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Também em 19 de março, só que durante a parte da tarde, um Ato Unificado dos Servidores Públicos Federais levou as reivindicações do funcionalismo ao Centro da cidade. Em passeata da Candelária até a Cinelândia, a manifestação também denunciou a repressão da PM às classes mais pobres.

Diversas faixas faziam alusão ao recente caso da trabalhadora Cláudia Ferreira. No último dia 15 ela foi baleada por policiais em Madureira, colocada no porta-malas de um camburão e, quando a tampa traseira do veículo policial abriu-se, foi arrastada por centenas de metros da rua. “Hoje somos todos Amarildo e Claudia”, ressaltou Wilson Ferreira, representante da AduniRio. Houve um minuto de silêncio em homenagem a Cláudia.

O presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro, observou que 2014 é um ano fundamental para os movimentos sociais, em função do aumento das lutas populares: “A educação pública vem hoje às ruas para se colocar na centralidade da luta”, destacou. Pelo Diretório Central dos Estudantes da UFRJ, Luiza Foltran reafirmou que a luta precisa estar unificada entre técnico-administrativos, professores e os estudantes. (Darlan Azevedo)

Confira fotogaleria do ato

Que carreira queremos?

A análise das propostas (e das barreiras impostas à progressão) para regulamentar a carreira docente foi tema central de atividades realizadas pelos professores no Dia Nacional de Mobilização

Texto da PR-2 cria barreiras para ascensão funcional
 

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

No máximo 1.498 professores do Magistério Superior (para se ter uma ideia, isso significaria apenas 40% dos 3.735 efetivos de 2012) poderão chegar à categoria de Associado, pela proposta da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) voltada para regulamentar, internamente à UFRJ, a progressão e a promoção docentes. A proposta prevê a obrigatoriedade de os docentes atuarem em programas de pós-graduação e distingue os professores do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.

Veja aqui as tabelas

A conta foi feita pela professora do Instituto de Economia, Maria Malta. Ela levou em consideração o fato de a universidade possuir 107 programas de pós-graduação e o número ideal de professores por programa, segundo os critérios da Capes, ser de 14 (e vale lembrar que cada docente pode atuar em mais de um programa): “A proposta da PR-2 é criar uma espécie de elite na universidade. A maior parte dos professores não teria possibilidade de progredir”, destacou a professora, em apresentação feita no hall do prédio da reitoria, durante o Dia Nacional de Mobilização (19 de março). O objetivo da atividade, que se repetiu no campus da Praia Vermelha e no Colégio de Aplicação, foi debater carreira, salário e condições de trabalho.

 

Maria Malta, que também é integrante do Conselho Universitário, comparou as duas propostas que circulam na Comissão de Legislação e Normas (CLN) do próprio colegiado: uma da PR-2; a outra, da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), com contribuição da PR-4. Confira as propostas em discussão na UFRJ neste link

Barreiras para progressão

O texto apresentado pela PR-2 propõe a criação de barreiras para a progressão e a promoção dos professores, a começar pelo conjunto de pontos disputáveis. Neste documento, o total de pontos disputáveis é igual à da pontuação máxima necessária à progressão. Os pontos são modificados de acordo com a categoria na qual o professor está incluído, mas, no caso dos Adjuntos, o valor é 100. “A tabela (da PR-2 – veja quadro) não flexibiliza a atuação entre ensino, pesquisa e extensão. Muitas vezes, o professor está inserido em um programa de pós, mas sua pesquisa está no começo e ele não possui dados para publicar. Isso fará com que ele perca pontos e não progrida. Esta tabela implica que o professor realize todas as atividades ao mesmo tempo, incluindo representação e administração”, explicou Maria.

Já a proposta da CPPD, enviada para o gabinete do reitor em 15 de julho de 2013, pontua igualmente ensino, pesquisa e extensão (veja tabela) e considera outras atividades importantes realizadas por professores. Esta comissão também buscou pontuar de maneira equânime todas as categorias existentes na carreira.

Pós valeria dobro

Em contraposição, a PR-2 diferencia as “classes”. O ensino de graduação é tratado com peso menor em comparação à pós-graduação. Ao separar “ensino de pós” e “produção intelectual”, a PR-2 faz com que os professores que atuem na pós-graduação dobrem sua pontuação em comparação aos docentes da graduação. Esses, por consequência, não conseguem, nessa lógica, a progressão.

Ainda nesta proposta, a pontuação por produção intelectual varia de acordo com a categoria: vale 10 pontos para Assistente; 20 pontos para Adjunto; 30 pontos para Associado e Titular. A atuação do docente em pesquisa e extensão segue a mesma distribuição de pontos.

“Oitenta por cento da UFRJ é composta por professores Assistentes e Adjuntos. Isso significa que apenas uma pequena quantidade de docentes conseguirá ascender na carreira. Essa proposta leva premiações em consideração. Prêmio, por definição, não é para todo mundo. E mesmo assim é classificado como critério com pontuação fixa”, observou Maria Malta.

