facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Primeira experiência de AG por videoconferência foi positiva


A Assembleia Geral ocorreu em três locais distintos, simultaneamente: na Sala D220, Bloco D, 2º andar, no Centro de Tecnologia; no Salão Nobre do IFCS; e no Auditório do Bloco B, campus de Macaé. Foi utilizada tecnologia de videoconferência para a conexão dos três locais. O objetivo — uma das diretrizes estratégicas da diretoria da Adufrj biênio 2015-2017 — foi ampliar a participação dos professores nas decisões do sindicato.

Apesar de alguns percalços, a primeira experiência foi bastante positiva. O som transmitido dos outros locais não estava bom e, em função de um certo atraso entre a transmissão e a chegada da imagem, houve alguns mal-entendidos quanto à vez de quem (em qual local) deveria falar.

Porém, todos puderam se comunicar e a assembleia conseguiu reunir 107 professores: 66 no Fundão (sendo 64 sindicalizados), 29 no IFCS e 12 em Macaé (um não sindicalizado).

Repercussão

Em Macaé, foi a primeira assembleia de Roberta Andrade, docente da Nutrição há um ano e meio. “Gostei bastante da iniciativa”, elogiou. “Com certeza, há coisas para melhorar; o áudio do IFCS não estava muito bom, mas o do Fundão foi excelente. No geral, deu para acompanhar”.

Roberta avaliou que o formato digital “criou uma oportunidade de estar mais perto das discussões do sindicato” para quem tinha compromissos no campus e não poderia estar fisicamente no Rio de Janeiro.  

Para Ricardo Figueiredo de Castro, do Instituto de História, o pioneirismo da diretoria da Adufrj em realizar este novo formato de assembleia pode ajudar outros docentes que atuam principalmente em unidades isoladas: “Acho que pode facilitar o acompanhamento dos debates. Espero que esta ferramenta seja utilizada por aqueles que realmente não puderem comparecer às assembleias. Mas espero que a categoria não substitua a presença, a importante etapa do encontro”.

Regina Pugliese, professora aposentada do CAp, salientou que, embora fosse a primeira vez que estivesse ocorrendo a assembleia por videoconferência, a iniciativa era muito boa. Ela apenas fez um pedido apenas para que as pessoas que fossem utilizar as falas, que a fizessem de maneira mais clara e articulada, para que “todos pudessem entender as propostas”.

Manoela Pedroza, também docente do Instituto de História, parabenizou o formato da assembleia: “Foi bastante positiva. Tinha algumas dúvidas no começo, acho que ficamos melhores no decorrer da atividade”. Ela fez algumas sugestões para as próximas reuniões e assembleias em videoconferência: “Acho que poderia investir em uma resolução maior nas imagens e que as mesas tivessem mais gente para dividir as tarefas de presidência e secretaria, pois é um desafio fazer com que todas as pessoas distribuídas nos diferentes lugares participem em igual peso”.

A professora Débora Foguel, do Instituto de Bioquímica Médica, foi outra docente que elogiou a iniciativa. Ela participou da Assembleia Geral no Centro de Tecnologia. “Foi tudo muito bem conduzido. Para a primeira experiência deste novo método, foi muito bom”, disse. Ela considerou, apenas, que em alguns momentos o som ficou prejudicado, sobretudo o que vinha do IFCS. “Mas não foi algo que comprometesse o andamento da reunião. Esta sem dúvida é uma forma de os professores se aproximarem da Adufrj. O caminho é esse. Até mesmo dentro da cidade, a locomoção, às vezes, é muito difícil. Então é uma forma de levar a entidade até os docentes”.

Avaliação

A presidente da Adufrj, Tatiana Roque, reconheceu o problema no som da videoconferência e avisou que a iniciativa será aprimorada para as próximas oportunidades. Mas observou que a experiência cumpriu o papel de ampliar a participação dos professores nas discussões e decisões do sindicato.

