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Na reta final da eleição para a Reitoria da UFRJ, o Boletim da Adufrj ouviu as três chapas sobre as atividades-fim da maior universidade federal do país

Elisa Monteiro e Ana Paula Grabois

Na reta final da eleição para a Reitoria da UFRJ, o Boletim da Adufrj ouviu as três chapas sobre as atividades-fim da maior universidade federal do país. A ordem das respostas corresponde à ordem de inscrição das candidaturas. A Chapa 20, dos professores Roberto Bartholo e Felippe Cury, fala em estimular a modernização pedagógica dos currículos e das práticas em sala de aula na graduação. Na pesquisa, quer rediscutir os indicadores de desempenho. Para a extensão, a proposta é descentralizar e reconhecer os projetos em curso. Para a Chapa 10, dos professores Denise Pires de Carvalho e Carlos Frederico Leão Rocha, o principal desafio da graduação é reverter as atuais taxas de evasão e retenção. Na área da pesquisa, propõem um escritório técnico junto à PR-3 para administrar projetos e agilizar fomentos. A criação de um conselho nos moldes do CEG e CEPG é o caminho apontado para aperfeiçoar a política de extensão. Oscar Rosa Mattos e Maria Fernanda Quintela, da chapa 40, defendem um ensino integrado com disciplinas compartilhadas entre diferentes cursos de graduação e entre graduação e pós. Para a pesquisa, propõem editais internos, manutenção de unidades multiusuárias, bibliotecas, editais para professores visitantes e seniores e estímulo à divulgação científica. Sobre a extensão, a chapa reconhece ser necessário avançar na democratização das decisões a partir de um conselho próprio.   REITOR: ROBERTO BARTHOLO Coppe VICE-REITOR: JOÃO FELIPPE CURY MARINHO MATHIAS Instituto de Economia CHAPA 20 1 . Quais os principais problemas que a chapa enxerga no ensino da graduação e da pós-graduação? As atividades de ensino são cada vez mais reféns de problemas orçamentários e de gestão, sobretudo as de graduação. Se destacar em ensino não agrega na reputação e nos recursos disponíveis na mesma proporção que a proeminência em pesquisa. Por isso, há um desbalanceamento de importância relativa dessa atividade, levando a desinteresse docente, práticas pedagógicas anacrônicas e perda de qualidade da atividade. 2- O que a chapa pretende mudar na política de ensino da UFRJ? Vamos priorizar o fortalecimento das atividades de ensino, sobretudo de graduação. Entendemos que, no século XXI, o crucial é o aprendizado, sendo o ensino parte dele. Vamos estimular a modernização pedagógica dos currículos e das práticas em sala de aula, atualizando a UFRJ em esferas onde a universidade não está, como os cursos online em plataformas como Coursera (que oferece aulas em vídeos e opções de leitura obrigatória e extra, para melhor entendimento dos conteúdos repassados). 3 - Qual o principal problema que a chapa enxerga na área da pesquisa científica na universidade? A universidade pública, a UFRJ em particular, tem a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento nacional e não de produzir estatísticas. Pesquisa é mais do que pesquisa científica e há mais em pesquisar do que atender a indicadores de desempenho. Devemos definir a pauta da pesquisa científica, tecnológica, artística e não apenas responder a indicadores impostos sobre nós. 4 - Qual proposta tem para a pesquisa? O que pretende mudar? Queremos uma pesquisa que crie valor e valor pode ser criado de múltiplas maneiras: via artigos, livros, tecnologias, produtos, negócios. Privilegiar um tipo de produção em detrimento dos outros, em todos os campos do saber, não faz sentido. Precisamos rediscutir os indicadores de desempenho e facilitar a criação de valor em outras modalidades que hoje não são devidamente reconhecidas. 5 - Qual o principal problema que a chapa vê na política de Extensão da UFRJ? Entendemos que a extensão não pode ser confinada a um entendimento estreito, que limita as ações que podem ser empreendidas nessa área. Diversas ações de extensão não têm recebido o devido reconhecimento institucional. 6 - O que a chapa pretende mudar na área de extensão? Entendemos que a extensão tem que ser livre e a definição do que pode ou não ser enquadrado como extensão deve ficar descentralizada em cada unidade. Entendemos que a reitoria deve ter papel conector entre iniciativas e não regulador. Pretendemos fortalecer a extensão universitária conectando as iniciativas e aumentando a visibilidade das ações, pois elas impactam diretamente na imagem e no valor que a UFRJ agrega à sociedade. Questão da diretoria: Como avalia a situação do Canecão e como pretende resolver esta questão? A situação do Canecão é mais um exemplo do entrelaçamento entre problemas orçamentários e de gestão. Expõe a dificuldade que a UFRJ tem em superar barreiras que nos impedem em pensar e agir para criar valor para a sociedade. Pretendemos criar um parque artístico inspirado no parque tecnológico, que permita potencializar e dar vazão às atividades de ensino, pesquisa e extensão das unidades relacionadas na UFRJ, criando e capturando valor em parceria com a sociedade amplamente entendida, envolvendo pessoas e organizações públicas, privadas e do terceiro setor. REITORA: DENISE PIRES DE CARVALHO Instituto de Biofísica VICE-REITOR: CARLOS FREDERICO LEÃO ROCHA Instituto de Economia CHAPA 10  1 . Quais os principais problemas que a chapa enxerga no ensino da graduação e da pós-graduação?Na graduação, as altas taxas de evasão e retenção em muitos cursos da UFRJ são o principal problema. Temos de atuar fortemente na questão da permanência dos alunos. Na pós-graduação, alguns cursos tiveram problemas na última avaliação da Capes. Além disso, temos sofrido com a redução dos recursos para a pesquisa e a defasagem nos valores das bolsas. 2- O que a chapa pretende mudar na política de ensino da UFRJ? Pretendemos identificar as possíveis causas de altas taxas de evasão e retenção nos diferentes cursos e atuar para aumentar o número de concluintes, por intermédio de políticas específicas. Estimularemos a discussão de novas metodologias de ensino, incluindo o uso de plataformas digitais diversas. Também devem ser identificadas as causas de alguns programas não terem sido bem-sucedidos na avaliação da Capes. Uma possível solução é a formação de “casadinhos internos”, em que programas 6 e 7 atuam em colaboração com programas 3 e 4 para melhorar a avaliação. 