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WEBMENORFoto: Cleia Viana/Câmara dos DeputadosProfessores da AdUFRJ e de associações que formam o Observatório do Conhecimento participaram do seminário “O papel da universidade pública no desenvolvimento da ciência e tecnologia, da educação e do conhecimento”, nos dias 29 e 30. O evento é uma iniciativa conjunta com a Frente Parlamentar Mista em Defesa e pela Valorização das Universidades Federais, da Câmara.

Vice-presidente da AdUFRJ, Felipe Rosa considera a atividade “fundamental em tempos de ataques às universidades”.

museu do amanhaFoto: Agência BrasilIntegrantes do comitê científico, consultores e parceiros do Museu do Amanhã nas áreas de ciência, cultura e educação – entre eles, vários professores da UFRJ – enviaram ofício à Prefeitura do Rio para questionar edital que ameaça futuro da instituição. Segundo o documento, empresas poderiam gerir o espaço visando ao lucro. “Caso tenha fins de lucro, não será um museu, e sim um estabelecimento comercial, talvez, uma galeria de arte ou simplesmente um parque de entretenimento ou shopping center”, diz um trecho do ofício, reproduzido a seguir:

“Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2019.

O Museu do Amanhã é um museu de ciências. E, em função disso, manteve durante sua concepção e construção um grupo de consultores do mais alto nível acadêmico, abarcando diversas áreas do conhecimento. Após sua inauguração, foi instituído um Comitê Científico composto por parte destes consultores e por pesquisadores e intelectuais também de grande projeção nacional e internacional, cujos membros não recebem qualquer tipo de remuneração. A função deste Comitê tem sido garantir que o Museu do Amanhã mantenha suas atividades museais, seja através das exposições ou de seus diversos programas e ações, dentro do maior rigor acadêmico. Ao longo destes quatro anos de funcionamento temos acompanhado o importante trabalho desenvolvido pelo Museu do Amanhã em prol da ciência, da cultura e da educação em nosso país.

Ficamos extremamente preocupados com o edital lançado pela Prefeitura do Rio de Janeiro para a concessão do Museu do Amanhã, que traz enormes riscos para o futuro da instituição e de suas atividades. Um museu é, por definição, um espaço sem fins lucrativos. Esse é um valor universal seguido tanto no Brasil como em demais países. Quando empresas decidem construir ou se responsabilizar por um museu, elas criam fundações ou instituições sem fins lucrativos para gerir estes espaços de conhecimento e cultura. Caso tenha fins de lucro, não será um museu, e sim um estabelecimento comercial, talvez, uma galeria de arte ou simplesmente um parque de entretenimento ou shopping center.

Da mesma forma como é inaceitável que um museu seja fonte de lucro para empresas, é inaceitável que ele seja utilizado para fazer caixa para um ente público, como a Prefeitura. Caso o Museu do Amanhã venha a ter superávit, este deve ser investido exclusivamente no próprio museu, aprimorando suas exposições e atividades ou reduzindo o valor do ingresso para a população. De forma alguma é admissível que parte dos recursos de um museu seja direcionado para o caixa da Prefeitura, independente de qual finalidade esta pretenda dar a estes recursos. Isso contradiz a razão de ser de um museu.

Outro aspecto alarmante desta chamada pública é a exigência do proponente ter experiência em “gestão e exploração integradas de empreendimentos – com controle de bilheterias e lojas em geral”. Isto configura novamente um total e absoluto desconhecimento do que é um museu, e muito menos um museu de ciências. Bilheteria e loja são acessórios de um museu e podem existir ou não.

A essência de um museu é seu conteúdo, suas exposições, seu acervo, suas atividades educacionais, científica e culturais. Reduzir um museu a uma bilheteria e suas eventuais lojas é tão absurdo como caracterizar uma universidade apenas por seu jardim ou estacionamento. A exigência do edital em que o futuro gestor do Museu do Amanhã possua em seus quadros um engenheiro, um museólogo, uma pessoa formada em ciências exatas e um técnico em informática não traduz em hipótese alguma a experiência da instituição na gestão de museus, especialmente de ciências, de espaços culturais ou de ações de divulgação científica.

