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Prefeitura investe em redes sociais para melhorar atendimento

Através de um número por Whatsapp, o órgão pretende melhorar a comunicação com a comunidade universitária

Samantha Su. Estagiária e Redação

A Prefeitura da UFRJ disponibilizou, desde o dia 13 de outubro, um número (995-736-259) na rede social “Whatsapp” para reclamações, denúncias e sugestões da comunidade acadêmica. O objetivo é melhorar a comunicação do órgão e facilitar o trabalho das coordenações de Transportes, Trânsito, Meio Ambiente e Manutenção Urbana, para onde as mensagens serão encaminhadas. Segundo o prefeito, Paulo Mario Ripper, “ocorre uma evolução na forma de se comunicar da sociedade e a Prefeitura precisa acompanhar essa mudança”. 

Por enquanto, o número é apenas para atendimento na Cidade Universitária, mas a pretensão é expandir o serviço para outros campi. "Estamos engatinhando ainda nesse processo. Precisamos verificar como é a recepção da comunidade e as nossas condições de atendimento rápido", declarou Paulo Ripper. Além disso, o setor de segurança, que hoje funciona com um telefone fixo, será pensado separadamente em um modelo para facilitar as denúncias: "A Prefeitura da UFRJ sabe que não pode falhar ao ofertar um serviço para segurança das pessoas. Nós temos consciência da responsabilidade. Agora, os casos de violência no campus são repassadas para a Polícia Militar e Polícia Civil, para que elas possam atuar preventivamente evitando novas ocorrências e na investigação para detenção dos criminosos", justifica Paulo Mario. O novo projeto para segurança, no entanto, ainda não tem prazo.

Muitas denúncias já chegam acompanhadas de imagens

Nessa primeira semana de uso, o setor recebeu mensagens para pedir melhoria na sinalização do trânsito, poda de árvores e aviso de que os assentos dos ônibus que circulam pelo campus estavam com defeito. Segundo a Prefeitura, muitas denúncias já chegam com imagens, mas todas são encaminhadas para o Centro de Controle Operacional (CCO), responsável por monitorar as câmeras da universidade, para a checagem possível. Só então, são repassadas para a coordenação específica.

Nova forma de comunicação é necessária

De acordo com o prefeito, novas formas de comunicação são necessárias para melhorar o diálogo: “Hoje, as pessoas estão nas praças, restaurantes, shoppings, praias e até onde não deveriam, como salas de aula, com um smartphone na mão se conectando a redes sociais. A decisão foi buscar algo positivo para uso desses aplicativos, desde que tivéssemos condições de responder. Todavia, nosso objetivo é mesmo manter muito baixo o número de atendimentos, um sinal de que o serviço da Prefeitura da UFRJ está sendo bem realizado”, concluiu.

Segundo o serviço, disponível no site da Prefeitura, as mensagens podem ser enviadas para o número com indicação sobre a temática da mensagem indicada pelo símbolo “#” e o assunto. A Prefeitura pede também bom senso e responsabilidade nas denúncias, para evitar trotes.  

Desde o início de outubro, chama atenção da comunidade do Fundão a quantidade de ônibus da empresa 1001 parados em estacionamento da UFRJ ao lado do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). Segundo a Prefeitura Universitária (PU), a ocupação é temporária: “A CET-Rio, em virtude das obras que estão sendo realizadas na Avenida Brasil, perguntou à Prefeitura da UFRJ como poderíamos ajudar com o estacionamento dos 70 veículos que conduzem trabalhadores da Petrobras para o campus do Fundão”.

Em vez de deixá-los estacionados ao longo das vias da Cidade Universitária ou mandar que retornassem ao Caju (onde fica a garagem da empresa) no horário de pico, atrapalhando todo o tráfego da cidade, a Seção de Trânsito avaliou que poderia ser utilizado o estacionamento, em área próxima aos prédios do CCMN. O lugar dispunha de baixíssima taxa de ocupação, informou a assessoria da PU.