3 - Qual o principal problema que a chapa enxerga na área da pesquisa científica na universidade? A infraestrutura dos laboratórios de pesquisa está sucateada, na maioria. O fomento destinado à pesquisa vem diminuindo progressivamente. Portanto, a redução no fomento e a infraestrutura inadequada podem diminuir a qualidade das atividades de pesquisa. A Universidade é excessivamente burocratizada na condução de recursos de financiamento e mantém elevada insegurança jurídica. 4 - Qual proposta tem para a pesquisa? O que pretende mudar? Pretendemos discutir e regulamentar o Marco Legal de Ciência e Tecnologia no âmbito da UFRJ para aumentar a possibilidade de fomento. Proporemos a criação de um escritório técnico junto à PR3 para administrar projetos de pesquisa e agilizar fomentos em agências nacionais e internacionais. Esse escritório servirá ainda para facilitar a importação de equipamentos e material de consumo. A adoção de práticas de compras centralizadas pode também reduzir o custo de vários insumos aos laboratórios. 5 - Qual o principal problema que a chapa vê na política de Extensão da UFRJ? A política de Extensão da UFRJ tem sido centralizadora e burocrática. A definição de extensão é estreita e desagrada à comunidade universitária. Essa forma de condução tem desestimulado a prática de extensão e algumas pessoas que desenvolviam atividades de extensão desistiram de atuar. Essa situação é agravada em razão da necessidade de inclusão de 10% da carga horária em atividades de extensão nos currículos de graduação, o que gera grande insatisfação ao corpo discente. 6 - O que a chapa pretende mudar na área de extensão? Proporemos a criação do Conselho de Extensão nos moldes do CEG e CEPG. A política de Extensão será mais republicana e o conceito será ampliado e discutido amplamente nesse Conselho. Buscaremos envolvimento de nosso corpo social. Pretendemos atuar de forma mais democrática e em diálogo permanente com a comunidade universitária. Questão da diretoria: Como avalia a situação do Canecão e como pretende resolver esta questão? O Canecão não existe mais. Há apenas uma dívida da Universidade com a sociedade de prover um espaço cultural naquela área. Não podemos cometer os mesmos erros do passado. O ideal seria uma parceria com o setor privado para o funcionamento de uma casa de espetáculos. O projeto BNDES, iniciado pela atual reitoria, prevê a cessão de toda área entre o Instituto de Psiquiatria, a Neurologia e o Rio Sul. São 44 mil metros quadrados. Seria interessante que, no caso do espaço cultural, houvesse um formato contratual que permitisse o uso dessas instalações pela Universidade. REITOR: OSCAR ROSA MATTOS Coppe VICE-REITORA: MARIA FERNANDA QUINTELA Instituto de Biologia CHAPA 40 1 . Quais os principais problemas que a chapa enxerga no ensino da graduação e da pós-graduação? O ensino precisa ser mais integrado na UFRJ, com disciplinas compartilhadas horizontalmente (entre diferentes cursos de graduação) e verticalmente (entre a graduação e a pós). Criar mais “áreas verdes” nos currículos é importante para integrar o ensino com a pesquisa e a extensão. 2- O que a chapa pretende mudar na política de ensino da UFRJ? A questão das formas e práticas de ensino são muito particulares de cada área ou unidade acadêmica e isso precisa ser respeitado. Cabe à Reitoria fomentar e estimular o debate que possa aperfeiçoá-las. Nesse processo, ouvir os estudantes e fortalecer as Comissões de Acompanhamento e Orientação Acadêmica (COAAs) é fundamental. 3 - Qual o principal problema que a chapa enxerga na área da pesquisa científica na universidade? Os grupos de pesquisa da UFRJ representam um patrimônio do país. No nosso entender, a falta de recursos financeiros e de reconhecimento são os principais problema da pesquisa científica, o que causa impactos preocupantes, em especial aos jovens docentes que estão estabelecendo seus laboratórios e núcleos na universidade. 4 - Qual proposta tem para a pesquisa? O que pretende mudar? Queremos criar editais internos, manter ativas nossas unidades multiusuárias, bibliotecas e outros espaços de pesquisa. Buscar parcerias e manter os editais para professores visitantes e seniors podem ser formas de atravessar esse momento de baixo investimento. Queremos também estimular a divulgação científica. 5- Qual o principal problema que a chapa vê na política de Extensão da UFRJ? Das atividades acadêmicas, a extensão foi a mais recentemente implementada, sendo a que carece de maior institucionalização e capilaridade. Avançamos muito ao longo das últimas gestões. A criação de um Conselho de Extensão com configuração similar ao Conselho de Ensino de Graduação (CEG) e Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) é um passo necessário neste sentido. 6 - O que a chapa pretende mudar na área de Extensão? Avançar na democratização das decisões, hoje ainda muito concentradas na figura do Pró-reitor. A Plenária de extensão, com assento de coordenadores de todas as unidades e centros, tem sido muito importante, mas é preciso criar o Conselho de Extensão. Vamos discutir e ouvir a comunidade, preservando o princípio da gratuidade. Questão da diretoria: Como avalia a situação do Canecão e como pretende resolver esta questão?Queremos devolver à cidade do Rio de Janeiro um equipamento cultural aos moldes do Canecão. Por isso, daremos continuidade ao projeto da UFRJ desenvolvido em parceria com o BNDES. Por enquanto, sabemos que está prevista a construção e manutenção estrutural de uma série de equipamentos da universidade, durante todo o período de seção de uso. Entre eles, um espaço cultural multiuso, com gestão e governança da UFRJ, na Praia Vermelha, que também servirá de laboratório de extensão para todos os cursos na área cultural da universidade.

