facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Professor Anderson Correia fez o anúncio em palestra para coordenadores de pós-graduação da UFRJ, mas depende de mais orçamento O professor Anderson Ribeiro Correia, presidente da Capes, esteve no Centro de Ciências da Saúde, dia 11, em reunião com coordenadores de pós-graduação da UFRJ e representantes do Conselho de Ensino para Graduados. Voz dissonante no atual governo, o docente afirmou ser uma “falácia” que o país investe mais em ensino superior do que em educação básica. “Se formos contabilizar todas as contrapartidas que a universidade devolve ao sistema de ensino básico, esse valor supera de longe o que é investido”. Correia destacou a excelência acadêmica da instituição em todas as áreas do conhecimento. “A UFRJ é uma das melhores do mundo. Está no topo em produção de conhecimento. É responsável em grande medida pelas pesquisas no Brasil”, disse. O presidente da Capes também reconheceu que as bolsas de mestrado e doutorado estão defasadas. “Se eu conseguir aumento no meu orçamento, seja via MEC, seja via Congresso, vou aumentar as bolsas”, garantiu. Ele também disse que não haverá mudanças nos processos de avaliação em curso, apenas na próxima quadrienal. E admitiu o excesso de burocracia nas avaliações e liberações de recursos para pesquisa. “Já estive do lado de lá e sei que o sistema é realmente muito amarrado”. Antes de ser indicado à presidência da Capes, Correia foi reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O professor afirmou ser favorável às cotas raciais e a políticas de gênero nas universidades. “Fui o primeiro reitor a implantar cotas raciais no ITA. A Capes respeita a autonomia das universidades públicas na implantação de políticas de ações afirmativas e de gênero”, completou. O presidente da Capes concedeu uma entrevista exclusiva para o Boletim da Adufrj. Confira a seguir: EXCLUSIVO! ENTREVISTA: ANDERSON RIBEIRO CORREIA PRESIDENTE DA CAPES

“O ministro tem larga experiência”

Adufrj: O senhor já se reuniu com a nova equipe do MEC? Anderson Ribeiro Correia: Sim. Eu já conhecia os dois, tanto o Abraham (Weintraub) quanto o Vogel (Antonio Paulo Vogel de Medeiros), que são o número um e o número dois do MEC. Eu já tive interações com eles tanto na transição quanto agora, depois da nomeação. São pessoas com quem o senhor tem livre trânsito? Tenho. O Vogel, que é o secretário executivo, já me recebeu em casa, inclusive, para tratarmos de assuntos relativos à pasta. Alguns setores da Academia ficaram preocupados com os perfis escolhidos para o MEC: economistas sem experiência ou especialização em Educação. Como o senhor avalia os novos quadros? O ministro da Educação é professor concursado da Unifesp. Ele passou por um crivo, está lá há mais de cinco anos. Tem larga experiência em gestão, com mais de 20 anos atuando em cargos de direção. Ele estava na secretaria-executiva da Casa Civil, era o número dois do principal ministério do país. Ele não é um outsider. É uma pessoa que tem conhecimento de causa. A maior parte dos ex-ministros da Educação era professor universitário, como Fernando Haddad, Paulo Renato, Cristovam Buarque, Renato Janine Ribeiro. Ele está bem posicionado no cargo dele. O secretário-executivo, que é o Vogel, tem também uma larga experiência em gestão. O secretário-executivo cuida da gestão do MEC e ele trabalhou em vários cargos do Executivo federal. Ele tem capacidade para gerir o MEC. Então não precisa ter conhecimento em Educação para atuar no MEC? Não. O secretário-executivo cuida de bastidores, apoia o ministro na gestão, interage com outras secretarias. Ele está bem posicionado e pode ter assessores que o apoiem na área de educação. A gente precisa, primeiro, avaliar como será o ministério e não criticar apenas. É uma equipe. Essa composição de perfis é que vai fazer o MEC caminhar pra frente. E o senhor permanece à frente da Capes? Isso. Estou lá na Capes.