Funpresp e auxílio-transporte: ações judiciais são autorizadas

A primeira parte da assembleia do dia 17 foi dedicada à avaliação de duas ações judiciais para preservar direitos da categoria. Após alguns esclarecimentos feitos pela advogada Veronica Triani, da Adufrj, as medidas foram aprovadas.

Uma das ações vai buscar afastar qualquer exigência extra, por parte da reitoria, de comprovação do uso de transporte coletivo pelos docentes no trajeto da residência para o trabalho (e vice-versa), especialmente daqueles que atuam no campus Macaé para obtenção de auxílio-transporte. A pró-reitoria de Pessoal (PR-4), com base em parecer da Procuradoria da universidade, negou um requerimento administrativo da Adufrj-SSind sobre o assunto. No requerimento, também era solicitado o pagamento integral aos que optassem pelo recebimento do auxílio, utilizando-se a tarifa do transporte coletivo apenas como critério de cálculo para apuração dos valores (para a assessoria jurídica da Seção Sindical, respaldada em decisão do Superior Tribunal de Justiça, mesmo os que dirigem carros próprios podem obter a verba de caráter indenizatório).

 

A Adufrj-SSind também entrará com ação para garantir que os docentes que vieram do serviço público estadual ou municipal (sem que tenha havido intervalo — ou apenas um período muito pequeno — entre a exoneração de um e a posse na UFRJ) tenham assegurado o direito à aposentadoria nos moldes anteriores à lei da Funpresp — que limita os proventos ao teto do regime geral de previdência social. A Assessoria Jurídica da Seção Sindical entende que esses servidores, mesmo ingressando a partir de 2013 na universidade, não estão submetidos ao teto do INSS.



Assembleia da Adufrj inicia organização dos professores contra medidas que podem prejudicar trabalhadores

O governo interino de Michel Temer e um parlamento conservador, somados ao anúncio recente de projetos de reforma do Estado, provocaram uma reação conjunta dos professores que compareceram à Assembleia Geral da Adufrj — realizada em formato inédito (leia mais em Primeira experiência de AG por videoconferência foi positiva) — do último dia 17. Mesmo aqueles que apresentavam divergências, em maior ou menor grau, com a gestão de Dilma Rousseff não tiveram dúvidas: é preciso resistir. E logo.

Presidente da Adufrj, Tatiana Roque resumiu alguns dos projetos em tramitação no Congresso que ameaçam os professores federais — já divulgados em http://goo.gl/ol1Ga2 — e deixou claro que aquela assembleia seria a primeira de muitas reuniões e atividades para organizar a categoria contra a retirada de direitos: “Estamos dando aqui o pontapé inicial das discussões”, afirmou.

Durante a AG, ficou decidido que a diretoria da Seção Sindical vai convocar uma reunião do Conselho de Representantes da Adufrj, com o objetivo de criar comitês de mobilização nas unidades.

Duas outras frentes de ação devem, a princípio, ganhar relevância: contra a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação — recém-fundido com o de Comunicações pelo governo Temer — e contra a extinção do Ministério da Cultura — agora, com sua estrutura misturada à da Educação.

Será marcado um dia de mobilização com aulas públicas no centro do Rio, provavelmente em frente ao IFCS, para que a UFRJ possa apresentar sua produção acadêmica e dialogar com a população sobre a conjuntura política.

Também será feita uma exposição de fatos e fotos para mostrar como a UFRJ mudou muito — e para melhor — nos últimos 15 anos. E que as medidas anunciadas pelo governo Temer podem causar significativo retrocesso neste quadro.

Em Macaé, estabeleceu-se que aquele campus vai operar com um comitê para dar conta das atividades locais.

Durante a assembleia, a diretoria da Adufrj fez circular algumas fichas para que os professores pudessem apresentar seus projetos de formação de frentes ou grupos de trabalho: “A Adufrj faria a sustentação, a ‘costura’ entre eles”, defendeu Tatiana Roque.

