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WEBMENOROBSERVATORIOO Observatório do Conhecimento reuniu iniciativas das universidades públicas no esforço para ajudar o país a lidar com o desastre ambiental que manchou de óleo o litoral nordestino. Até o momento, o petróleo cru já atingiu cerca de um terço do litoral brasileiro, quase 300 praias e cem municípios em nove estados do Nordeste.
O objetivo da coletânea é dar uma resposta à omissão do governo federal e mostrar a importância estratégica das unversidades brasileiras. Veja mais: observatoriodoconhecimento.org.br.

IMG 1367Foto: Silvana SáO curso de Medicina do campus Macaé perdeu 28 vagas docentes, que foram redistribuídas para outras unidades da UFRJ, na administração do reitor Roberto Leher, reclama a comunidade acadêmica local. E os contratos dos professores substitutos estão expirando. A situação é agravada pela dificuldade de fixar profissionais no campus. Atraídos pelos melhores salários da iniciativa privada, é comum que professores médicos peçam exoneração.
A crise dominou o primeiro Conselho Universitário realizado em Macaé, no dia 24 de outubro. A coordenadora substituta do curso, professora Laila Ertler, precisa de dez docentes para disciplinas já no primeiro semestre de 2020. “Nosso curso está com problema de oferta real de disciplinas em dois períodos para o ano que vem”, declara. “Outras cinco especialidades estão com número crítico de professores, sobretudo clínica médica e saúde da criança”.
O curso também enfrenta problemas em relação às vagas de servidores técnico-administrativos. “Temos pouquíssimos técnicos que se desdobram, porque o campus expande, mas as vagas não acompanham”.
Durante a sessão do Consuni, a reitora Denise Pires de Carvalho se comprometeu com a comunidade acadêmica do campus a devolver ao longo de sua gestão as 42 vagas retiradas dos diversos cursos. “Houve desvio – esta é a palavra – de professores e de servidores técnico-administrativos daqui de Macaé”, disse. “Eu me comprometo a usar a reserva técnica da reitoria (parte dos concursos) para destinar vagas aos cursos de Macaé”, afirmou.
Ainda de acordo com a reitora, a administração central deve estudar um projeto de resolução que garanta a permanência das vagas em Macaé e em Caxias.
O vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha afirmou que a administração central também está empenhada em solucionar o problema de fixação de quadros na cidade. A alternativa seria aprovar a excepcionalidade de 40 horas sem dedicação exclusiva, a exemplo do que já ocorre na Medicina do Fundão. O processo, reclamam os docentes de Macaé, está parado há 500 dias no Consuni, sem que seja votado. “Poderíamos fazer por extensão administrativa, mas como o processo já está no colegiado, encaminharemos ao plenário”, afirmou.
Outra demanda do campus é a criação de um centro com duas unidades acadêmicas. A proposta é que a UFRJ aprove dois institutos: um que comporte cursos da área da Saúde; e outro que incorpore a Química e as engenharias. Cada um dos cursos passaria a se organizar como departamento dentro de cada um dos institutos.
A proposta foi elaborada no Conselho Deliberativo do campus. Mas nem todo mundo ficou satisfeito. “A criação destes institutos não resolve nossos problemas”, pontua a professora Laila. A Medicina foi o único curso a se posicionar contrariamente à medida.
A Medicina de Macaé desejava tornar-se um instituto, mas ficou isolada na decisão. “Se cada um quisesse se tornar um instituto, teríamos uma proposta de nove unidades”, rebate a diretora do campus, professora Roberta Coutinho. “De toda forma, mesmo sendo departamento, eles terão sua autonomia preservada”, defendeu a diretora.
A criação dos institutos ainda precisa passar pelo Consuni.

WEBCIENCIAABRAÇO ocupou todo o gradil da Casa da Ciência, em Botafogo - Foto: Elisa MonteiroCerca de cem pessoas participaram de um abraço à Casa da Ciência na manhã de quarta-feira, dia 30. A manifestação é contra uma eventual demolição do imóvel em função do Viva UFRJ, projeto que trata dos ativos imobiliários da universidade. E segue na esteira do movimento #FicaIpub. “Podemos ampliar o que já fazemos e não pôr abaixo instituições que estão funcionando e atendendo à população”, criticou a professora Maria Tavares, do Instituto de Psiquiatria.
Integrantes, apoiadores e usuários da Casa da Ciência argumentam que o projeto original só previa a cessão de áreas ociosas, mas que haveria pressão imobiliária para incluir outros imóveis. “Nosso espaço está plenamente ocupado. São 25 anos trazendo a perspectiva da ciência para o cotidiano da vida das pessoas”, queixa-se a produtora cultural da UFRJ, Luciane Correia Simões, uma das organizadoras do abraço.
Por e-mail, a reitoria informou que as definições sobre o projeto “partirão do Conselho Universitário, do Conselho de Curadores, e ouvidas todas as unidades envolvidas, inclusive Ipub e Casa da Ciência”. E que o prazo de 180 dias para discussão do estudo técnico é “meramente” sugestão do GT Viva UFRJ. Ainda de acordo com a reitoria, a expectativa é que as discussões aconteçam no início de 2020.
A mostra “O que se passa na minha cabeça? Histórias e fotografias”, tem trabalhos de pacientes do IPUB e estreia na Casa da Ciência no dia 31. Antes dela, a exposição “Aventura pelo corpo humano” recebeu 32 mil visitantes em apenas dois meses.