Falta climatização nas salas. O ano letivo deveria ter começado dia 11, mas as aulas foram suspensas até segunda (25) e, agora, até 1º de abril As aulas no campus da UFRJ em Caxias já foram adiadas duas vezes por falta de climatização nas salas. Deveriam ter começado dia 11, foram suspensas até segunda (25) e, agora, até 1º de abril. E pode haver um terceiro adiamento. O conselho deliberativo local discute as condições de funcionamento na sexta (29). O campus foi inaugurado às margens da rodovia Washington Luiz, em 6 de agosto do ano passado. Mas, quase oito meses depois, a infraestrutura elétrica ainda não está preparada para receber os aparelhos de ar-condicionado. A cobrança por uma solução à administração central é antiga. Já no fim de agosto, o diretor-geral da UFRJ em Caxias, professor Juan Martin, encaminhou um memorando requisitando a abertura de um processo para a climatização do local. Ele afirma ser insalubre lecionar fora das condições climáticas aceitáveis, ainda mais nesta época do ano. A Reitoria não respondeu sobre o motivo do atraso. Por nota, a assessoria informou apenas que a “Prefeitura da UFRJ está dando suporte ao campus para viabilizar a instalação dos aparelhos de ar condicionado. Esse trabalho começou há cerca de um mês”. E completou que o Escritório Técnico da Universidade estuda criar um Escritório de Planejamento próprio do campus. Os estudantes estão revoltados com a situação. Jhennifer Viana, aluna de Biotecnologia, afirmou que não é a primeira vez que sofrem com o atraso das aulas. O segundo semestre letivo do ano passado também demorou a começar pois havia a promessa de construção de uma passarela, na rodovia. O projeto até hoje não foi concluído. De acordo com ela, os alunos de Caxias estão se sentindo abandonados e negligenciados pela universidade.