Ao final da AG, foram aprovadas algumas notas: pela garantia do direito à liberdade de expressão (de forma unânime) http://goo.gl/gbUl2n; em solidariedade à greve dos servidores e à ocupação das escolas em diversos estados (esta, com apenas duas abstenções e um voto contrário) http://goo.gl/J4s3LF; e uma outra contra o governo ilegítimo e ilegal de Michel Temer http://goo.gl/Res9RH.

Apesar de praticamente todos os presentes estarem de acordo que era preciso repudiar o governo Temer, houve uma desavença relativa à redação da nota.

O texto contra o governo Temer, apresentado por Mariana Trotta (FND), foi o único pomo da discórdia da assembleia. Além de ser longo, havia nele uma referência crítica à Proposta de Emenda Constitucional 395 — que permite a cobrança de taxas em alguns cursos de especialização, pelas universidades públicas —, o que dividiu os professores.

No fim, uma versão reduzida do documento, mantendo a crítica à PEC, acabou aprovada com 26 votos contra 24 (para um texto ainda mais reduzido, sem referência à PEC) e duas abstenções.

Mais de 100 professores na AG

A Assembleia reuniu 107 professores: 66 no Fundão (sendo 64 sindicalizados), 29 no IFCS e 12 em Macaé (um não sindicalizado).

Propostas enriquecem o debate

Realizar uma exposição de fatos e fotos que mostrasse as diferenças entre a UFRJ de hoje — com mais alunos e mais diversidade social, entre outros aspectos — e a UFRJ de 15 anos atrás foi ideia de Miguel Quartin, do Instituto de Física. Para ele, os atuais calouros tinham pouca idade quando os primeiros governos do PT iniciaram estas mudanças: “O pessoal está muito atônito, mas precisamos atrair os estudantes para esta causa (de defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade). Precisamos difundir isso para eles e eles, para a sociedade. Mostrar que queremos progredir; e não regredir”, disse.

Emérito da UFRJ, o professor Nelson Souza e Silva (Medicina) apontou um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar e outras entidades que registra 48 projetos para retirar direitos da população e modificar o Estado: “Precisamos unir todos os sindicatos e reverter isso com movimento de rua. E dentro da UFRJ também”, avisou.

Professora da Faculdade Nacional de Direito, Mariana Trotta destacou primeiramente a utilização irregular de um dispositivo constitucional como o impeachment para depor a presidente Dilma Rousseff. Para ela, faz-se necessária a convocação do Conselho de Representantes da Adufrj para ampliar as ações de resistência dos professores na universidade.

Manoela Pedroza, da História, que elogiou a experiência do novo formato da assembleia, propôs à Adufrj incentivar a formação de frentes nacionais para combater o que vem por aí.

Na mesma linha, Ildeu de Castro Moreira, da Física e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), cobrou a articulação da Adufrj com as entidades acadêmicas e sindicais tradicionais: “O que não conflita com a mobilização interna e com os estudantes. Nossa função, na universidade, é discutir”, observou.

Cláudio Ribeiro, da FAU, solicitou articulação da Adufrj com o Andes-SN: “Precisamos do Setor das Federais do Sindicato e dos demais servidores públicos federais para enfrentar o que vem por aí”. Ele também reivindicou a convocação do CR da Seção Sindical e chamou atenção para a realização próxima do Encontro Nacional de Educação (ENE), em Brasília (DF), que poderia congregar as forças de resistência nesta área.

Primeiro vice-presidente da Adufrj, Carlos Frederico Leão Rocha enfatizou que está em jogo um ataque ao Estado. E fez questão de destacar, neste contexto, a fala do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, contra o financiamento de pesquisas “sem utilidade prática” pela fundação daquele estado. Como Alckmin é aliado do governo interino de Temer, estaria aí um claro indicador do que se pode esperar de prejuízos à pesquisa e à educação públicas: “O que está em jogo é o tamanho do Estado”, reforçou.

Henrique Longo, da Escola Politécnica, foi mais um a defender a união com outros movimentos e sindicatos: “Não dá para fazer lutas pulverizadas”.