 
Na Praia Vermelha, mais indignação contra proposta da PR-2
Na mesma manhã, a alguns quilômetros de distância, no campus da Praia Vermelha, a indignação com a proposta da Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa não era menor: “Regressão ou estagnação, é o que podemos falar sobre a proposta”, disse Luciana Boiteux, 1ª vice-presidente da Adufrj-SSind.

Não por acaso, a formulação prejudica muito os professores Adjuntos: “É a classe mais numerosa na categoria e, portanto, a que pode gerar maior impacto financeiro”, destacou a dirigente. A conta de trás para frente para afunilar o acesso aos recursos e garantir a economia orçamentária convergiu com a justificativa meritocrática, “na linha das agências de fomento como Capes e CNPq”, completou Luciana: “Apenas um grupo muito seleto alcança os benefícios. Os cursos da expansão universitária do Reuni, Macaé, Xerém e na Praia Vermelha, mais que todos, são atingidos”. 

Mais realista que o rei
Luciana observa que a lógica remuneratória “por produção” em detrimento da qualidade do serviço já estava contida na lei das carreiras imposta pelo governo federal, sem acordo com o Andes-SN, em 2012. Entretanto, a regulamentação interna apresentada pela UFRJ vai além, ampliando a “compartimentação” de atividades que deveriam ser integradas e a distância entre os docentes de fora de programas de pós-graduação em relação ao topo da carreira. “Pelo que se pretende, fica impossível aos professores que se dediquem à graduação chegarem a Associado”. Boiteux ressalta que a noção da pós-graduação como “porto seguro” é ilusória: “Mesmo que todos desejassem estar nela, esbarrariam no problema de que não há vagas suficientes para todos”.

Depois do Reuni, UFRJ muda eixo?
O giro de enfoque institucional da graduação para a pós-graduação recebeu críticas no debate. “Uma instituição que foi conclamada pelo Estado e acatou o desafio de se expandir para cumprir seu papel social na democratização do ensino superior não tem moral para desvalorizar a graduação dessa forma”, afirmou Antonio José Barbosa de Oliveira, da FACC. 

A intervenção de Antônio demonstra a contradição do projeto governamental para a educação que, de um lado, propôs o Reuni sem dar condições adequadas para a ampliação do ensino para, em seguida, supervalorizar a pós-graduação. O governo e a PR-2, nesse sentido, se aliam numa lógica perversa de redução do que se entende por universidade, sem levar em conta a importância da tríade ensino, pesquisa e extensão para a manutenção do ensino de qualidade.

Já Andréa Penteado (Faculdade de Educação), integrante do Conselho de Ensino de Graduação (CEG), lembrou que a universidade deve primar pela excelência em todos seus campos de produção de conhecimento: “Tecnologia de ponta é fundamental. Assim como é fundamental uma educação básica de ponta no Colégio de Aplicação e em todas as demais áreas de atuação universitária”, disse.
 
 
Presidenta da CPPD critica proposta da PR-2
Em uma análise preliminar, a Comissão Permanente de Pessoal Docente informa que a proposta da CLN (que encampou o texto da PR-2) exclui grande parte dos docentes da UFRJ, pois não considera a multiplicidade das atividades da categoria. “Da maneira como está, cria barreiras à promoção até mesmo nas classes intermediárias da carreira, e torna praticamente inatingível a promoção ao último nível seja no magistério superior ou no EBTT”, afirma Denise Nascimento, presidenta da CPPD.
Nos próximos dias, a CPPD vai se reunir para discutir novas sugestões à proposta da CLN , ou até mesmo reenviar o texto elaborado previamente. “O momento é de reflexão e participação nas discussões para encontrarmos o melhor caminho”, completou.


EBTT desaparece na proposta da PR-2
Para Adufrj-SSind, a exclusão espelha uma concepção de universidade repartida
No Colégio de Aplicação, o debate promovido pela Adufrj-SSind, além dos docentes, contou com a participação de técnico-administrativos, alunos e pais da escola. A comunidade “capiana” fez uma reflexão conjunta sobre a luta em defesa da educação pública a partir do histórico recente de suas mudanças, em especial, as diretrizes do Plano Nacional de Educação.

Dentre as perdas mais significativas para a educação brasileira, o professor Roberto Leher (FE) destacou a exclusão do conceito de “público” no PNE do governo, em tramitação no Congresso – se confirmada, a mudança permite que os recursos do Tesouro Nacional sejam deslocados para a iniciativa privada. 

Já o presidente da Seção Sindical, Cláudio Ribeiro, falou sobre a importância do Colégio de Aplicação, não apenas para a UFRJ, mas para a rede federal de ensino. Ele ressaltou a crescente privatização interna da universidade e, nesse contexto, pontuou as propostas de progressão e promoção na Carreira do Magistério em debate na UFRJ. Para o dirigente, a exclusão dos EBTT na proposta de progressão apresentada pela reitoria, via PR-2, espelha uma concepção de universidade repartida. E agrava a lacuna entre os professores da universidade que atuam apenas no ensino superior, daqueles que atuam também na educação básica. 