O Museu do Amanhã tornou-se um importante espaço de ciência, educação e cultura não só da cidade do Rio de Janeiro, mas de todo o país, e é obrigação da Prefeitura zelar para que seu futuro gestor continue fiel a sua vocação educativa, mantendo os padrões de excelência, qualidade e rigor científico que o tem caracterizado desde sua abertura.

Neste sentido, solicitamos à V.Sa. a imediata suspensão do referido edital e sua correção, de forma a garantir que a gestão do Museu do Amanhã seja feita visando apenas a educação, a ciência e a cultura, como deve ser um museu de ciências.

O presente ofício vai assinado por membros do Comitê Científico, consultores e parceiros do Museu do Amanhã nas áreas de ciência, cultura e educação."

Luiz Davidovich – presidente da Academia Brasileira de Ciências

Ildeu de Castro Moreira - presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

Luiz Alberto Oliveira – pesquisador do CBPF e presidente do Comitê Científico do Museu do Amanhã

Rachel Biderman – doutora em gestão pública e membro do Comitê Científico do Museu do Amanhã

Débora Foguel – professora da UFRJ e representante da Academia Brasileira de Ciências no Comitê Científico do Museu do Amanhã

Rosiska Darcy de Oliveira – membro da Academia Brasileira de Letras e do Comitê Científico do Museu do Amanhã

Luiz Pinguelli Rosa – professor da UFRJ, membro do Comitê Científico e consultor do Museu do Amanhã

José Augusto Pádua – professor da UFRJ e membro do Comitê Científico e consultor do Museu do Amanhã

Stevens Rehen – professor da UFRJ e membro do Comitê Científico do Museu do Amanhã

Renato Lessa – professor da PUC-RJ e membro do Comitê Científico do Museu do Amanhã

Carlos Nobre – pesquisador do INPE, membro do Comitê Científico e consultor do Museu do Amanhã

Mayana Zatz – professora da USP, membro do Comitê Científico e consultora do Museu do Amanhã

Wanderley de Souza – professor da UFRJ e membro do Comitê Científico do Museu do Amanhã

Alfredo Tolmasquim – pesquisador do MAST e membro do Comitê Científico do Museu do Amanhã

David Zee – professor da UERJ e consultor do Museu do Amanhã

Alexandre Kalache – Presidente da Aliança Global de Centros Internacionais da Longevidade e consultor do Museu do Amanhã

Jorge Roberto Lopes – pesquisador do INT e consultor do Museu do Amanhã

Paulo Vaz – professor da UFRJ e consultor do Museu do Amanhã

Henrique Lins de Barros – pesquisador do CBPF e consultor do Museu do Amanhã

Sergio Besserman Viana – membro do Conselho do Museu do Amanhã e diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Alexander Kellner – diretor do Museu Nacional

Hugo Aguilaniu - diretor-presidente do Instituto Serrapilheira

Paulo Knauss – diretor do Museu Histórico Nacional

Roberto Lent – Coordenador da Rede Ciência para Educação

WEBOPERAFoto: Alessandro CostaQuarta-feira, 10 de outubro, duas e quarenta da tarde. As luzes se apagam no lotado Salão Leopoldo Miguez. Os músicos começam a melodia e o silêncio toma conta da plateia infantojuvenil. São alunos de diversas idades e escolas da cidade que estão prestes a conhecer a magia de mais uma ópera produzida pela Escola de Música.
A ação ocorre todo ano, há mais de uma década, na semana do Dia das Crianças e faz parte do projeto “A escola vai à ópera”. Com participação do coral infantil da UFRJ, o evento busca ampliar o universo cultural das crianças no palco e na audiência. “Nos dedicamos a introduzir principalmente crianças de redes públicas nessa linguagem, de forma lúdica e com histórias que tenham a ver com o universo delas”, explicou a ex-diretora da Escola de Música e diretora-geral do projeto, professora Maria José Chevitarese.
Na história deste ano, “A roupa nova do imperador”, o personagem central, viciado em novos trajes, cai na lábia de dois falsos artesãos que prometem uma roupa invisível aos olhos de quem fosse tolo ou que ocupassem posições não merecidas. Com medo de serem julgados e expulsos de seus cargos, os ministros da Economia e da Justiça, e até mesmo o imperador, fingem enxergar o tecido inexistente.
O tema surgiu de uma parceria com a Academia de Música de Malmö, na Universidade de Lund, Suécia. O professor Sven Kristersson, encantado com o projeto realizado pela Escola, se dispôs a participar e compôs a música do evento. A escolha do conto de Christian Anderson também partiu do compositor, que queria juntar a cultura das duas regiões. “Embora seja uma história antiga, o assunto é muito atual. Fala da necessidade de as pessoas serem aceitas e de se importarem o que os outros pensam”, avaliou aprofessora Chevitarese.