Objetivo da nova rede é monitorar políticas públicas para o ensino superior, coletar dados do setor, denunciar cortes e defender a liberdade de cátedra nas universidades públicas Idealizado pela AdUFRJ e composto por 13 associações e sindicatos de professores de universidades federais e estaduais, o Observatório do Conhecimento foi lançado em Brasília, na noite de terça-feira, na Câmara dos Deputados. Dezenas de docentes, parlamentares e estudantes participaram do evento. O objetivo da nova rede é monitorar as políticas públicas para o ensino superior, coletar dados do setor, denunciar cortes e defender a liberdade de cátedra nas universidades públicas. Segundo os primeiros levantamentos do Observatório, a estrutura brasileira de produção do conhecimento perdeu R$ 38,7 bilhões em cinco anos. Se mantidos os valores para 2019, o orçamento será 45% menor do que o orçamento de 2015, representando uma diferença de R$ 13,7 bilhões. Os cortes têm afetado sobretudo as agências de fomento, o que prejudica diretamente a continuidade das pesquisas no país. Estudo elaborado pela organização norte-americana Clarivate Analytics e encomendado pela Capes mostra que as universidades públicas produzem 99% da ciência no Brasil. “Estamos mobilizados para enfrentar a falta de sustentabilidade no orçamento do ensino superior e va mos denunciar práticas de perseguição ideológica contra professores e estudantes”, afirmou a professora Lígia Bahia, diretora da AdUFRJ. “De forma suprapartidária, vamos monitorar as propostas sobre o ensino superior das bancadas parlamentares e os planos apresentados pelo MEC”. Vinte parlamentares de oito partidos participaram do evento no plenário 16 da Câmara. “Os cortes são continuidade de um processo de desmonte, mas agora têm um agravante, que é a negação da ciência como política”, disse a deputada Sâmia Bonfim (Psol-SP). Para Alessandro Molon, do PSB-RJ, a redução orçamentária não tem a ver com contingenciamento de gastos. “Os gastos com publicidade governamental, por exemplo, cresceram 63% em relação ao mesmo período do ano passado”. E completou: “A criação do Observatório do Conhecimento é uma iniciativa extremamente acertada. Vai na direção daquilo que a sociedade brasileira precisa”. Já Natalia Bonavides (PT-RN) falou sobre a importância de defender a ampliação do acesso às universidades. “Quem é do Nordeste não tem como não se indignar com as ameaças à educação superior pública. Muitas pessoas tiveram suas vidas totalmente modificadas por conta do acesso à universidade”, disse a parlamentar. LIBERDADE ACADÊMICA O Observatório também vai monitorar tentativas de cerceamento à liberdade de cátedra. “Iniciativas como o PL da ‘Escola Sem Partido’ ajudam a popularizar o mito da “doutrinação’ nas universidades, desviam o foco dos verdadeiros problemas e abrem precedentes perigosos para a institucionalização da censura e da vigilância”, apontou Wagner Romão, presidente da ADUnicamp. Para José Edeson Siqueira, presidente da Associação de Docentes da UFPE, o Observatório amplia o diálogo com a sociedade civil. “Precisamos mostrar para a sociedade a relevância da universidade pública para o desenvolvimento social, econômico, científico e para a formação de capital humano”. “Escolhemos estar aqui no Congresso Nacional, esta instituição fundamental para a democracia, porque achamos que os deputados e senadores são e serão nossos aliados nessa empreitada”, concluiu a presidente da Adufrj, professora Maria Lúcia Werneck.