Tatiana Sampaio (ICB), por sua vez, valorizou o fato de estarem todos os professores concordando com a necessidade de lutar: “Não podemos perder esta oportunidade, mesmo lutando contra uma mídia fortíssima”. Mas também alertou para o bastante provável ataque que a categoria vai sofrer, com o surrado discurso de “corporativistas” ou “defensores de privilégios”.

“Vou sair desta reunião bem mais animado do que entrei”, declarou Flávio Dickstein, do Instituto de Matemática: “Muita gente precisa ser incorporada à nossa luta. Não vamos ficar discutindo se foi golpe ou não. Mas vamos colocar quem defende o ensino público, gratuito e de qualidade do nosso lado”, disse.

TV Brasil

 Orlando Guilhon, pelo Movimento Brasil Popular, chamou atenção para um protesto que irá ocorrer em frente ao escritório da TV Brasil nesta sexta-feira (20), às 17h, na Avenida Gomes Freire (bairro da Lapa). A manifestação é contra a recente demissão do presidente da emissora, Ricardo Melo, por Michel Temer. O ato também vai criticar uma possível reformulação da política de comunicação da TV Brasil.


 

Quem quiser participar das ações anunciadas na AG pode mandar e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., enviando nome e unidade/curso.


Consuni rende homenagens a Clementino Fraga Filho

Docente que dá nome ao maior hospital da UFRJ faleceu na véspera do colegiado

Silvana Sá
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

Repercutiu no Conselho Universitário do último dia 12 o recente falecimento do professor emérito da Faculdade de Medicina e fundador do Hospital Universitário, o professor Clementino Fraga Filho. A ouvidora-geral da UFRJ, Cristina Riche, fez uma emocionada fala sobre a história de dedicação de Clementino Fraga Filho à universidade.

A decana do Centro de Ciências da Saúde (CCS), professora Maria Fernanda Quintela, propôs ao Consuni uma moção de pesar pelo falecimento do docente e de agradecimento por suas contribuições para a UFRJ. “Queremos expressar, pelo CCS, o apreço e agradecimento ao homem que foi o responsável pela formação de centenas de alunos e por proporcionar à área médica e de saúde uma formação com o compromisso pela saúde pública e com a universidade pública e sua autonomia”.

O reitor Roberto Leher destacou o trabalho exemplar do docente: “Esta é uma perda enorme para a UFRJ. Em breve, faremos o lançamento de um vídeo sobre a obra do professor Clementino Fraga Filho como mais uma forma de homenagear e registrar sua importância para a universidade”.

O docente foi agraciado com a emerência em 1986. Formou-se em 1936 pela Faculdade de Medicina da UFRJ e dela nunca mais saiu. Dedicou esforço e vida para a criação do hospital que leva seu nome e para a constituição de um currículo que levasse em conta o caráter humano da medicina. Clementino Fraga Filho morreu em 11 de maio, aos 98 anos. O docente sofria de mal de Parkinson e faleceu em casa.

A diretoria da Adufrj solidariza-se com familiares e amigos do docente, que teve destacado papel na constituição do maior hospital-escola da universidade.

Leia a moção aprovada:

“A vida de uma instituição depende de muitas vidas que a ela se dedicam”. Assim, escreveu Professor Clementino Fraga Filho na abertura do livro em que narra a implantação do Hospital Universitário, um fato histórico para a Universidade e sua Faculdade de Medicina.

Os que acompanharam sua trajetória acadêmica puderam testemunhar que tal afirmativa está em harmonia com o exemplo que ele próprio legou aos colaboradores e alunos. Sua vida pessoal se entrelaçou à vida da nossa Universidade. Nela se formou, em 1939, e a ela serviu como médico, professor e administrador no curso de quase 50 anos. O sentido de compromisso com a instituição foi constante no curso do tempo.