Qual a avaliação dos candidatos à sucessão na UFRJ sobre a atual reitoria? E o que fariam diferente? As questões abriram o quinto e último debate entre as três chapas na disputa, na quarta-feira, 27, no Fundão. A apresentação de propostas lotou o auditório do Quinhentão, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). A comunidade acadêmica vai às urnas entre os dias 2 e 4 de abril. A chapa 10, “A UFRJ vai ser diferente”, composta pela professora Denise Pires de Carvalho e pelo professor Carlos Frederico Leão Rocha, não poupou críticas à administração do reitor Roberto Leher.  “Não é possível democracia sem infraestrutura para o ensino”, disparou a candidata à reitora. Ela destacou entre os aspectos negativos da atual gestão a taxa de evasão na graduação causada pela ausência da "política correta de assistência estudantil”. Denise Pires apontou falhas administrativas que independem de orçamento, como a institucionalização dos campi Caxias e Macaé. “A aprovação de um organograma e regimento só dependem de vontade política. Esse é um compromisso da chapa”, declarou a docente. “Apesar dos cortes, uma mudança na gestão pode, sim, ter impacto significativo para nossa vida ser melhor”, resumiu. O candidato a vice-reitor, Carlos Frederico, reforçou o argumento: “A pauta do Consuni está vazia. Precisamos voltar a discutir a universidade”. A chapa concluiu sua participação defendendo a mudança e a alternância de poder.  “Está na hora de fazer uma gestão mais eficiente e de qualidade. E quebrar o ciclo da gestão atual”, encerrou Denise. A chapa 20, “Minerva 2.0”, liderada pelos professores Roberto Bartholo e João Felippe Cury centrou a crítica à atual administração no problema estrutural das instalações da universidade, destacando a situação da Escola de Belas Artes, da Faculdade de Arquitetura e do Hospital Universitário. “Se uma a edificação está abaixo do nível desejado, não deve haver atividade ali. É preciso que haja alternativas”, disse Bartholo. A proposta de “gerenciamento de risco” foi classificada pelo candidato como “prioridade zero da chapa”. “Quando tudo é prioridade, nada é prioridade”, declarou o candidato. A chapa criticou ainda os “anacronismos” e “procedimentos superado por moderna tecnologia da comunicação”. “Não aprece razoável levar o tempo de uma gestação para a impressão de um diploma”, exemplificou. Entre os méritos da atual gestão, a chapa 20 destacou a discussão sobre inovação de modelo de gerenciamento a partir do convênio UFRJ e BNDES. “Diante de uma situação de cobertor curto, temos que facilitar acesso a outras fontes de recurso”, disse Bartholo. “Isso não significa abrir mão da autonomia universitária”, completou em outro momento. Vice da chapa, o professor João Cury, também avaliou como acerto a política estudantil atual. E afirmou que os “vulnerabilizados serão prioritários”. Oscar Rosa Mattos, candidato a reitor pela chapa 40, "Unidade e Diversidade pela Universidade Pública e Gratuita", não criticou frontalmente a gestão Leher. “Não vou criticar a atual reitoria. Vamos dizer os problemas que serão atacados. Temos conhecimento deque eles são reais”, justificou. Nas considerações finais, o candidato atacou a exposição da universidade: “As críticas devem ser feitas dentro da universidade, não nas redes sociais ou com fake news”, disparou. O candidato afirmou que pretende “manter a política estudantil e atacar o problema do assédio e da acessibilidade”. Em relação aos estudantes, foi enfático: “Vamos priorizar todas as conquistas dos estudantes. E buscar de todas as formas demantê-las e, se pudermos, ampliá-las”.  “Queremos uma universidade mais humana”, disse. O contrato entre a universidade e o BNDES também foi defendido por Rosa Mattos. “Dentro dos princípios que nos regem, temos que buscar recursos”, afirmou. O professor sublinhou o problema de estrangulamento da universidade. “Você pode ter a gestão de Marte que você quiser. Isso não vai resolver o problema de aposentadoria de 3 mil servidores da UFRJ”, ironizou o docente. E completou: “Até 2017, podemos falar em contingenciamento. De lá para cá, tivemos cortes mesmo. O que é muito mais grave”. Candidata a vice-reitora, Maria Fernanda Quintela usou a experiência administrativa à frente da decania do Centro de Ciências da Saúde por dois mandatos para falar em projetos para preservação da estrutura da universidade. “A segurança do trabalho é uma questão aflitiva para todos. No CCS, criamos brigadas de incêndio e conseguimos, muitas vezes, evitar acidentes”. Opiniões do público Na avaliação de quem assistiu ao debate, faltou mais ênfase em questões importantes como segurança, política de assistência estudantil e propostas efetivas para dar conta de um orçamento tão limitado. De acordo com Annyeli Nascimento, professora do Instituto de Economia e apoiadora da Chapa 10, há mais consensos do que divergências entre as candidaturas. No entanto, ela sentiu falta de alguns temas. “Foi um debate proveitoso, mas faltou aprofundar a discussão orçamentária para os próximos anos. Também senti falta (do tema) de segurança, especialmente no Fundão”. Já a professora do Instituto de Biologia, Deia Maria Ferreira, considera que o debate contribuiu para esclarecer mais a comunidade acadêmica sobre os candidatos. Ela considera que faltou, por parte da plateia, mais perguntas sobre assistência estudantil. E avalia que, neste quesito, se identifica mais com a Chapa 40. “Eles reafirmam políticas importantes e falam melhor sobre esses assuntos. As demais candidaturas, não”. Isabel Sampaio, estudante da Faculdade de Farmácia, também concorda que o debate é um importante instrumento para esclarecer propostas. Para ela, seria mais fácil escolher em quem votar, se conhecesse a equipe de cada candidatura. “Senti falta de conhecer os membros da pró-reitoria de cada chapa. Ainda estou avaliando as candidaturas. Não tenho chapa ainda”. Para Marcílio Alves, servidor do Instituto de Química, os debates têm formato e tempo que impedem que os candidatos abordem todos os assuntos da universidade, sobretudo as demandas. Ele aponta sua preferência. “Gostei mais das proposições de segurança e eletricidade no campus, da Chapa 20”. Marcílio considera que faltou tratar dos profissionais terceirizados e sobre os cargos extintos na UFRJ. (colaboraram Julia Noia e Giulia Ventura)