 

Em contrapartida, a empresa 1001 comprometeu-se junto à universidade com a troca do portão de acesso e de todo o gradil do entorno do estacionamento, já em condições precárias. A administração avalia positivamente o acordo. “Como a universidade está em contenção de despesas e não poderia arcar com o custo do reparo, a Prefeitura da UFRJ acredita que o acordo beneficia a comunidade interna e, indiretamente, toda a Cidade do Rio de Janeiro”.

IMG 5570Foto: Elisa Monteiro

Construção de complexo para hóquei, rugby e nado sincronizado e reforma da EEFD estão em andamento

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Não são pequenas as expectativas da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) em relação à participação da unidade no projeto UFRJ-Cidade Olímpica. De acordo com uma parceria firmada entre a universidade e o Ministério do Esporte, a instalação de um centro olímpico para treinamento de hóquei sobre a grama, rugby e nado sincronizado irá modernizar toda a infraestrutura da escola.

Com orçamento de aproximadamente R$ 61,4 milhões, “trata-se do maior aporte de recursos públicos destinados à nossa Unidade pela União, desde a sua transferência do campus Praia Vermelha para a Cidade Universitária-Ilha do Fundão, ocorrida no início da década de 1970”, destaca o diretor da EEFD, Leandro Nogueira Filho.

obra interna EEFDAulas continuam. As obras estão previstas para durar seis meses e, de acordo com a direção da EEFD, não interromperão as atividades regulares da Escola. foto: Elisa Monteiro

Além da estrutura completa de sistemas elétrico, hidráulico, de gás e de prevenção de incêndio do novo centro, o projeto implica ainda a recuperação de três outros ginásios esportivos, da pista de atletismo, dos vestiários e da piscina de 50m por 25m da EEFD. A água passará a ter aquecimento graças a placas solares. “É o tal padrão Fifa, só que COI (Comitê Olímpico Internacional)”, brinca o diretor. Também estão incluídas nas melhorias as instalações de aparelhos para acessibilidade dos prédios (como elevador) e de um departamento médico.

piscinaAquecimento. A água das piscinas passará a ter aquecimento graças a placas solares. Foto: Elisa Monteiro

Segundo o dirigente, as melhorias terão impacto não somente sobre o corpo social da EEFD. O curso de Fisioterapia, por exemplo, também usufruirá da piscina aquecida. Para Leandro, a população do entorno poderá ser mais bem atendida com a reequipagem. Uma referência para ele está no trabalho, já realizado sob a coordenação da professora Andrea Ferreira João, do projeto Centro de Excelência Caixa Jovem Promessa de Ginástica. Os equipamentos, instalados com apoio do banco Caixa Econômica Federal, treinam crianças entre 5 e 9 anos, “das comunidades próximas”, em  ginástica artística.

As obras estão previstas para durar seis meses e, de acordo com a direção da EEFD, não interromperão as atividades regulares da Escola. “Temos reuniões semanais para acompanhar o andamento do processo”, disse Leandro. “Vamos adaptar tudo ao funcionamento e às aulas”.

Ponto de chegada

A edificação do centro olímpico tem prazo inegociável até 26 de fevereiro de 2016. Gastos extras também estão fora de questão. “Não há termo aditivo para esse contrato”, explica o diretor da EEFD. O custo integral da obra, bem como a fiscalização dos trabalhos executados pelo consórcio contratado, ficam a cargo do Ministério do Esporte. Pelo contrato firmado, a manutenção do espaço terá ônus zero para universidade até dezembro de 2016. De acordo com o Ministério, o Consórcio Campos Olímpicos é composto pelas empresas JZ Engenharia e Comércio Ltda., Hersa Engenharia e Serviços Ltda., Resinsa Brasil Construções Esportivas Ltda.