ESFORÇO COLETIVO
A ópera é construída pela colaboração entre diversos cursos da UFRJ. A atividade congrega alunos da Escola de Belas Artes, para cenografia e e indumentária. A Escola de Comunicação entra para fazer a iluminação e a direção teatral. Além de alunos da própria Escola de Música, que compõem a parte instrumental e vocal. “É muito importante para quebrar essa organização tão encastelada da instituição. É o que dá sentido à ideia de universidade”, afirmou o professor José Henrique Moreira, professor de Direção Teatral e responsável pela direção cênica do espetáculo.
Sarah Salotto, aluna de bacharelado em canto e solista do evento afirma que o projeto é muito importante. “Durante a minha infância, nunca tive contato com ópera. Então, para mim, é um prazer imenso estar aqui no palco apresentando isso para as crianças”.
A cada ano, um edital diferente é procurado para a continuidade do projeto. Desta vez, o auxílio financeiro veio de um programa de apoio às artes, uma parceria entre o Fórum de Ciência e Cultura e a Fundação Universitária José Bonifácio. O prêmio PROART/UFRJ é concedido a grupos artísticos de representação institucional.
Segundo a professora Maria José Chevitarese, quando o projeto se iniciou, as pessoas ficaram espantadas por acharem o gênero artístico inacessível aos mais jovens.
“Diziam: ‘Mas crianças em óperas? E elas gostam?’ E o que eu via era uma alegria imensa”, brinca Chevitarese.

CORAL FAZ 30 ANOS O coral infantil da UFRJ completa 30 anos em 2019. Criado pela professora Maria José Chevitarese, tem como proposta ser um coro inclusivo, com cerca de 70% dos alunos de escolas públicas. “O que mais me dá alegria é ver como esse projeto já transformou a vida de muitas dessas crianças”.

Uma plateia atenta de 250 estudantes do ensino médio acompanhou a palestra da professora Eleonora Ziller, presidente da Adufrj, sobre o livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Outras 1.500 pessoas acompanharam de forma on line a apresentação. A obra literária faz parte da lista de livros divulgada pela Uerj para seu Exame de Qualificação. A atividade fez parte de um ciclo de palestras voltado aos candidatos ao vestibular da instituição com objetivo de ajudar nos estudos para a prova de redação e de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.IMG 1210 web

“Estou muito honrada de estar aqui. A Universidade pública brasileira ainda é o melhor lugar onde a nossa juventude deve estar", afirmou Eleonora. Para ela, uma ação desta natureza demonstra uma das mais nobres vocações da universidade: transformar o ensino no país. “Esta atividade não só prepara para o vestibular, como incide no ensino médio e resgata o ensino de Literatura nas escolas”, observou.

O coordenador do projeto é o professor Gustavo Bernardo, especialista em educação. É dele também o comando do Departamento de Seleção Acadêmica da Uerj, responsável pelo vestibular. “Este é o terceiro ano que realizamos o ciclo de palestras. Estamos gerando material para estudo, criando conhecimento que não se encerra na palestra. Ele fica disponível on line para que outras pessoas tenham acesso. É muito gratificante ver a participação e a atenção dos candidatos”, afirmou.

A estudante Mariana Martins, de 17 anos, não perde um encontro. “Todos são muito produtivos! O que eles falam abre o nosso olhar sobre os livros, os autores”, disse. “Também vi as palestras dos anos anteriores e fiz as provas correspondentes. É impressionante como o que é debatido ‘casa’ com os conteúdos”, analisou.