Eleito Vice-Reitor em 1966, assumiu pouco depois a Reitoria, em razão do afastamento de Raymundo Moniz de Aragão, feito Ministro da Educação e Cultura. Voltou a ocupar o cargo, em 1969, em virtude da renúncia de Aragão. Sua passagem pela Reitoria coincidiu com o período de estudos para a Reforma Universitária, na qual teve destacada participação, e com a vigência do regime militar. Em período conturbado, soube manter com equilíbrio a intransigência na defesa da instituição e a tolerância com as manifestações estudantis.

A vitoriosa experiência no Serviço de Clínica Médica, associada ao devotamento à instituição e às características de líder, estará na origem da indicação unânime da Congregação da Faculdade de Medicina para dirigir a instituição e, paralelamente, conduzir os trabalhos da comissão especial para a implantação do Hospital Universitário, designada pelo Reitor.  Foi seu primeiro Diretor, até 1985, como a consolidar a tarefa.

Nunca se afastou da prática médica, convencido de que o exercício paralelo da atividade docente e da clínica aprimorava a qualidade de ambas. Exerceu a clínica enquanto a saúde permitiu e, em seu afastamento, não foram raros os instantes em que confessou a falta do contato e a saudade dos pacientes, que deram sentido a sua vida, que o fizeram se sentir útil.

Paralelamente aos encargos na Universidade e à prática médica, integrou, sucessivamente, a Comissão de Ensino Médico do MEC, o Conselho Nacional de Saúde e o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), assim como exerceu a Presidência da Associação Brasileira de Educação Médica. Tais posições lhe permitiram ampliar a ação em benefício da qualidade da formação dos médicos e da prestação de serviços em saúde.

Na doença, manteve comportamento exemplar. Cordato, sorriso amável, trato cortês, sem amargura visível, sem queixumes. Manifestou por vezes o cansaço dos dias tornados longos pela inatividade. Na madrugada de ontem, faleceu, serenamente, em sua casa, aos 98 anos de idade.

Dos três filhos, um seguiu-lhe o exemplo. Eduardo Gordilho Fraga é Coordenador das Atividades Educacionais do Hospital que tem hoje o nome de seu Mestre, por decisão unânime do Conselho Universitário, a título de reconhecimento e permanente homenagem.

Encontro de estudantes e coletivos universitários negros marca dia histórico


Texto: Elisa Monteiro e Samantha Su
Fotos: Claudia Ferreira

Na sexta-feira, dia 13 de maio, teve início no auditório Quinhentão, do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ, o primeiro Encontro Nacional de Estudantes e Coletivos Universitários Negros (EECUN). O evento, organizado por quinze coletivos, teve como objetivo discutir o acesso e a permanência da juventude negra nas universidades brasileiras. O encontro terminou neste domingo (15).

No primeiro dia, 1,2 mil estudantes de todas as regiões do Brasil já estavam credenciados. A expectativa da organização era receber 1,5 mil pessoas. As inscrições abarcaram graduandos e pós-graduandos de universidades públicas, principalmente, mas também particulares. E até mesmo secundaristas: “Os coletivos negros têm se expandido para escolas em alguns lugares porque a questão do acesso à universidade, das cotas, tem a ver com o futuro para eles”, relata Mirtes Santos, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e uma das organizadoras.

O EECUN foi pensado a partir de quatro princípios fundamentais: a afrocentricidade, isto é, um modo próprio de construir política, fugindo dos métodos tradicionais eurocêntricos de sindicatos ou institucionais; o suprapartidarismo (autonomia política-partidária); autonomia financeira e contra todas as formas de opressões.

Foram mais ou menos dois anos de preparação. A internet deu uma mão, mas o determinante foi a pauta comum: “Os coletivos negros estão muito articulados por causa da luta local por permanência”, contou Mirtes. Um dos objetivos da reunião é “fortalecer laços entre esses universitários”.