Em contrapartida, a UFRJ cede espaço para treino de atletas dos Jogos Rio-2016 (equipe brasileira de tiro com arco já utiliza um terreno nas imediações da Escola, por exemplo). Segundo o diretor, a “localização estratégica” da universidade foi determinante: “Uma das condições estipuladas por esses organismos internacionais é que os locais de treino sejam próximos. Estamos em frente à Linha Amarela, a 30 minutos dos Jogos”, relata.  

tiro com arcoContrapartida: Renato Emílio, treinador e arqueiro com participação em quatro edições dos Jogos Olímpicos (1980, 1984, 1988 e 1992) orienta a preparação da ex-alteta olímpica e atual atleta paralímpica Patrícia Layolle para as competições de Tiro com Arco em 2016, nas imediações da EEFD. Foto: Elisa MonteiroA assessoria de comunicação do Ministério do Esporte informou que a construção “ainda está em fase preliminar de implantação de canteiro de obras”. Mas a previsão de conclusão para fevereiro de 2016 foi confirmada. Segundo sua assessoria: “Nenhuma obra dos Jogos Olímpicos sofreu alteração por conta de ajuste fiscal do governo”.

Cara da UFRJ

Leandro Nogueira relata que tudo começou com o desejo da EEFD de construir um complexo integrado de atividades físicas. A concepção artística do projeto ganhou traços mais reais pelos projetos preliminares de Engenharia desenvolvidos pelo Grupo de Desenho Técnico (GDT) da Escola Politécnica. O projeto teve coordenação do professor Roberto Machado Corrêa.

Em seguida, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) entrou no circuito. Coube aos professores Andrés Pássaro, Diego Portas e Flavia de Faria, do Laboratório de Arquitetura Metropolitana (LAM/FAU), o anteprojeto de arquitetura acolhido pelo Ministério do Esporte e pelos organismos internacionais de esporte.

“A UFRJ será a primeira universidade do Brasil a ter dois campos com certificação internacional”, sublinha Leandro. Em sua visão, a realização das Olimpíadas na cidade abriu uma oportunidade ímpar para recuperação da Escola, “há décadas” sem “investimento compatível”. “De que outra forma seria possível, em plena crise financeira, a universidade captar um volume de recursos públicos desse porte?”, questiona.

Na avaliação do docente, “há um interesse real de concretização do legado” das Olimpíadas para justificar e demonstrar a legitimidade dos gastos.  “Não se quer que as instalações sejam do tipo elefante branco”, analisa. Leandro conta que a EEFD está em negociação para “herdar” ainda os equipamentos de ginástica rítmica e artística utilizados na competição. “Buscamos sensibilizar ao máximo o Ministério do Esporte, em benefício da universidade, para que o legado olímpico prossiga mesmo depois dos Jogos Rio-2016”.

Leandro enfatiza protagonismo da UFRJ: “Já somos a maior escola do país, com cerca de 2,5 mil estudantes, e com essa vantagem acadêmica que abrimos em relação às demais instituições de ensino superior, temos tudo para nos tornar um polo dinamizador em hóquei e rúgbi”. Além da formação “qualificada de recursos humanos”, o diretor chama atenção para as possibilidades “do mercado de trabalho e estágios”, com o acolhimento de equipes nacionais na universidade.  Detalhe: os campos de hóquei e de rúgbi são reversíveis, ainda, para a prática do futebol.


Presidente da Adufrj defende a ampliação do debate

Em sua primeira entrevista depois da posse, Tatiana Roque afirma ser urgente recuperar o diálogo interno na UFRJ
 

Conjuntura difícil no país, cortes orçamentários na UFRJ, sérios problemas de representatividade no movimento sindical. Como selecionar prioridades nesta equação tão complicada e motivar o conjunto dos docentes a construir algo novo, como você enfatizou na sua posse?