Diversas categorias ganham liminares contra a medida provisória que determina o pagamento de qualquer contribuição sindical apenas por boleto bancário Nas últimas três semanas, sindicatos de diversas categorias e localidades do Brasil ganharam respaldo da Justiça contra a medida provisória do presidente Bolsonaro que ameaça a sobrevivência financeira do movimento sindical. Sete Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) foram impetradas no Supremo Tribunal Federal. Na primeira instância da Justiça Federal, ao menos 31 sindicatos tiveram liminares concedidas, incluindo a Adufrj. Editada na véspera do carnaval, a MP 873 obriga que o pagamento de qualquer contribuição sindical seja feito apenas por boleto bancário e proíbe a possibilidade de os trabalhadores autorizarem o desconto em folha de pagamento. O relator do caso no STF, o ministro Luiz Fux, decidiu que o julgamento das ações será realizado em plenário “tendo em vista a repercussão jurídica e institucional da controvérsia”. Fux pediu informações sobre o tema, mas a data de julgamento ainda não foi definida. Sob o impacto da avalanche de ações judiciais, o governo editou um decreto presidencial em 21 de março, reforçando o teor da MP. A iniciativa colocou lenha na disputa entre o Congresso e o Palácio do Planalto. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convidou representantes de centrais sindicais para uma reunião na próxima terça-feira para tratar da medida provisória. Entre os argumentos contrários à MP estão: o efeito de inviabilizar o funcionamento de milhares de entidades, a impossibilidade de o Estado interferir em organização sindical e a liberdade de associação dos cidadãos. “As Adins e as ações feitas pelos sindicatos reforçam a interpretação sobre a inconstitucionalidade de seus dispositivos”, disse a advogada da Adufrj Ana Luisa Palmisciano. “Esperamos que o STF paute rapidamente as ações diante do impacto na sobrevivência dos sindicatos”. As sete ações que chegaram ao STF têm como autores a OAB, as confederações das Carreiras Típicas de Estado, dos Servidores Públicos, dos Trabalhadores em Turismo, dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Áreas Verdes, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria e o PDT.