Os quinze coletivos que integram o encontro foram saudados na abertura. São eles: Coletivo Negro Iolanda de Oliveira-UFF, Coletivo Negro Carolina de Jesus-UFRJ, Coletivo Negro Azoilda Loreto Da Trindade-CEFET-RJ, Frente Negra-UFPR, Bloco das Pretas- BH MG, Núcleo de Estudos Afro-brasileiros- NEAB Viçosa, Coletivo Preto Dandaras da Baixada – UFRRJ IM, Coletivo CORPOS NEGROS – UFG [Goiânia- Goiás], Coletivo Negro Kimpa – UNESP Bauru, Coletivo Juventude Educafro – SP, Coletivo Negrex, Coletivo Negrada- UFES, Coletivo Nuvem Negra-PUC-RJ, Coletivo Alma Preta e o Coletivo Nacional de Juventude pela Igualdade Racial – Conajir.

Saudações ao encontro

IMG 1652

“Eu fiquei muito satisfeita e, diria até, orgulhosa, porque talvez eu não tivesse essa dimensão, de que o encontro é muito grande, com uma grande rede estabelecida. Tem uma integração imensa de diversos coletivos em várias localidades. Acho que só através de ações assim a gente vai conseguir avançar nas questões sobre a democracia nas universidades brasileiras, seja no acesso, permanência, na conclusão e na continuação disso na sociedade brasileira”, elogiou Maria Fernanda Quintela, decana do Centro de Ciências da Saúde, no início do evento. 
Além da decana, foram convidados para a abertura solene a vice-presidente da Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (Attufrj), Terezinha Costa; a diretora da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), Katya Gualter, junto de sua vice, Angela Brêtas dos Santos; o reitor da UFRJ, Roberto Leher; a diretora da Adufrj Liv Sovik; e Seu Adão, representante da ocupação urbana Isidoro. Caroline Borges, estudante e integrante do Coletivo Carolina Maria de Jesus da UFRJ agradeceu o apoio dos convidados para a realização do encontro na UFRJ.

A diretora Kátya Gualter e a vice-diretora Angela Bretas dos Santos da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ recepcionaram com entusiasmo o evento. Para Angela, a emoção era pessoal: “Esse é um sonho negro realizado. Ver esse auditório lotado e repleto de jovens negras e negros me deixa em êxtase. Que vocês possam alcançar seus objetivos e expandir esse sonho para tantos outros jovens negros e negras deste país”, declarou.

Novo jornal da Adufrj foi lançado no Eecun

IMG 1623

Apoiadora do encontro, a Adufrj aproveitou a pertinência temática e lançou o novo jornal trimestral da entidade. A edição traz um dossiê da política afirmativa na UFRJ. A publicação — já distribuída nos campi — traz, entre outros textos, entrevista com Giovana Xavier, professora Adjunta de Prática de Ensino de História na Faculdade de Educação (FE), também palestrante no EECUN.

“A democratização da universidade a partir das cotas foi catalisadora e veículo de discussão sobre racismo no país. Ela atualizou o debate sobre desigualdade racial”, avaliou a Liv Sovik (Adufrj).

Confira mais sobre o evento no site www.adufrj.org.br, em breve. 

TEMOS MUITO A TEMER

1019659-df 13052016reuniao20ministerial dsc5759a-Primeira reunião ministerial da gestão Temer - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Novo ministério representa graves ameaças aos nossos direitos e às condições de trabalho na universidade pública:

- Ministério da Educação nas mãos de Mendonça Filho do DEM, incorporando o Ministério da Cultura;

- Ministério da Ciência e Tecnologia unido ao de Comunicação;

- Ministério da Previdência passando a fazer parte do Ministério da Fazenda;

- Fim do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos, que ficará sob o comando do Ministério da Justiça;

- Nenhuma mulher ou negros no ministério.

Além disso tudo, o programa Ponte para o Futuro do PMDB anuncia o fim da vinculação constitucional dos investimentos em educação e saúde.

Precisamos ficar mobilizados. Teremos assembleia dia 17 (veja detalhes aqui) para discutir agenda política e de mobilização.

Nenhum direito a menos!

Topo