A reunião encaminhou propostas como a indicação de atividades executadas no CAp à lista de critérios para evolução na carreira, tais como como orientação e supervisão de monitorias e tutorias, supervisão de estágios curriculares, elaboração de métodos, práticas e tecnologias de educativas e desenvolvimento de material didático. Professores da Escola de Educação Infantil (EEI) também contribuíram para esta discussão. (Elisa Monteiro)
 
Acréscimos necessários
Nos três debates, foi levantada pelos docentes uma série de atividades do cotidiano da vida institucional do magistério superior e EBTT. Confira, em www.adufrj.org.br, um resumo dos itens listados pelos professores e ignorados na proposta da PR-2.

14032411Em tenda instalada em frente ao CFCH, no campus da Praia Vermelha, professores avaliaram situação salarial da categoria, entre outros temas, dia 19 de março. Reuniões ocorreram também no Colégio de Aplicação e no hall do prédio da reitoria. Foto: Marco Fernandes - 19/03/2014

 

Todos ao ato unificado dos Servidores Públicos Federais
 

Atividade complementa calendário de debates da UFRJ, neste dia 19, sobre carreira docente e condições de trabalho

A Adufrj-SSind e a Regional-RJ do Andes-SN convocam os professores da UFRJ a somarem forças na manifestação dos Servidores Públicos Federais nesta quarta-feira (19), com concentração na Candelária às 16h e passeata até a Cinelândia. O ato complementará o calendário de atividades no Dia Nacional de Lutas dos SPF e contará com a participação do Fórum de Lutas do Rio de Janeiro. 

Seu objetivo é dar visibilidade à luta e às reivindicações dos servidores públicos por melhores condições de trabalho, salário e qualidade dos serviços públicos. Ao mesmo tempo, visa denunciar que o estado que precariza e privatiza a saúde, a educação e o transporte público, é o mesmo que mata a juventude negra e pobre moradora das favelas e periferias.

Neste sentido: 

“Somos todos Claudia, pela desmilitarização da PM, já!”

“Tem dinheiro para a COPA, mas não tem para a saúde e para a educação!” 

Durante o Dia Nacional de Mobilização dos Servidores Federais, o ato unificado do Rio de Janeiro, no Centro, foi marcado pelas homenagens à trabalhadora Cláudia Ferreira. Ela foi baleada em Madureira no último domingo, colocada no porta-malas de um camburão e, quando a tampa do veículo abriu, acabou arrastada por dezenas de metros na rua.

Mais cedo, na UFRJ, os professores realizaram reuniões no prédio da reitoria, no campus da Praia Vermelha e no Colégio de Aplicação. Discutiram carreira, salários e condições de trabalho.

Leia mais sobre estas atividades e a manifestação ocorrida em Brasília na próxima edição do Jornal da Adufrj.

Foto: Samuel Tosta

Exigem 86,7% de reposição de perdas salariais e pagamento de 65% para remuneração da Dedicação Exclusiva

Haverá protesto no próximo dia 19, no Rio

Em assembleia que contou com a presença de mais de 120 docentes, foi aprovada por unanimidade a deflagração de greve por tempo indeterminado na Universidade Estadual do Norte Fluminense, desde o dia 13.

Os professores ratificaram a pauta de reivindicações de 2013, já encaminhada ao governo do Rio de Janeiro, que destaca dois pontos: reposição de 86,7% das perdas salariais relativas ao período entre 1999 e 2013; e pagamento de 65% pelo regime de Dedicação Exclusiva.

A decisão unânime pela deflagração da greve é resultado de grande indignação dos docentes da Uenf quanto ao tratamento desrespeitoso do governo Sérgio Cabral. Nos últimos três anos, o movimento dos professores da Uenf tentou, por diversas vezes, negociar, sem que houvesse qualquer avanço

Homenagem aos garis

A assembleia decidiu ainda adotar a cor laranja para simbolizar o movimento de greve em referência à luta dos garis da Comlurb. Afinal, eles recentemente conquistaram uma importante vitória contra a prefeitura do Rio de Janeiro, também comandada pelo mesmo partido (PMDB) do governador Sérgio Cabral.

Manifestação no Rio

Integrante do Conselho de Representantes da associação de docentes daquela universidade (Aduenf), o professor Marcos Pedlowski informa que o governo do Rio é o que menos gasta, proporcionalmente, com funcionalismo em todo o país. “Por isso, os piores salários estão aqui”. Ele adianta que a próxima atividade do movimento grevista será uma manifestação em frente à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, no Centro do Rio, no próximo dia 19. (Com informações do Andes-SN)

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