Claro que teremos que selecionar algumas prioridades, como dissemos. O mais urgente é recuperar o ambiente de diálogo interno na UFRJ, por um lado, e conseguir um arco o mais amplo possível de alianças, na sociedade, com o objetivo estratégico de defender a universidade dos cortes que podem afetar seu funcionamento.

 

Como dosar a crítica ao governo e os cuidados para a preservação da legalidade e neutralização dos impulsos da direita no cenário político?

Criticar o ajuste fiscal e a força dos setores que defendem essa política econômica dentro do governo é fundamental, principalmente porque isso impacta diretamente o financiamento da universidade. Do ponto de vista político, essa crítica não pode significar dar argumentos ou “dar munição” de qualquer tipo para a instabilidade atual, que é um modo de chantagem enraizada em hábitos fisiológicos da política brasileira.

 

Quais são os caminhos que podem aproximar o sindicato da base da categoria?

 Ampliar o debate. Estimular a discussão aberta e franca sobre diversos pontos nos quais não há consenso. É fundamental que todas as posições estejam representadas e que possamos discutir com base em uma argumentação consistente, sem desqualificações ou polarizações indesejadas. Esperamos que algum consenso surja daí, mas de qualquer modo é fundamental que, caso as posições sejam realmente muito diferentes, essas diferenças estejam colocadas e o debate de ideias seja estimulado. Afinal de contas, estamos em uma universidade, se esse tipo de prática não for corrente entre nós, não vejo onde seria. 

 

Como enfrentar as controvérsias relacionadas à carreira docente?

Vamos continuar discutindo a carreira, e outros temas, a partir de grupos de trabalho. Há divergências em relação à proposta de carreira do Andes, sobretudo no que diz respeito ao fim da barreira por titulação para se tornar associado ou titular; à manutenção das classes; e também em relação ao tipo de avaliação adequada para a promoção entre classes. Um ponto sobre o qual há consenso, que estava em nosso programa de campanha, é a necessidade de focar nos professores que ingressaram mais recentemente, que estão em uma posição francamente desfavorável, tanto do ponto de vista salarial, quanto em relação à aposentadoria. 

 

Um dos compromissos de sua gestão é desinterditar pautas polêmicas na série de debates “Sem Tabu”. Já foi definido o primeiro tema dessa agenda?

Estamos definindo, mas acredito que, devido à urgência, deveria ser a PEC 395, que regulamenta a cobrança de mensalidade na pós-graduação lato sensu. Ela deve ser colocada em votação no Congresso já esta semana. Estamos pensando nas pessoas para compor a mesa, queremos que haja sempre três posições divergentes. Se algum docente tiver indicações de nomes de possíveis debatedores, da UFRJ ou de fora, pode nos escrever. 

 

A preocupação com o fortalecimento dos movimentos sociais, especialmente em momentos como esse, de instabilidade política, foi destacada no seu discurso. Como será a articulação com o movimento organizado na UFRJ e que caminhos se apresentam para a construção de novos movimentos?

Queremos participar e estimular a criação de fóruns de discussão com estudantes e técnicos administrativos, talvez o ideal seria organizar estes fóruns por Centro. Também aceitamos sugestões neste sentido.

 

Uma das prioridades anunciadas pela gestão que se inicia é com a comunicação externa. Como pensa pautar o debate sobre ensino superior e sobre a universidade como bem da sociedade em meios de comunicação tradicionalmente hostis à defesa da educação pública?

Há uma multiplicidade de meios de comunicação atualmente e também não acho que todos os setores da mídia tradicional sejam refratários a uma discussão sobre o ensino superior público. Ela deve ser feita com base em uma argumentação consistente, por pessoas que são reconhecidas na área. Será preciso, certamente, um trabalho direcionado para isso, talvez através de uma boa assessoria de imprensa.  É preciso enfatizar as coisas boas que as universidades públicas oferecem à população, como a qualidade do ensino e da produção científica e tecnológica, mostrar que temos um papel importante em encontrar soluções para muitos problemas sociais, tecnológicos e econômicos.

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