A obra

Em “Vidas Secas”, Fabiano e sua família são expulsos de sua terra na medida em que a seca e a fome se agudizam na região. O livro, escrito em 1938, traz uma reflexão ainda atual, para Eleonora. “O livro traz uma crítica à estrutura social que reifica o ser humano, que o transforma em coisa, em objeto que serve para gerar riqueza para outro”.

Outros paralelos traçados entre o livro e a sociedade contemporânea, levantados pelos estudantes e comentados por Eleonora, dizem respeito aos abusos de autoridade e à invisibilidade social dos mais pobres. “Nosso processo de redemocratização não acabou com os porões da ditadura. E o que temos hoje é que o Estado e uma parte de nossa sociedade admitem que outra parcela da sociedade – muito maior – seja alvo de tiros ‘na cabecinha’”.

Todas as palestras do projeto estão disponíveis no canal da TV Uerj, do Youtube, e no site do projeto: http://ciclodepalestras.dsea.uerj.br/.

WEBABRACOProtesto em Brasília - Foto: SINDGCTServidores e pesquisadores do CNPq fizeram um abraço simbólico no prédio da agência de financiamento à pesquisa na quarta-feira, em Brasília, contra a fusão do CNPq com a Capes. A junção dos dois principais órgãos de fomento à pesquisa do país está nos planos do governo Jair Bolsonaro.
A proposta de um texto de medida provisória que transforma as duas agências na Fundação Brasil de Ciência e Tecnologia, vinculada ao Ministério da Educação, está para ser assinada na Casa Civil.
O texto foi encaminhado pela equipe do ministro Abraham Weintraub. A proposta já havia sido enviada ao Ministério da Ciência, pasta que responde pelo CNPq.
Mais de 70 entidades científicas do Brasil endossaram um manifesto contra a fusão e ainda contra a transferência do FNDCT para o Ministério da Economia e da Finep para o BNDES.
Entre os signatários do documento estão a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências. O manifesto foi encaminhado aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, e aos ministros da Secretaria de Governo da Presidência, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira; da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes; da Economia, Paulo Guedes, e da Educação, Abraham Weintraub.
Para as entidades científicas, a proposta de fusão do CNPq e Capes pode comprometer o sistema de ensino brasileiro e o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI).
“A coexistência da Capes e do CNPq é fundamental para o nosso desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental. Alterar essas estruturas é fragilizar um dos alicerces – talvez o mais importante deles – de sustentação do Brasil contemporâneo que mira um futuro promissor para todos os brasileiros”, diz um trecho do documento.
Sobre a Finep, o manifesto destaca a importância para o SNCTI. “Seu impacto é extenso em todas as áreas, da agricultura à aeronáutica, à indústria de medicamentos e equipamentos médicos, entre tantos outros.”

Emendas
Na quarta-feira, a Comissão de Educação da Câmara aprovou duas emendas que somam R$ 600 milhões para o orçamento da Capes em 2020.
Segundo a agência de financiamento, a verba será destinada a 135 mil vagas em programas de formação de professores e à criação de 6 mil bolsas de pós-graduação e pesquisa. Serão mais 2 mil bolsas de mestrado, 3,5 mil de doutorado e 500 de pós-doutorado.
A distribuição das bolsas levará em conta novos critérios, como o IDH dos municípios. A Capes, no entanto, ainda não esclareceu à comunidade acadêmica como funcionará de fato o novo modelo de divisão dos recursos.
Outra emenda também aprovada na quarta-feira beneficiou o CNPq. De autoria da deputada Margarida Salomão (PT-MG), destina R$ 300 milhões para o pagamento de bolsas de pesquisas do CNPq no ano que vem e foi aprovada na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática.
“Fizemos essa emenda parlamentar em função da crise que vivemos nas áreas da ciência, tecnologia, pesquisa, e da asfixia financeira imposta pelo governo a esses setores”, disse a deputada.
Segundo Margarida Salomão, foi uma aprovação importante para a defesa dos institutos de fomento à pesquisa. “Foi uma sinalização fundamental em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do país. Uma vitória importante na luta e na resistência contra os cortes orçamentários no CNPq”.

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