Plataforma inédita de mobilização e monitoramento de dados e políticas públicas relacionados às universidades é uma iniciativa da Adufrj e outras associações docentes. Atividade será transmitida ao vivo pela página do Observatório Será lançada hoje uma plataforma inédita de mobilização e monitoramento de dados e políticas públicas relacionados às universidades. O Observatório do Conhecimento é uma iniciativa da AdUFRJ que já reúne onze associações docentes de diferentes estados brasileiros. A atividade está marcada para 18h30, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Confira no perfil da Adufrj no Facebook a transmissão ao vivo: https://www.facebook.com/adufrj.ssind/ O foco é monitorar com precisão todas as ações do governo e no Legislativo sobre temas que envolvem o ensino superior, tanto no campo da Ciência como no da Educação. A proposta é usar esses dados para enfrentar os cortes de investimentos que acontecem desde 2014 e asfixiam a produção acadêmica do país. “O Observatório é totalmente aberto para associações, movimentos sociais e organizações da sociedade civil”, explica a professora Tatiana Rappoport, do Instituto de Física, uma das idealizadoras do projeto. “Queremos aproximar a sociedade da universidade”. Rappoport explica que o projeto tem três vertentes de atuação: uma plataforma digital com informações importantes sobre as universidades, uma ação de Advocacy para monitorar e influenciar parlamentares e gestores e ações de mobilização nas universidades. A equipe do Observatório acompanhará de forma permanente as bancadas parlamentares, Comissões do Senado e da Câmara, Ministérios e Secretarias envolvidos diretamente na formulação das políticas de educação superior no país. QUALIFICAR O DEBATE “A gente pretende combater a manipulação, qualificar o debate público e aumentar o controle social sobre decisões estratégicas para as universidades e demais instituições de produção de conhecimento”, explica o professor Felipe Rosa, diretor da Adufrj. “O país atravessa um momento difícil pela surpreendente difusão de informações falsas desde o ano passado. É muito significativo contar com dados precisos e verdadeiros. Só a partir deles é que poderemos encontrar as respostas adequadas para cada situação”, completa. Para o docente, o momento de “muitas incertezas no Ministério da Educação” reforça a importância da iniciativa. “O Executivo tem muito poder, mas diversas decisões cabem ao Congresso”, pondera Felipe.

Memória, Verdade e Justiça. A tríade tão reivindicada por movimentos sociais e pesquisadores que estudam o período da ditadura militar brasileira foi tema de debate no Instituto de História na última sexta-feira (12). A professora Maria Paula Araújo e a fundadora do coletivo Memória, Verdade e Justiça, Ana Bursztyn-Miranda, discutiram o tratamento dado pelo Estado brasileiro a esta parte da história nacional. Maria Paula, que também é diretora da Adufrj, esclareceu que todo país que transita de um movimento ditatorial para a democracia precisa tomar medidas políticas e judiciais para reparar as violações de direitos humanos cometidas. Esse conjunto de ações se chama Justiça Transicional. “Não existe um único modelo para essa justiça transicional. Depende da configuração política de cada país. O grau de profundidade da democratização de cada um desses Estados vai ser influenciado pelos elementos de justiça transicional”. No Brasil, a docente argumenta que não houve a reparação suficiente dos crimes cometidos por agentes do Estado. “Nunca se mergulhou profundamente nas violações de direitos humanos no Brasil. As Forças Armadas nunca reconheceram a tortura. Justamente por isso esses elementos permanecem até os dias de hoje, “sobretudo contra os mais pobres, negros, jovens moradores de periferias”. Para Ana Miranda, que foi presa política nos anos 1970, o apagamento da memória, verdade e justiça tem relação direta com a Lei de Anistia, aprovada no final de 1979. “Nós perdemos. Não houve uma anistia ampla, geral e irrestrita. Não foi isso que aconteceu. Basicamente o que houve foi que os exilados puderam voltar ao Brasil”. A consequência da lei aprovada, com características diferentes das defendidas por movimentos sociais, foi a anulação dos crimes cometidos pelos militares. “Houve um silenciamento profundo a respeito das graves violações de direitos humanos daquele período. O resultado disso é que o coronel Brilhante Ustra é um herói, o delegado Sérgio Fleury é um herói”. Maria Paula complementou: “A anistia foi uma bandeira do movimento social. Houve povo na rua pedindo a anistia. Mas a proposta da sociedade civil perdeu no Congresso. As elites políticas negociaram aquilo que lhes interessavam”, afirmou. Associado ao silenciamento dos crimes cometidos nesse período, o Brasil vivencia agora um novo momento: o de negação da história. O movimento, promovido por setores ligados ao atual governo, preocupa.  “O negacionismo existe justamente porque há estudos que se debruçam sobre o que aconteceu. A historiografia alemã também passou por isso”, disse Maria Paula. A jornalista Cristina Chacel mediou o debate. Estudiosa do tema e autora do livro “Seu amigo esteve aqui” – história do desaparecido político Carlos Alberto Soares de Freitas – ela afirmou que há um “esforço de apagamento da história recente do país, especialmente da ditadura militar e do terrorismo de Estado”. A atividade realizada pelo Instituto de História compôs o “Circuito pela Democracia”, que ao longo de todo o mês de abril promove debates e atividades culturais para marcar os 55 anos do Golpe de 1964. No dia 1º, os palestrantes foram dois professores do Instituto de História: Carlos Fico, especialista em ditadura militar, e Paulo Fontes, especializado em movimentos sociais e sindicalismo. O mediador do debate foi Chico Otávio, jornalista de O Globo. Na terça (16)), foi a vez do debate sobre “Militares ontem e hoje na política”. A mesa contou com os professores Eduardo Heleno (UFF) e Adriana Barreto (UFRRJ). A mediação foi da jornalista Claudia Santiago (Núcleo Piratininga de Comunicação). Na quarta (17), na sala 308, será projetado o filme “O Dia que durou 21 anos”, seguido de debate com o diretor Camilo Tavares. Confira a programação em: https://www.ppghis.historia.ufrj.br/novidades/circuito-pela-democracia-55-anos-do-golpe-de-1964/