Uma administração que terá como "prioridade zero" o gerenciamento de riscos. Foi desta forma que os candidatos à reitoria pela "Minerva 2.0" (chapa 20) se apresentaram à comunidade da Coppe, no último dia 26. A unidade tem promovido encontros separados com as candidaturas: na véspera, a "A UFRJ vai ser diferente" (chapa 10) foi a primeira a apresentar suas propostas; na quinta-feira, será a vez da "Unidade e Diversidade pela Universidade Pública e Gratuita" (chapa 40).

"Não tenho a menor intenção de vir a ser o próximo reitor de uma tragédia anunciada. Não é risco zero, mas conseguir trabalhar com risco minimizado", afirmou o professor Roberto Bartholo, que é da própria Coppe. De acordo com ele, as recentes tragédias da universidade, como o incêndio do Museu Nacional, estão vinculados a um "nó". Um dos fios do entrelaçamento seria o orçamento insuficiente: "Não somente por não atender à universidade que desejamos, mas também inviável para nossas necessidades", disse, acrescentando o obstáculo do teto de gastos públicos. O outro fio seria o da gestão.

A partir deste diagnóstico, o candidato passou a citar exemplos de inovações institucionais que poderiam nortear a universidade em busca de soluções para seus problemas. "Um caso exitoso é o Parque Tecnológico. Podemos retirar ensinamentos dali. Para termos, na UFRJ, um parque artístico, um parque esportivo, por exemplo. Mas não tenho aqui uma fórmula pronta no bolso do colete de como seria essa configuração".

Bartholo também considera que os egressos da universidade "são um verdadeiro tesouro" e sugeriu o aproveitamento de uma rede dos ex-alunos em favor da UFRJ: "Sei que é outra economia, outra cultura, mas as universidades americanas são exemplares (neste aspecto)"

O professor prometeu reabrir a discussão em torno da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, empresa pública criada para gerenciar os hospitais universitários: "Existe uma discussão nesta universidade que acabou no limbo. A UFRJ é a única universidade de grande porte fora (da Ebserh). A questão foi retirada de pauta e nunca mais voltou". Bartholo entende que o tema precisa voltar a ser discutido para que a universidade tome uma posição.

Candidato a vice, João Felippe Cury observou que a universidade precisa melhorar sua imagem junto à sociedade. "Não temos que ficar contra a imprensa. Temos de mostrar uma agenda positiva", disse. Segundo ele, o nome da chapa (Minerva 2.0) junta a tradição e reputação da UFRJ com o 2.0, que significaria um "upgrade da gestão": "A gente não promete nada, mas a gente se compromete com valores, com princípios. Defendemos a universidade pública, gratuita e de qualidade,mas também eficiente, transparente e ética", completou.

Boa impressão na plateia

O professor Antonio MacDowell Figueiredo, do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe, considera que a candidatura do professor Bartholo apresenta "um olhar diferente" sobre a universidade: "Traz algo muito sincero e muito aberto na busca de soluções mediante o diálogo, mediante a discussão. Agora, uma discussão que tenha fim. Como ele falou em relação a esse limbo (da Ebserh)".

Aluna do Programa de Engenharia de Produção da Coppe, Raquel Faraco considerou "interessante" a proposta com foco em gestão e inovação: "É uma questão importante, porque, queira ou não queira, você está trabalhando com recursos limitados". Raquel ainda não decidiu o voto: "Estou escolhendo, mas gostei muito da proposta", concluiu.

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