 

WEBPROFESSORProfessor Eduardo CoelhoNomeada presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa por indicação do deputado federal e pastor Marco Feliciano, Letícia Dornelles é repórter, autora de livros, telenovelas e roteiros de programas de humor, como Partiu shopping. Em entrevista concedida ao jornalista Bernardo Mello Franco no dia 27 de outubro, publicada n’O Globo, Letícia Dornelles afirmou que pretende “humanizar” a instituição, torná-la aconchegante por tratar-se de um “lar”, “acelerar as palestras, que hoje são muito acadêmicas”, entre outras barbaridades que evidenciam, no mínimo, que a nova presidente desconhece a complexidade e a importância dessa fundação.
Criada há quase um século, a Casa de Rui Barbosa compreende um museu, arquivos e bibliotecas, além de pesquisas nas áreas de arquitetura, arquivologia, belas artes, biblioteconomia, direito, história, filologia e políticas culturais. Com uma equipe altamente habilitada em todas as suas áreas de atuação, há décadas a Casa de Rui Barbosa é uma das instituições federais mais respeitadas do país, tanto pelo seu trabalho de conservação e preservação da memória, quanto pelos seus resultados de pesquisa, que consistem em colaborações imprescindíveis a diversos setores. A manutenção desse perfil de excelência a que a Fundação Casa de Rui Barbosa está associada se encontra, agora, sob forte ameaça.
Afinal de contas, na referida entrevista, o vocabulário e as imagens a que Letícia Dornelles recorreu manifestam uma concepção equivocada da coisa pública, que não à toa ela tratou a partir de um princípio relacionado à família (“lar”), sobrepondo a necessidade de afeto (“dar um grande abraço naquela casa”) a um plano estratégico de trabalho. Ao mencionar o escritor Carlos Drummond de Andrade, não fez quaisquer observações acerca da grandeza de sua obra como testemunho da experiência humana, mas apenas ao fato de ter sido sua vizinha: “É afeto mesmo, sabe?”, completou. Por outro lado, num sentido contrário às práticas acadêmicas, se torna perceptível em seu vocabulário a incorporação de uma lógica da indústria cultural, tendo o objetivo de “acelerar” as palestras.
A Fundação Casa de Rui Barbosa não se trata de um “lar”, mas de uma instituição pública, que requer gestores competentes e habilitados, o que, por sinal, pode ser facilmente reconhecido em sua história, que reúne figuras inclusive conservadoras, como Américo Jacobina Lacombe. No entanto, ao contrário de Letícia Dornelles, o ex-presidente Lacombe reuniu uma equipe habilitada, que entre outras iniciativas participou da criação do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, onde estão concentrados alguns dos mais relevantes arquivos pessoais e coleções de escritores brasileiros, como Carlos Drummond, Clarice Lispector, Cruz e Sousa, João Cabral de Melo Neto, José de Alencar, Machado de Assis, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, entre muitos outros.
Por meio da nomeação de Letícia Dornelles para a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa, observamos não apenas o aparelhamento ideológico que o governo federal empreende desde o início deste ano, igualmente observado na condução da Funarte, por exemplo, mas também sua intenção de desmantelar o que há de consistente no plano da cultura, do ensino e da pesquisa no país.

Eduardo Coelho
Professor da Faculdade de Letras/UFRJ e ex-chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa

Leia também Nota da diretoria contra nomeação política para Casa de Rui Barbosa

WEBMARIAO livro “Maria da Conceição Tavares: Vida, ideias, teorias e políticas” foi lançado no último dia 29, no Instituto de Economia da UFRJ. Organizado pela professora da Faculdade de Economia da UFF, Hildete Pereira de Melo, a obra reúne textos da docente da UFRJ ao longo de cinco décadas.  Maria da Conceição tem 89 anos e participou do lançamento. Em 2000, ela foi citada entre os cem mais importantes economistas heterodoxos do mundo no “Biographical Dictionary of Dissenting Economist”. Apenas quatro mulheres foram catalogadas na obra.

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