O Boletim da Adufrj apresenta um perfil da primeira reitora eleita da história da UFRJ. Nele, a professora Denise Pires de Carvalho compara o resultado da eleição deste ano com o da disputa de 2015 Esqueçam o estereótipo da cientista enfurnada no laboratório e da candidata que só fala de política. Denise Pires de Carvalho, além de apresentar uma trajetória acadêmica consolidada, é muito mais. Uma das facetas da reitora eleita, para deleite dos amigos e familiares, é transformar-se em chef amadora nas horas vagas. Um panelão de estrogonofe já foi prometido aos apoiadores da campanha: “Quando estou muito estressada, começo a cozinhar. Aí eu desestresso”. Denise adora inventar em cima de receitas que pega na internet. O marido, professor Álvaro Leitão, aposentado do Instituto de Biofísica, é tiete acadêmico, político e gastronômico. “Ela faz um carneiro maravilhoso e todos os tipos de frutos do mar. Às vezes, chamamos amigos e almoçam uns 40 lá em casa”. A casa fica no Jardim Guanabara, na Ilha do Governador. A proximidade com a Cidade Universitária favorece a qualidade de vida: “Sem trânsito, chegamos aqui em dez minutos”, diz Álvaro. A residência também deixa a família perto de outra paixão: o samba. São frequentes as visitas à quadra da União da Ilha. E também às boas casas do ramo, na Lapa ou na zona portuária. O coração da reitora eleita é verde-e-rosa. “O samba da Mangueira deste ano foi história pura! Eu saí do desfile das campeãs já rouca e não consegui me recuperar até agora”. Mas o gosto musical é eclético. “Fui a todos os Rock in Rio. Adorava o Queen. Gosto do Iron Maiden e do Metallica”. Mesmo com uma agenda apertada, a professora não deixa de acompanhar a trajetória das duas filhas, uma de cada casamento. Na madrugada de sábado, enquanto era entrevistada para o Boletim da Adufrj, Denise pediu licença para atender a uma ligação da mais velha, Daniela, que trabalha na Austrália. Já Isabela, que está terminando Medicina na UFRJ, vive a expectativa de ter o diploma assinado pela mãe: “Quando chego em casa, quero conversar com ela sobre tudo que aconteceu na faculdade. Ela sempre me apoiou”. E completa: “Estou para me formar. Se ela assinar meu diploma, vai ser maneiro!”. A vocação para a liderança vem desde a juventude. “Fora da universidade, sempre fui representante de turma”, diz. “Sempre fui politizada”. E a derrota no pleito de 2015 à reitoria não a abalou. Denise venceu entre os docentes, mas não entre os técnicos e estudantes: “Saí daquela eleição muito tranquila. Não queria ser reitora só dos professores. Hoje, ganhamos entre professores e técnicos por ampla maioria e perdemos entre os estudantes por uma margem pequena”. A reitora eleita espera mudar a opinião dos alunos ao longo do mandato: “Queremos investir na graduação, melhorar as políticas estudantis. Podemos construir ao longo dos quatro anos uma relação sólida com os estudantes”.

Topo