frederico Leão Rocha foi convidado a fazer uma exposição sobre o projeto, na atividade organizada pelo centro acadêmico da FND (CACO) e pelo DCE. Observou que o Future-se “altera a essência do que é a universidade e vai na direção oposta”.
Professora da FND, Luciana Boiteux destacou que o Future-se foi feito por quem não entende a universidade. Já a professora Anna Cecília Faro Bonan analisou vários tópicos do Future-se e informou a ampla rejeição pela maioria das universidades. “Nenhuma aderiu. É lógico que este projeto não é adequado”.

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